quinta-feira, 4 de agosto de 2011 | By: Daíza de Carvalho

IOF incide sobre pagamento de contas em cartões de crédito

Daíza Lacerda


Contribuintes que costumam pagar contas de água, energia elétrica, telefone ou outros impostos pelo cartão de crédito terão tarifa adicional, ao optar por este tipo de pagamento. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que já era previsto para esta modalidade, teve norma publicada anteontem no Diário Oficial, com a classificação da cobrança.
"A Receita Federal já entende esta modalidade de pagamento como operação de crédito. A norma apenas reforça o que já é regulamentado, já que alguns bancos cobravam o imposto e outros não", explica Valter Koppe, da delegacia da Receita Federal de Limeira.
De acordo com ele, a cobrança pode ser considerada um regulador de crédito que, encarecido, reduz a demanda e funciona como medida anti-inflacionária, para que não suba este índice.
A alíquota é de 0,38%, e o imposto é de 0,0082% por dia de uso do crédito. Numa conta de R$ 100, paga na data em que o contribuinte teria 40 dias para saldá-la no cartão de crédito, o imposto totalizaria R$ 0,70. Koppe esclarece, no entanto, que o IOF não necessariamente substitui outras cobranças que a operadora de cartões possa prever, como porcentagem sobre o valor da conta ou taxa adicional, desde que sejam medidas autorizadas pelo Banco Central.
Para a economista Rosângela Carvalho, do Isca Faculdades, o imposto é mais um alerta para o cuidado no uso do cartão. "Muitas pessoas usam o cartão para complementar a renda e não apenas para parcelar compras sem juros", alerta. Ela aconselha que o consumidor faça as contas dos juros do atraso da conta e dos impostos e possíveis taxas que incidirão sobre o valor, no caso de pagamento com cartão de crédito. "Com o apelo das operadoras para oferecer crédito, o consumidor acaba fazendo um uso desmedido e se endivida sem perceber", salienta.
Ela acredita que tanto esta cobrança, como a recente medida do aumento do porcentual mínimo para pagamento das faturas, ajudam no controle das contas. Porém, ainda são insuficientes para "educar" o consumidor. "É preciso se organizar melhor com os gastos, já que o crédito do cartão e cheque especial são os que têm juros mais altos".


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