sexta-feira, 25 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Valas na beira da estrada rural do Lagoa Nova deixam moradores ilhados durante chuva

Daíza Lacerda

“Moro aqui há 25 anos e há dois temos este problema durante o verão. Quando chove muito forte, não dá para usar o atalho; é preciso sair por Americana para chegar à cidade”. Foi assim que a comerciante Roslaine Lucato Michelin, 51, explicou a situação da estrada rural do Bairro Lagoa Nova.

O começo da estrada de terra é até transitável mas, a partir da granja e mercearia, apenas um carro passa por vez no que sobrou da estrada, ao lado das valas que se formaram com a erosão. Em alguns trechos, a profundidade chega a cinco metros entre a estrada e a encosta e há risco de deslizamento com novas chuvas mais fortes. “Está difícil. Daqui a pouco, cairá até o que tem por perto”, disse Valdevino Joaquim Rosa, 43, que trabalha em chácaras e passa regularmente pelo local. “Ali já caiu poste e fiação de telefone e internet também. Precisa alguma autoridade cair também, para saber das dificuldades pelas quais passamos”, acrescenta ele, sobre o esquecimento da área rural em relação aos asfaltamentos.
“Precisamos muito de asfalto, mas não há sinal de que será feito aqui, porque não aparece. Diferentemente da cidade e bairros como Vila Cláudia, que tem ruas que estão sendo recapeadas. Não que estejam 100%, mas, em comparação, a área rural tem maior necessidade”, pondera o aposentado Joaquim Leite de Moraes, 82.
De acordo com Roslaine, moradores do condomínio Vale Verde, que fica à frente do bairro, também sofrem com a precariedade da passagem. Geralmente os moradores usam um atalho que passa pela igreja que, apesar da situação menos grave, também é cheio de buracos. E, quando está também fica inviável com a chuva, a volta por Americana é a opção dos moradores. “Muita gente depende dessa estrada, porque trabalha ou estuda na cidade”, lembra ela.
Segundo a dona de casa Rita Nogueira, 41, o problema já foi várias vezes levado à Prefeitura. O estado da estrada prejudica até a entrada de moradores em propriedades próximas das erosões, além do transporte escolar de crianças. “Há situações em que os ônibus não passam e os estudantes ficam sem alternativa”, relata.
Outros moradores apontam ainda as péssimas condições na mesma estrada, quilômetros à frente, no chamado “Morro da Serrinha”, que as obrigam a usar a estrada de Iracemápolis.
A Secretaria de Agricultura de Limeira informou, por meio da assessoria de comunicação da Prefeitura, que a estrada em questão está interditada. “O que causou erosão na estrada foram algumas irregularidades: propriedades particulares rurais estão inadequadas e portanto há uma problemática com o despejo irregular de águas pluviais. De acordo com a Lei Municipal 3219/2000, que trata da manutenção de estradas rurais, e com a Lei Estadual 6171/1988 (alterada pela Lei Complementar 8421/1993), que trata das condições de armazenamento de água nas propriedades rurais, a secretaria está notificando as propriedades para se adequarem. Além disso, há problemas ligados às instalações de linhas telefônicas e fibra óptica. As empresas responsáveis apresentarão projetos novos para o sistema, para evitar erosão no local. A secretaria lembra que já houve manutenções em 2010 e em 2011, sendo que em novembro de 2010 foram criadas três novas cacimbas para receber a água das chuvas, porém, pela inadequação das propriedades rurais, o volume de água é muito grande e acaba danificando o leito da estrada”, explica.
A pasta afirma ainda que “providências estão sendo tomadas com a notificação dessas propriedades, com as manutenções paliativas na via e com o acionamento das empresas que possuem instalações no local, para que refaçam o projeto de maneira a evitar a erosão. Também há um projeto do prefeito Silvio Félix em andamento para viabilizar a pavimentação daquela via, até a estrada da Balsa”.
A secretaria lembra, por fim, “que há rota alternativa para que os moradores desviem da via interditada”.

Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa.

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