terça-feira, 28 de junho de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Após 7 anos, museu é entregue com nova praça

História e desenvolvimento de Limeira são contextualizados em três salas

Daíza Lacerda

A criançada que subiu afoita as escadarias do prédio Coronel Flamínio Ferreira de Camargo rumo às salas do museu veria pela primeira vez detalhes históricos do município em peças e representações. Com acervo longe do prédio há sete anos, sendo que a visitação já estava suspensa naquele ano de 2009, o Museu Histórico-Pedagógico Major José Levy Sobrinho foi reaberto ontem para as novas - e antigas - gerações.
É só uma parte do tesouro histórico que ficará exposta, com renovação periódica. O prédio é usado para outros departamentos como Emcea, Comicin e, futuramente, Centro de Memória, em espaço insuficiente para o acervo de mais de 5 mil peças, das quais cerca de 200 estão em exposição.
"A ideia é mudar o paradigma do museu chato para o museu em movimento, que se atenta à memória. As exposições vão mudando, além do espaço para mostras itinerantes, para as quais já há interessados", declara a secretária de Cultura, Glaucia Bilatto.
Gerente do museu, Ana Terezinha Carneiro Naleto destaca também a pinacoteca na qual foi transformado o corredor do pavimento superior do prédio, de acesso às salas, com diversas pinturas. A concepção do espaço vem desde fevereiro, com a pesquisa e seleção de materiais, até a mudança das peças, que começaram a ser transportadas há pouco mais de um mês. Além dos quadros e peças, há também reproduções, como de mapas, cujos originais pertencem ao acervo.
A primeira sala contempla a história do município, e a migração do rural para o urbano, com os ofícios que isso demandou, em peças. A segunda contempla as transformações urbanas e a importância do major José Levy Sobrinho e outras figuras para o município. A terceira sala tem o histórico do próprio museu, e desenvolvimento da cultura, lazer, educação e saúde. Além de fotos de prédios importantes antes e atualmente, a Unicamp assina espaço com o histórico da universidade, que completa 50 anos e está no município há 49.
ORIGENS
A peça mais antiga é um São José, em madeira policromada. A datação é do século 18, mas não há detalhes sobre a origem, uma das dificuldades na escolha das peças para a mostra, como explica o historiador João Paulo Berto. "Uma das dificuldades foi a catalogação das peças, na reunião de informações de quem doou e quando, qual o período. É o que será desenvolvido agora", informa.
A preocupação foi apresentar os temas da cidade, em panoramas contextualizados. Segundo Ana Terezinha, é impraticável a exposição de todo o acervo, pois nem todas as peças tem essa conexão como as atualmente expostas. A projeção é que a mostra permaneça por cerca de três anos, mas com exposições itinerantes do restante do acervo e também de outros artistas.
Por enquanto, a visitação ocorre de segunda a sexta, das 9h às 16h. Informações pelo 3441-4805.



Reforma do entorno é concluída

Quem esperava ônibus na tarde de ontem na praça Coronel Flamínio pode se distrair com as apresentações musicais e de dança que marcaram a entrega da reforma do local e a reabertura do museu.
Iniciadas em março, as obras custaram R$ 488.344,51, considerando as metragens de materiais de diferentes contratos, conforme o secretário de Obras e Serviços Públicos, Marcelo Coghi. Ele explica que foram usados contratos como o de calçadas e passeios públicos, com uso de 3.668 m². A colocação de grama é do contrato com a Forty, com 2.332 m², enquanto os bancos foram produzidos pela Famul. Os contêineres para os comércios estão em fase de licitação, com custo estimado de R$ 54 mil cada. A praça terá dois para a banca e quiosque do suco, enquanto o terceiro será destinado à área de lazer ao lado do Limeirão. Os abrigos de ônibus foram providenciados pela Viação Limeirense, enquanto a readequação da sinalização e semáforos também foram feitas em contrato para este serviço. 
O prefeito Paulo Hadich ressaltou que a renovação do espaço foi feita pensando no pedestre, com maior área de utilização das pessoas, além de valorização das árvores.
Moradores da região demonstraram preocupação com a segurança do local, principalmente à noite. Segundo o secretário de Segurança, Mauricio Miranda, a ronda da Guarda continua no Centro, inclusive à noite. Ressaltou que o uso dos espaços por grupos como de skatistas ou de rap, por exemplo, não representa risco. Já qualquer tipo de depredação do espaço é crime e deve ser denunciado, caso não seja flagrado pela GCM. A secretária de Cultura, Glaucia Bilatto, informou que o prédio do museu possui sistema de segurança integrado à Guarda. (Daíza Lacerda)


Publicada na Gazeta de Limeira.

Rubi tem finalistas selecionados e sorteio marcado

Daíza Lacerda

A Secretaria da Habitação divulga hoje os nomes dos 900 titulares contemplados para o Residencial Rubi, além de 243 suplentes. O acesso à lista será pelo site (www.limeira.sp.gov.br/habitacao), além da publicação no Jornal Oficial, que pode ocorrer hoje. Segundo o secretário Felipe Penedo, a lista dos excluídos e os motivos será publicada ainda nesta semana, possivelmente amanhã.
A secretaria recebeu no fim da tarde de sexta-feira o retorno da Caixa, responsável pelo aval final dos candidatos. Ainda há cinco nomes que requerem análise e, caso sejam excluídos, serão substituídos pelos suplentes.
O sorteio das unidades, do apartamento e bloco que cada família irá ocupar, ocorrerá na quinta-feira, dia 30, às 17h, no ginásio Vô Lucato, dentro do Parque Cidade. Será respeitada a porcentagem para idosos e deficientes, que terão preferência para os térreos. Depois será iniciado o trabalho social com as famílias, até a assinatura do contrato com a Caixa, que deve ocorrer em agosto. A entrega das unidades deve ocorrer em setembro. Até que o contrato seja assinado, a secretaria recebe denúncias de irregularidades, que pode tirar contemplados da lista, caso sejam comprovadas. 
INVASÃO
O complexo teve a segunda invasão em menos de um mês. Mas, desta vez, a entrada foi para filmar o local, em imagens postadas na internet. Segundo o secretário, ao menos duas pessoas foram identificadas, uma delas candidata no processo.
Foi registrado boletim de ocorrência pela construtora, que acionou a secretaria. A pessoa identificada como participante do processo teve o nome excluído entre os habilitados, com base nas informações dos seguranças e fiscalização na casa da própria, que confessou a entrada não autorizada. Penedo lembra que medidas cabíveis serão tomadas, além do registro da ocorrência.
No início do mês, uma quadrilha rendeu seguranças e levou equipamentos pessoais e da obra, que foram recuperados. Conforme o secretário, a segurança no local foi reforçada. (Daíza Lacerda)

Publicado na Gazeta de Limeira.

Contagem regressiva para inauguração do piscinão

Daíza Lacerda

Esta deve ser a última semana em que motoristas precisarão se preocupar com obras do piscinão. As interferências devem ser concluídas nesta quinta-feira, já que a inauguração da obra será na sexta-feira, às 15h.
Ainda estão pendentes captações na avenida Fabrício Vampré, no sentido Centro, além da pavimentação de trechos como pontos da Jacob Fanelli, Boa Morte e Prudente de Moraes, além da Vampré e Paschoal Marmo. Os últimos trabalhos no reservatório, com a preparação da pista de atletismo e limpeza, também serão finalizados até quinta, conforme Osmar da Silva Júnior, do SAAE, e Oswaldo Bergamaschi, engenheiro da DP Barros.
Ainda serão feitas correções em alguns pontos, como sarjetões, em serviço que ficará para depois da inauguração. A empresa deve permanecer no município por mais três meses, sendo que a obra tem garantia de cinco anos.
No reservatório, está em conclusão a pista, além do gramado, colocação de alambrados, reforma dos banheiros e pintura das paredes externas. Com capacidade de 10 milhões de litros, a construção já passou por três provas neste ano, duas delas no início, em que reteve 2,8 milhões de litros de manhã e mais 3,9 milhões à tarde, no volume mais expressivo. Forte chuva no início deste mês mandou 2,5 milhões de litros para o reservatório.
A experiência do início do ano demonstra que não será possível reutilizar a água retida, pois é necessário que esvazie para eventualmente dar conta de volume maior no mesmo dia.
Além da Vampré, que permanece em obras, motoristas devem estar atentos às interdições para pavimentação, que devem ocorrer durante esta semana.


Obra está prevista para ser concluída nesta semana, com inauguração na sexta
Publicado na Gazeta de Limeira.


segunda-feira, 27 de junho de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Gente como a gente

E como é que faz para entrevistar um ídolo segurando a tietagem? Meu nervosismo foi embora nas primeiras trocas de ideias na entrevista com a Ariane Monticeli, fera do triathlon de longa distância (pra quem perdeu, matéria na íntegra em http://bit.ly/28Y5Go2). Desliguei o telefone e lembrei daquele longínquo e inusitado encontro com o Neymar, e da distância estratosférica de tratamento de ambos os campeões. A vida de nenhum atleta é fácil, mas não é raro enchermos demais a bola (principalmente a bola!) de quem tá mais preocupado com holofote do que com resultado. Mais em ostentar grifes do que fazer bonito pela própria Nação. Vamos olhar mais pra quem está ralando de verdade. Se as Olimpíadas não forem uma oportunidade pra isso, só Deus sabe quando seremos capazes de reconhecer os esforços genuínos de tantos anônimos que treinam além de seus limites.

COLUNA RELEITURA - 27/06/2016

Gente como a gente

Daíza Lacerda

Em meados de 2014, era início da noite de domingo quando eu e famíliares saímos da Bolsa do Café, em Santos, antes de seguir de volta para o interior. Nas calçadas já escuras da região histórica da cidade litorânea, uma movimentação nos chamou atenção. Era ninguém menos que o jogador Neymar, desembarcando de um carro importado que não faço ideia de qual seja, com seu filho no colo e um outro acompanhante, e um grupo considerável de fãs atrás. Parou para meia dúzia de fotos, antes de sair correndo na noite que já se instalara. Isso foi depois daquela lesão que teve em campo, em plena Copa do Mundo, no Brasil. Na noite e num local cujas opções próximas eram barzinhos, a celebridade na qual uma Nação inteira depositara as esperanças da taça parecia muito bem, obrigada.
Me lembrei dessa passagem no final da última semana, ao entrevistar a Ariane Monticeli, que viria a Limeira para palestra e treino, trazida pelo nadador limeirense Diego Prado. Craque no que faz, ela seria uma versão feminina do Neymar no triathlon que, como tantos outros esportes, está longe dos holofotes monopolizados pelo futebol, exceto pelas coberturas especializadas naquela modalidade ou campeonatos muito, muito específicos.
No contato com ambos, Neymar parecia um rei. Ariane, parecia minha vizinha. Conversou comigo como me conhecesse há tempos e não poupou detalhes de sua árdua trajetória na busca da vaga do mundial de Ironman. Mas, como a fama a precede, não esperava algo diferente daquela que divide a rotina com seguidores, na alegria e na dureza de trazer de volta ao Brasil aqueles feitos até hoje conquistados pela lenda Fernanda Keller, como os títulos nacionais e boas posições internacionais.
Mais uma vez, nos limites da lauda não couberam a paixão dessa mulher pelo que faz, e o quanto está disposta à luta. Conversamos num momento em que ela parecia especialmente esgotada, e se preparando para quatro semanas de treino a serem cumpridas em três. Limite da força e disciplina na alimentação fazem parte da rotina da gaúcha radicada na capital paulista que adora doces e lida com o trânsito para conseguir treinar. Ela diz que é uma pessoa normal, cumpre expediente na firma (o Esporte Clube Pinheiros), programa férias. Só que não consegue dizer não para as selfies e questionários intermináveis dos admiradores, em sabatina que prolonga as suas palestras, nas quais não poupa detalhes de sua vida de mulher de ferro.
As posturas desses atletas expõem mais do que parece, pois falta muito valor onde realmente precisa. Tem muita gente investindo suor e força imensuráveis em trabalhos que são pouco ou nada reconhecidos. Exemplo são os atletas paralímpicos, cujo desdém veio do próprio Comitê Olímpico na divulgação e venda dos ingressos das disputas olímpicas dos deficientes. Esses atletas, justamente por chegarem ali, se mostram muito mais eficientes que muita gente com corpo e mente íntegros.
Outro furo é a recente estreia do filme Paratodos, cujo elenco são atletas paralimpicos e as suas jornadas rumo ao pódio. Alguém viu em cartaz em algum cinema aqui do interior? Nem eu.
Mais do que lamentações, que fiquem os exemplos. Embora extraordinários, atletas são gente como a gente. A postura de cada um - e a nossa diante deles - pode ensinar muito.




sexta-feira, 24 de junho de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Tão fera quanto bela, Ariane contará a sua saga em Limeira

Nº 1 do triathlon de longa distância no Brasil é trazida pelo nadador limeirense Diego Prado

Daíza Lacerda

Não se engane com os olhos e cabelos claros e riso fácil. Por trás do rosto bonito da triatleta Ariane Monticeli está uma competidora que não larga o osso nem mesmo nas adversidades das provas de longa distância que enfrenta defendendo o Brasil. Atletas do Esporte Clube Pinheiros (ECP), a campeã do Ironman (IM) Florianópolis 2015 é trazida a Limeira pelo nadador limeirense Diego Prado, que organiza palestra e treino que ocorrem amanhã e domingo. O convite é feito pela própria atleta em sua rede social: https://www.instagram.com/p/BHAPJfwEigE/.
Em meio às quatro sessões diárias de treino na preparação para o IM Zurique, onde buscará, dia 24 de julho, pontos para a vaga no mundial em Kona, Ariane falou à Gazeta sobre as dores, alegrias e desafios do esporte. Sua rotina é buscar o limite diariamente, nada menos do que será exigido nas provas de 3.800 metros de natação, 180 km de bike e 42 km de corrida. Neste ano, devido a um problema mecânico, não foi possível manter o título conquistado em 2015, mas o foco é garantir a vaga e fazer uma boa prova no mundial, em outubro, chance também comprometida no ano passado devido a uma lesão. Mesmo andando, completou a prova.
Popular principalmente nas redes sociais, ela diz que não se sente pressionada, apesar do estresse em fazer outro IM em tão pouco tempo (a prova em Floripa foi no final de maio). "Gosto de competir. Não fico nervosa antes, ou na largada, mas me mantenho concentrada. Depois de passar a linha de chegada, aí sim, dói tudo. São 9 horas no limite, e treino para aumentar a zona de sofrimento", conta. As provas chegam a ser "tranquilas" se comparadas à preparação, um verdadeiro massacre diário com natação quase todos os dias, pedal forte e dezenas de quilômetros a cumprir na corrida. Ritmo que ela manterá mesmo com a palestra e treino em Limeira neste fim de semana, cumprindo a planilha antes de vir e depois que voltar a São Paulo.
O PODER DO QUERER
Amanhã será uma das poucas oportunidades dos adeptos do triathlon de acompanhá-la, já que ela vai restringir a agenda de palestras para focar nos treinos, apesar de inúmeros pedidos de vários Estados. Além da pauleira do dia a dia, onde cumpre agenda com equipe de treinadores, preparadores físicos e nutricionistas, entre outros profissionais, Ariane deve expor aquilo que a move, muito além dos músculos. "Às vezes as pessoas reclamam demais, perdem energia. Quando estou muito desgastada nos treinos, sem conseguir responder, meu técnico me lembra que eu posso até não conseguir, mas eu tenho que querer. Aprendo todo dia que a intenção de querer já é um estímulo para as pessoas, nas competições e na vida"
Entre 2008 e 2012, Ariane conciliou as competições como profissional e o emprego de comissária de bordo, até se dedicar exclusivamente ao triathlon. Antes de se tornar referência no esporte, recebeu a confiança de patrocinadores, o que avalia que está em falta no País que sediará as Olímpiadas. "Muitos só querem investir quando o atleta está dando resultado. Falta uma pesquisa, uma análise do potencial de muito atleta. Nem sempre o resultado é imediato", considera.
Cercada por fãs quando está nas ruas em Florianópolis, a reciprocidade de Ariane com os admiradores lhe rendeu até um perfil de memes no Instagram, o que ela acha engraçado, desde que as postagens não sejam agressivas a ninguém. "É um retorno de quem sou como atleta e como pessoa".
Ela, que faz a própria prova sem analisar estratégias das concorrentes em meio às inúmeras variáveis de cada prova, ressalta a importância da vontade, disciplina e organização, um recado que fica a todos os (as) aspirantes a Ironman. "Se você colocar o objetivo na cabeça, vai conciliar de alguma forma, a família e treinos começando de madrugada. Já vi mãe de cinco filhos fazer o IM. A vontade é meio caminho andado". Palavra de campeã.



Além de palestra, treino de bike e corrida 

A palestra de Ariane acontece no sábado à tarde, no Shopping Nações. No domingo, haverá treino de 60 km de bike na Rodovia dos Bandeirantes, além de 8 km de corrida. Informações e inscrições pelo (19) 3445-4620 e trisportsperformance@gmail.com. (DL)


Cenário econômico impacta caixa de entidades


Instituições filantrópicas calculam queda em doações e atrasos em repasses

Daíza Lacerda

Responsáveis por atendimentos sociais, de alimentação, saúde ou acolhimento, entidades de Limeira enfrentam dificuldades diante da redução de recursos, tanto com a queda das doações quanto no atraso do repasse de subvenções. O impacto nas contas foi sentido principalmente nos últimos meses, conforme instituições ouvidas.
Na Associação de Reabilitação Infantil Limeirense (Aril), nem mesmo os 630 usuários e o destaque em campeonatos esportivos internacionais têm sido suficientes para atrair a atenção de mais apoiadores. A maioria dos atendidos tem até 14 anos de idade, e a principal consequência foi no setor escolar, como explica o presidente Du Ferreira e equipe. Um corte de repasse do governo estadual reduziu pela metade a quantidade de alunos. "O repasse de R$ 595 mil caiu para R$ 245 mil. O pagamento cobria 140 alunos, e agora cobre 70. Estamos com 84, com o restante sob nossa conta", explica.
As doações também caíram ao menos 10%, mas com diferenças no perfil dos doadores. "Quem contribui pouco, mantém a ajuda. Mas quem provia quantia maiores parou, sobretudo empresas". A defasagem ocorre também nos repasses dos tratamentos clínicos da tabela SUS. A entidade recebe R$ 2,95 por sessão de fisioterapia, sendo que manter um profissional custa R$ 33 por sessão. Outra cifra em queda são os recursos da Nota Fiscal Paulista, cuja legislação foi alterada reduzindo de 30% para 20% o repasse para entidades, num impacto de quase R$ 60 mil se o número de doadores se mantiver.
Segundo o presidente, até este mês as contas estão mantidas, mas é previsto desequilíbrio negativo no próximo mês. Para manter a arrecadação, a entidade promove eventos e parcerias, como uma firmada recentemente com uma escola, que reformou uma das salas multiuso. Até setembro é mantido o convênio com uma empresa alemã, que contribui há 25 anos, mas já saiu do Brasil. Para Ferreira, as dificuldades também são resultado de uma mudança de cultura e dos negócios, já que os gestores das empresas locais não são mais do município, perdendo-se o vínculo que ajudava na sobrevida dos serviços das instituições.
MAIS BAIXAS
A situação é parecida no Asilo João Kühl Filho. A presidente Maria Cristina Cruañes estima queda de 10% nas doações nos últimos três meses entre os associados de contribuição mensal. Já a doação de alimentos não apresenta variação, enquanto a de roupas também caiu. Na instituição, não houve corte ou redução de convênios, e uma das saídas para manter os recursos também são os eventos, como bingo e feijoada.
No Dispensário Assistencial Santa Isabel, a balança inverteu, como explica a voluntária Verani Aparecida Nogueira Arrivaben. Nos últimos três meses, a procura por cestas básicas aumentou, enquanto as doações reduziram, principalmente a proveniente de empresas. As triagens ocorrem às quintas-feiras, mas a procura tem ocorrido durante toda semana, com o dobro da demanda. Neste quesito, a queda nas doações impactou o alcance do atendimento. Antes eram ofertadas de 15 a 20 cestas por semana, e agora são de 10 a 12.



Situação é generalizada 
entre entidades, diz Ceprosom

Elo de repasses de recursos das esferas estadual e federal às entidades de Limeira, o Ceprosom lida com os atrasos principalmente da União. A situação não é novidade, já que havia parcelas pendentes desde 2014. É o que explica Renata Gullo Feres, diretora administrativa e financeira da autarquia.
De acordo com ela, parte começou a ser acertada no mês passado, mas saldadas parcelas de 2015, com as de 2016 ainda em suspenso. Há casos de cinco meses de atraso. Antes dos acertos recentes, chegavam a 12.
Recursos do governo para a autarquia, não necessariamente para repasse às entidades, também atrasaram. Mas, entre as que contavam com a verba, ficaram a ver navios meses a fio entidades de acolhimento ao idoso e adolescente.
Ela atesta que a maioria das instituições tem reclamado da queda nas doações e também nos recursos da Nota Fiscal Paulista. Mas é possível identificar o lado positivo do momento ruim nas contas. "Essa conferência nas contas leva as entidades à profissionalização, para sair da forma amadora de administrar, montando custos, aprimorando gastos. São poucas que têm essa organização". Se todas elas recorrem à criatividade e aos eventos para nivelar as contas, outra saída é a participação popular. "A população deve se conscientizar para ajudar", reforça. (Daíza Lacerda)




segunda-feira, 20 de junho de 2016 | By: Daíza de Carvalho

O riso do Betinho

Meu artigo de hoje traz o lado B da ‪‎reportagem‬, aquilo que nem sempre cabe na tal da objetividade ‪‎jornalística‬. A satisfação sincera, aquela alegria genuína incontida, são manifestações que podem passar ao largo dos limites da lauda, mas é impossível sair imune a demonstrações como essas. Betinho dá a cara a um trabalho que é de equipe, mas para ele é muito mais. É uma ‪‎missão‬ de vida. Dedicada a outras vidas vulneráveis. O ‎inverno‬ quer se fazer de difícil. Vamos ver se ele é páreo para o riso do Betinho.

COLUNA RELEITURA - 20/06/2016

O riso do Betinho

Daíza Lacerda

Não era exagero: ele parecia querer soltar fogos de artifício para comemorar. Não se continha de alegria diante das dezenas de camas arrumadinhas, coloridas, à espera de alguém para aquecer. Era a materialização de um ideal pelo qual trabalhava muito antes de entrar no serviço público. Reluzia a alegria de Albert Neves, o Betinho. Coordenador de abordagem social por profissão. Acolhedor de moradores de rua por vocação.
A sensibilidade aflorada nesta época de tanto frio é constante na vida de Betinho, que é facilmente visto percorrendo a cidade numa Kombi branca da prefeitura, levando e trazendo pessoas com as mais variadas carências: de comida, de estrutura familiar, de um lar. Faltas que a assistência social tenta suprir em serviços como o do Centro Pop, mas que dependem também do comprometimento e colaboração da própria pessoa.
Foi em meados de 2011 que conheci a missão Anjos da Noite, da Comunidade São Judas Tadeu, da Paróquia Santa Isabel. Uma equipe passava a noite percorrendo as ruas para dar o que comer e onde dormir a quem aceitasse. Lá, conheci Betinho, outros fundadores e voluntários, e um mundo de histórias que não poderia ser contado numa única matéria, mas rendeu uma série delas. Qual não foi minha surpresa em vê-lo em ação no Ceprosom, prestando no serviço público municipal aquilo que já adotara como missão de vida.
É fato que a burocracia sufoca os serviços. Mas há áreas que simplesmente perdem a razão de ser, caso não sejam movidas por quem se identifica com elas. Na assistência social, o acerto é reconhecido de longe quando o trabalho é feito por quem tem o dom. Não é qualquer um que sabe abordar, ouvir, orientar. Essa é uma carência gritante, por exemplo, em alguns setores da saúde pública (e até particular), nos quais as pessoas já chegam fragilizadas, e muitas vezes recebem atendimento com desdém, para dizer o mínimo. Isso quando um mero sorriso pode fazer toda a diferença.
Numa semana em que dezenas foram mortos num vergonhoso ataque homofóbico e que uma deputada é assassinada a tiros e facadas, tudo no "primeiro mundo", é de se perguntar aonde o mundo vai parar se nem os países mais desenvolvidos estão imunes à barbárie. Porém, são singelos os sinais de que, apesar de tudo, ainda não é hora de perder a fé na humanidade. Felizmente, temos escondidinhos por aí raios de sol que só se mostram na hora certa, e a quem precisa. Sem alarde, mas com eficácia.
A partir da noite de hoje, os apetrechos precários, cinzentos, de quem tem a rua como casa, serão substituídos por cobertores, edredons de todas as cores. Na baixada do Centro, tão mal referenciada como o ponto da miséria e das inúmeras vulnerabilidades possíveis, mãos, mentes, corações e ideais de equipes tornaram real o verdadeiro hotel 5 estrelas de quem só tem as marquises como teto. Na baixada do Centro, no leva-e-traz cidade afora, o riso do Betinho é o calor dos corações anônimos acolhidos no meio na noite fria.




segunda-feira, 13 de junho de 2016 | By: Daíza de Carvalho

O amor evoluiu. A sociedade, não

COLUNA RELEITURA - 13/06/2016

O amor evoluiu. A sociedade, não

Daíza Lacerda

"Tem muito casado solitário e muito solteiro cheio de companhia. Ô se tem". Essa é apenas uma das provocações para refletir a nossa situação acerca de relacionamentos, cutucada pela advogada e blogueira Ruth Manus, que assina espaço semanal no site do Estadão. O post em questão (http://bit.ly/1Ohal7g) relativiza a tão cobrada necessidade de um par para ser feliz, pregada pelo senso comum.
Em tempos em que até o papa é progressista, "mente aberta" como diriam alguns, fico imaginando a demanda atual de preces a Santo Antônio, o santo casamenteiro que tem o dia celebrado hoje. Como será a sua popularidade entre os solteiros desta época?
A busca por um companheiro é algo que somos condicionados a fazer pela herança de costumes sociais ou é, de fato, uma necessidade? São tempos nebulosos para definir uma linha, mas é certo que não cabem mais as lamentações aos desacompanhados, para citar um dos pontos abordados por Ruth. Afinal, por quê o desacompanhado seria um coitado se há tantas pessoas acompanhadas e infelizes? "O que me parece é que tem muita gente que não entende que não se mede a felicidade de alguém de acordo com a presença de anel no dedo, de beijocas no cinema, nem de papéis assinados. Sim, muitos são felizes acompanhados. Mas não é a mera existência de um companheiro que define se alguém tem uma vida plena. Uma vida plena tem trabalho, amigos, família, sonhos, liberdade, projetos e… Um cônjuge OU NÃO", define ela.
Talvez a convivência com amigos ou desbravar o mundo com um mochilão, acompanhado ou não, sejam planos que façam mais sentido do que juras na frente de um representante da religião, por mais que essa formalidade ainda seja vista como uma necessidade. Para quê casar quando, em muitas situações, relacionamentos podem usufruir do melhor dos dois mundos sem a necessidade de um contrato social?
Um dos equívocos talvez ainda seja a projeção do outro, e de nós em relação ao outro. Talvez toda essa pressão para estar acompanhado fosse por água abaixo se a premissa fosse o amor próprio, mais do que a devoção a alguém. A advogada se "preocupa ver tanta gente condicionando compromisso a felicidade porque isso é sinal de que muito relacionamento que a gente vê por aí não é baseado no prazer de estar junto, mas no medo de estar sozinho. E isso é crítico".
Como ela defende, "estar solteiro não tem nada a ver com estar sozinho". Embora a solidão seja um dos efeitos colaterais vísiveis dos nossos tempos. Trocamos presenças humanas pela companhia de telas. E a companhia de telas para buscar a presença humana, como prometem, sem garantia, os aplicativos de encontros.
Mas, quem disse que as pessoas querem mesmo isso? Difícil dizer, mas muitos supõem. E assim sucedem o revirar de olhos a cada pergunta de quando sai o casamento ou quando vai achar um namoradinho. Como se esse fosse mesmo o real sentido da vida. Os nossos tempos ainda não compreendem ou toleram formas de amor que rompem com o tradicional. Mesmo que haja mais amor entre famílias homoafetivas do que heterossexuais, e satisfação em ter par algum. É o velho hábito de condicionar a felicidade, que depende mais de nós do que de qualquer outro. Ou, nas palavras de Ruth, "Porque feliz é quem sabe que namoro e casamento não são os veículos da vida".
segunda-feira, 6 de junho de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Vamos voltar para a selva

O pensamento de que a vida na selva deveria ser melhor do que a "civilização" que temos me ocorreu diante do vergonhoso descaso de empresas como a de energia elétrica, enquanto eu apurava as consequências da chuva da última quarta. Se uma empresa de tal porte não está pronta para responder rapidamente em situações extremas, estamos mesmo ao Deus-dará. Não são eventos típicos da época, reconheço, mas entram e saem verões com chuvas do mesmo porte. E ninguém se preocupou em investir nosso suado dinheirinho numa estrutura para, ao menos, minimizar impactos.
O fato é que não adianta reclamar. Permanecemos despreparados e incapazes de aprender nas adversidades ou prover soluções para o que sabemos há eras que não funciona. Por isso, talvez, a selva fosse mais promissora. Não seríamos reféns de organizações ou estruturas calcadas na nossa própria negligência. A única regra seria dançar conforme a música da natureza. Esta ainda é a regra. Mas, iludidos no nosso conforto, pagamos o preço por ignorá-la.


COLUNA RELEITURA - 06/06/2016

Vamos voltar para a selva

Daíza Lacerda

As condições climáticas da semana que passou são pertinentes para uma reflexão profunda no Dia do Meio Ambiente, celebrado ontem. Ventania, granizo e chuvas torrenciais assustaram mas, infelizmente, o falatório sobre os eventos pode ter ficado restrito ao medo e indignação sobre a (falta de) estrutura das cidades. Já escrevi antes que o problema não são as chuvas, mas nós. Mas e quando a chuva vem com tudo fora de época? E quando ela desapareceu quando era época? Falta de previsão continua não sendo desculpa.
Ao cruzar a cidade na noite de quinta-feira no meio do temporal mais volumoso de junho nas últimas décadas, com enxurradas de fazer inveja para qualquer chuva de verão, ficaram evidentes as negligências estruturais acumuladas desde que a cidade virou cidade. Bocas de lobo que, quando não estão em lugares errados, são inexistentes. Ou insuficientes no mar de impermeabilização do asfalto. Mas não se trata só da falta de cultura de planejamento urbano. A negligência é também com o planejamento ambiental.
A única conclusão possível na travessia chuvosa é que simplesmente plantamos o que colhemos. Enxurradas, enchentes, quedas de árvores: nada mais do que a reação à ação do homem, que insiste em subestimar a soberania da Mãe Natureza. O erro é simplesmente não respeitá-la - ou minimamente aprender com ela.
O mundo todo sofre com extremos nas condições. O que muda é a postura diante delas. Um exemplo perfeito é a reconstrução em tempo recorde após os terremotos e tsunamis registrados no Japão em 2011. No Brasil, por danos infinitamente menores, mas significantes, discursos se arrastam e estruturas não mudam. A postura é oposta. Que tipo de consideração esperar de uma concessionária de energia que alega "situação controlada" quando comércios perdem um dia de expediente com a falta de eletricidade ultrapassando as 12 horas? Quando operadoras telefônicas averiguam uma fiação caída no chão e nada fazem? E são serviços muito, muito caros. Mal prestados e mal regulados.
Somos reféns do nosso próprio conforto nestes tempos. Nessas horas é possível enxergar que não passa de ilusão toda essa infraestrutura de segurança que acreditamos ter. Criamos redes e serviços de ponta que são reduzidos a nada quando a natureza assim decide. Talvez a única forma de fugir da vulnerabilidade seja voltar para a selva, embora as demandas desses tempos estejam roubando até essa possibilidade, a exemplo da hidrelétrica de Belo Monte, erguida a um custo humano e ambiental imensuráveis.
Em "Nascido para correr", Christopher McDougall envereda pelos estudos de quais fatores determinaram a evolução do homem como corredor. Em dado momento da História, o homem literalmente corria horas atrás da caça, dependendo somente das próprias pernas, mente e fôlego para garantir a janta. Pensando bem, felizes deles. Não estavam nas mãos de economia, urbanização ou concessionária alguma, o que os obrigavam a conhecer e respeitar a natureza, aprendendo a sobreviver nas regras dela.


sexta-feira, 3 de junho de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Ventania, apagão e 150 árvores caídas em temporal de 1 hora

Diversas avenidas de Limeira amanheceram com sujeira e árvores caídas

Daíza Lacerda

A ventania e chuva de granizo da noite de anteontem deixou consequências em Limeira. Até o fim da tarde de ontem, várias regiões estavam sem energia elétrica, telefone e internet, e equipes percorreram todas as regiões para a retirada de galhos e árvores caídas. O pico da chuva durou menos de uma hora, mas a precipitação, em torno de 20 milímetros (mm), foi equivalente à metade de todo o volume esperado para junho. A velocidade do vento pode ter chegado a 72 km/h, conforme fotos de satélite do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/ Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Cptec/Inpe), e o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat/Inpe) aferiu 120 descargas em Limeira anteontem, incidência considerada média.
Conforme a Defesa Civil, a estimativa foi entre 150 e 200 árvores caídas até a tarde de ontem. Foram quedas na rua, em calçadas, parques, em cima de carros, de telhados e também em escolas. A corporação recebeu seis ocorrências de destelhamentos - o mais grave na rua Hermes Fanelli, no Parque Nossa Senhora das Dores. Ainda foi registrado um deslizamento sem gravidade, num barranco do Cecap.
Coordenador da Defesa Civil, Aparecido Xavier explicou que as equipes permaneceram nas ruas até às 3h30 de ontem, retornando de manhã. A corporação manterá a remoção de galhos e árvores hoje. De acordo com ele, todas as regiões da cidade foram afetadas. A chuva de granizo atingiu principalmente uma faixa da cidade começando pelos bairros Geada e Parque Nossa Senhora das Dores, passando pelo Cecap, até o Parque Hipólito.
O serviço focou a desobstrução de vias, mesmo sem a limpeza imediata. Em muitos casos, os galhos foram apenas retirados do caminho, para posterior recolhimento. Foram duas equipes da corporação e outras seis da Forty, com o serviço de capinação redirecionado para a retirada de árvores e galhos.
Segundo Marcelo Coghi, secretário de Obras e Serviços Públicos, uma árvore foi removida da praça Toledo Barros na manhã de ontem. Apesar de sadio, o exemplar tinha poucas raízes, que não resistiram. Também foram priorizadas retiradas de árvores sobre carros e próximas de prédios públicos.
ESTRAGOS
O que sobrou dos móveis de uma família da 4ª Etapa do Parque Nossa Senhora das Dores estava à frente da residência da rua Hermes Fanelli. São sete pessoas, entre elas quatro crianças, que viviam em dois cômodos do fundo da residência. A cobertura, apenas com telhas de amianto, foi abaixo com a queda do muro do vizinho de trás, onde um sobrado era erguido.
Ninguém se machucou, mas o único bem material aproveitável foi a geladeira. Os moradores passaram a noite na casa da frente, que pertence à mesma família, e procurariam imóvel para solicitar o aluguel social oferecido pelo Ceprosom.
No mesmo bairro, diversas árvores caíram na avenida Carlos Zaccarias, próximo da igreja Nossa Senhora de Fátima. Também cedeu parte dos galhos de um exemplar num campo da mesma avenida, que não havia sido retirado na tarde de ontem.
A rua Diógenes Correa Arruda, no Jardim Santo André, foi uma das inúmeras com queda de árvores. Moradores relataram que os galhos ficaram suspensos, com risco de queda, e a raiz danificou até mesmo a calçada.
Na Vila Castelar, uma moradora ficou impedida de usar o carro. Apesar de vários chamados aos órgãos, no início da tarde de ontem ela ainda tinha uma árvore caída em frente à sua garagem. Na residência, os moradores improvisaram carona para ir ao trabalho e escola.
Foram registrados estragos também no Parque Cidade da Criança, que ficará fechado em 4 e 5 de junho, para a retirada de galhos de árvores. Outro local afetado foi o Centro Comunitário Geada, que teve parte do telhado destruído pela ventania.



Instabilidade é atípica,
mas deve continuar


A chuva de anteontem é incomum para este mês e época, como informa o professor Hiroshi Paulo Yoshizane. De acordo com ele, a situação é proveniente de uma linha de instabilidade na região que deve perdurar nos próximos dias, com mais chances de chuva no final da tarde e noite.
O professor salienta que a chuva de granizo é difícil de prever, cuja iminência só pode ser detectada com cerca de 10 minutos de antecedência. Este fator depende da formação da nuvem e do tipo de linha de instabilidade.
A estação meteorológica da Faculdade de Tecnologia (FT/Unicamp) registrou ventos de 22 km/h na região do campus mas, conforme estimativa do professor, as rajadas foram de no mínimo 50 km/h para derrubar tantas árvores. A saturação do solo é a explicação para a queda de exemplares sadios. "Com o solo muito úmido, a raiz enfraquece".
Estações do Cemaden aferiram precipitação entre 20 milímetros (mm) e 25 mm em diferentes regiões, enquanto a da FT/Unicamp contabilizou cerca de 20 mm na noite de anteontem. A quantidade é praticamente o dobro do esperado para junho em Limeira, cuja média histórica (aferida em diversos anos) é de 44 mm. (Daíza Lacerda)



Falta de energia e redes
prejudica expedientes


Na avenida Antônio Ometto, na Vila Cláudia, diversos comerciantes tiveram o trabalho impedido ou limitado. Além da falta de energia, redes de telefone e internet também sofreram apagão, com o agravante de um fio estendido entre o alto de postes e a calçada.
No final da tarde de ontem, a Gazeta recebia reclamações da falta de energia na área central e imediações da Santa Casa, em problema que prevalecia também em alguns bairros. A própria sede da Defesa Civil manteve o expediente sem energia elétrica.
Em meio às reclamações, na mesma tarde, a assessoria da Elektro se pronunciava informando que "a situação está controlada. Equipes da Elektro seguem nos locais afetados para normalizar o fornecimento de energia elétrica nas próximas horas". Segundo a concessionária, o fornecimento de energia elétrica foi prejudicado para 19 mil clientes de vários pontos da cidade, que não foram especificados. A empresa alegou que até às 21h de anteontem grande parte dos clientes teve o fornecimento normalizado, sem especificar quantidade e locais.
A Telefônica Vivo também foi procurada, e informou que "enviou equipe técnica para verificar a rede e tomar as providências necessárias dentro do menor prazo possível".
Sobre informações de que torres de transmissão de energia teriam sido queimadas, a Elektro informou que a incumbência dessa estrutura é da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Ceteep). Procurada, a assessoria do órgão informou que não foram registrados danos em torres próximas a Limeira. (Daíza Lacerda)



Interferências nas redes de
água, esgoto e drenagem


A Odebrecht Ambiental informou que houve falta de energia elétrica em duas elevatórias de água tratada: Duque de Caxias e Novo Mundo. "Segundo a Elektro, foi ocasionada pelas fortes chuvas de [ante]ontem à noite, que afetaram duas torres de transmissão de energia. Na primeira elevatória, a energia foi rapidamente estabelecida. Na segunda, ocorreu paralisação na Estação Elevatória de Água Novo Mundo, ocasionando oscilações no abastecimento de água de alguns bairros na região do Novo Mundo, entre eles: Recanto Alvorada, Parque Pompeu I, Cecap, Campo Belo, Ibirapuera, Regina Bastelli, Santa Eulália e imediações". O bombeamento foi retomado com o uso de gerador, sendo que a energia só foi restabelecida às 12h30.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) informou que, até a tarde ontem, não haviam sido recebidas reclamações de danos na rede de drenagem. A autarquia registrou que, durante o pico de chuva, o piscinão reteve 3 milhões de litros d'água, que seriam direcionados à região do Mercado Modelo. (Daíza Lacerda)


quarta-feira, 1 de junho de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Proprietário tem prazo para limpeza de casarão incendiado

Daíza Lacerda

A Prefeitura de Limeira conseguiu contatar o proprietário do casarão histórico da rua Barão de Campinas, localizado em frente à praça Dr. Luciano Esteves. Na última semana, ele foi notificado para a limpeza e consolidação (fechamento) do imóvel, para os quais tem o prazo de 30 dias. O casarão foi incendiado na madrugada de 16 de maio, com prejuízos principalmente no telhado, que foi destruído.
O imóvel está em processo de tombamento, e a limpeza terá acompanhamento técnico da Secretaria de Urbanismo, como informou Alex Marques Rosa, titular da pasta. Ele ressalta que há viabilidade de reconstrução do imóvel. "Não há o risco de ruir, mas será necessário um monitoramento contínuo", considera.
Por enquanto, é procurada empresa para a limpeza, já que a situação do local exige cuidados. Após a limpeza, será feita nova avaliação técnica para determinar as condições do local e buscar opções para o seu aproveitamento. Até lá, o proprietário deverá lacrar o imóvel, de forma que impeça a entrada de estranhos, como ocorria antes do incêndio. As notificações para providências ocorriam desde o início de 2015.