segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Placa "sinaliza" esquecimento e mato alto em canteiro central

Daíza Lacerda

Quem passar pela Avenida dos Expedicionários, no Parque Nossa Senhora das Dores, na altura do número 350, verá uma sinalização adicional no canteiro central da avenida. Ali está uma placa com os dizeres: "Proibido caçar - PML". "Eu acrescentaria: 'Proteja a fauna'", ironiza um morador.
A dona de casa Sandra de Oliveira Silva, 35, tem dificuldades para atravessar no local com seu carrinho de bebê. "Está sem manutenção desde o ano passado. E outras áreas também estão horríveis, como em frente da escola", diz ela, se referindo à EE Arlindo Silvestre.
Outras queixas dos moradores é que no mato alto são escondidas drogas, além de o local ter ficado pior com a "revitalização" feita pela Prefeitura, no ano passado. "O canteiro era cheio de plantas, cultivadas pelos moradores. A Prefeitura tirou tudo e agora é só mato. Deveria ser mais coerente", pontua outro morador, lembrando que bancos e mesas também foram retirados. Muitos fazem a manutenção por conta. "Se o morador não fizer, ninguém faz".
Além da área próxima da escola, na Avenida Frei João das Mercês, principalmente perto do posto de saúde, o mato também toma conta nos canteiros centrais, inclusive com grandes galhos caídos em alguns trechos.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Domingos Furgione, o serviço de corte está programado para ter início a partir de hoje, em todos os corredores do Parque Nossa Senhora das Dores.

Publicado na Gazeta de Limeira

Guarda Municipal e Polícia Militar falam sobre ronda escolar diante da insegurança de pais e moradores

Veja entrevista com o GM Vilson Preté e capitão Sorge, da PM:

Vereador inicia ato popular contra reajuste da tarifa de ônibus; assunto será discutido amanhã na Câmara

Confira boletim sobre a questão do reajuste do transporte coletivo em Limeira:

Curiosidade - Sorriso forçado piora o humor!

Confira a conclusão de pesquisadores dos EUA:

domingo, 27 de fevereiro de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Clientes aprovam reabertura do Shopping Pátio, mas ainda há funcionários inseguros

Daíza Lacerda

Funcionários e clientes se mostraram dividos em relação à reabertura do Shopping Pátio Limeira, na manhã de ontem, após liminar do Tribunal de Justiça expedida anteontem. Enquanto frequentadores aprovam a medida que permite a reabertura, sobretudo devido às poucas opções existentes na cidade, funcionários se mostram inseguros.

Momentos antes da reabertura, o movimento era da entrada de funcionários, mas muitos deles se recusaram a falar com a imprensa. Entre os ouvidos, a maioria preferiu não se identificar.
"Não via a hora de voltar a trabalhar, ficar em casa é que não dá. Espero que tudo isso seja resolvido logo", disse a vendedora Beatriz de Fátima, 31, que trabalha no local há quatro anos.
Outra funcionária relatou que a reabertura é positiva, já que a cidade tem poucas opções, mas preferiu não se pronunciar a respeito da segurança do prédio.
"Para quem, como eu, ganha por comissão, a reabertura é uma ótima notícia. Medo da situação eu não tenho, mas fico insegura", declarou a vendedora Regiane Tatiane de Oliveira, 20.
Clientes do shopping se mostraram contentes com a reabertura. "Não acho que deveria ficar fechado, pois não tem cabimento ir a outras cidades comprar se temos o shopping aqui", disse Fátima Aparecida Rodrigues, 56, que tem o apoio da filha Cintia Kelly da Silva, 23. "Limeira já não tem lugares para ir, e o que tem é fechado? Assim fica difícil, por isso deve permanecer aberto", declara ela. Outros clientes ouvidos antes da abertura do shopping eram da mesma opinião, como o pedreiro José Pedro da Silva, 62. "Continuarei frequentando. Me sinto seguro, se não tivesse condições, não teriam aberto novamente".
Já a estudante Mariane Lopes, 17, já pensa diferente. "É a única opção para os jovens, mas a localização é totalmente inadequada. Acho que não deveria estar aberto com tantas pendências. Não voltaria a frequentar o shopping até que a segurança fosse atestada pela vistoria dos bombeiros", diz.
A auxiliar de escritório E.L.F., 30, hesitou para entrar no estabelecimento após a abertura, na manhã de ontem. "Acho que deveria resolver tudo na área em que houve a queda do teto, e daí sim abrir. Só estou aqui porque não achei uma roupa que precisava no comércio do Centro, e sei que aqui encontraria. No entanto, deixo meu carro na rua e não no estacionamento, e procuro ir nas lojas próximas às portas de saída", explica.

(IN)SEGURANÇA
As saídas são pontos de preocupação de um funcionário que preferiu não se identificar. Para ele, no dia do incidente, ficou provado que as saídas não são suficientes numa emergência, devido à quantidade de pessoas que estavam no local e o tempo necessário até que todas saíssem. "Quem estava lá viu que as pessoas não conseguiam sair. Era muita gente e poucas escadas, sem contar que faltam itens de acessibilidade como mais rampas e opções de entrada. Seguro ninguém está, mesmo quem diga que está tranquilo", disse.
O funcionário acrescenta ainda que todos os lojistas foram orientados a não se pronunciar para a imprensa, motivo pelo qual não se identificou. "As escadas estão cobertas com panos e não há segurança no caso de um incêndio. Acho que deveria ser reaberto só quando tudo estivesse resolvido, para a nossa segurança e a dos clientes.
Outra vendedora disse temer pelo seu emprego diante do fechamento, embora não houvesse ameaças neste sentido. Segundo ela, houve um primeiro incidente antes da queda do teto do piso superior, quando houve danos em um dos banheiros, mas de madrugada. "Isso ninguém viu e eles não falam tudo. Às vezes parece muita ganância, porque os donos de lojas se preocupam com as vendas e as contas, mas não se uma pessoa corre risco de vida ou não".

Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa. 





Na reta final, blocos e escolas de Limeira fazem ajustes para a volta do Carnaval de Rua

Daíza Lacerda

A menos de uma semana do carnaval, os foliões correm contra o tempo para os últimos detalhes que garantirão o brilho do retorno do carnaval em Limeira.

Está em fase de término a construção e pintura dos carros alegóricos da escola se samba Lobo de Prata, que depois de desfilar em cidades da região, quando Limeira não teve carnaval, se prepara para mostrar à cidade o enredo que contempla jovens e crianças, mistura de raças e a natureza. "Para nós é muito gratificante poder desfilar aqui novamente, e pela primeira vez incentivados pela Prefeitura", declara o presidente da escola, Salvador Divino Pereira, 41.
A escola existe desde 2003 e, embora tenha várias fantasias, alegorias e instrumentos, o trabalho não é pouco para deixar tudo em ordem até o desfile, que terá 160 pessoas, incluindo a ala mirim.
Só para o figurino da ala da bateria, que terá 50 pessoas, a costureira Aparecida das Dores Souza Nascimento trabalha com cerca de 150 metros de cetim. Já os instrumentos recebem os cuidados de João Batista Moura Francisco, 49. "Precisam de manutenção, como trocar material, apertar, ajustar. Tudo para fazer bonito", diz o diretor de bateria.
Conforme Salvador, esta semana será de trabalho dia e noite, com pelo menos 10 pessoas cuidando dos detalhes para o desfile.

AMIGOS DO DITO
O samba de raiz, das rodas de samba, também terá vez neste carnaval, com a presença do bloco Amigos do Dito, com 110 pessoas. Como este carnaval coincidirá com o Dia Internacional da Mulher, o grupo prepara homenagem a cinco sambistas: Ivone Lara, Beth Carvalho, Clara Nunes, Clementina de Jesus e Jovelina Pérola Negra. "Usaremos ainda samba-enredo e marchinhas", lembra o presidente do grupo, Fábio de Souza, 29.
Ele explica ainda que, embora o foco do grupo, existente desde novembro de 2008, não seja o de ser um bloco de carnaval, a participação é importante para ajudar a difundir a festa em Limeira. "O Amigos do Dito é uma associação de resgate cultural e a nossa participação é com a intenção de fomentar no que a cidade está carente", diz a diretora de eventos Camila Jacintho, 30.
Ela lembra que o figurino será relativo ao samba, com chapéu e camisas listradas, e as meninas usarão saias e flores, bem ao clima de roda de samba.

ARTUR GIAMBELLI
A Corporação Musical Artur Giambelli terá passagem no desfile, para tocar as marchinhas, "aquelas eternas", como explica Oswaldo Medeiros, coordenador da banda. "Vamos tocar, com o uniforme do grupo, músicas como 'Mamãe eu quero' e 'Jardineira'. São as que permanecem, já que não se faz mais marchinhas", diz. A banda desfilará com pelo menos 20 músicos, número que ainda será definido.
Na última sexta-feira teve início a montagem das arquibancadas e toda a estrutura para o retorno do carnaval de rua de Limeira. O evento ocorrerá no sábado e segunda-feira, dias 5 e 7 de fevereiro, a partir das 20h, na Marginal Oeste. A entrada é gratuita.


Ingressos para o Carnaval Popular
começam a ser vendidos amanhã

Pela primeira vez, os ingressos para o Carnaval Popular de Salão poderão ser adquiridos antecipadamente. A venda começa amanhã, no Centro de Ciência e na Secretaria de Turismo e Eventos. Os valores são R$ 7 para homens e R$ 5 para mulheres. Os convites são limitados.
O Carnaval Popular de Salão ocorrerá no Coliseum Dancing, localizado na Avenida Fabrício Vampré, 356, Jardim Piratininga, nos quatro dias de carnaval, com animação do grupo “Tô a Toa”.
Serão três bailes noturnos nos dias 5, 6 e 7 de março, das 23h às 4h. Já na terça, dia 8, haverá uma matinê especial, das 15h às 20h, para toda a família. Excepcionalmente neste dia, crianças de até sete anos não pagam ingresso.
Nos bailes noturnos só será permitido entrada de maiores de 18 anos. Na matinê, crianças até 13 anos de idade poderão participar somente acompanhadas do responsável. Nos dois casos, é obrigatório apresentação de documento com foto para identificação.
Para o secretário de Turismo e Eventos, Marcos Camargo, a venda antecipada dos ingressos evita transtornos que podem vir a ocorrer nas filas. No entanto, se nos dias do evento houver convites disponíveis, eles serão vendidos normalmente.



Insegurança em escolas preocupa pais e moradores; cresce procura pela GM

Carlos Gomide
Daíza Lacerda

A Guarda Municipal de Limeira, por meio do Pelotão Escolar, recebe em média 10 ligações diárias de pais solicitando segurança em portas de escolas. Para a inspetora Rita de Cássia Florêncio, responsável pelo grupamento, esse número aumentou em 2011, se comparado à média diária de 2010.

As ligações são feitas à base do grupamento e ao Centro de Operações da Guarda Municipal (COP), normalmente em horários da saída do período diurno. A maioria dos casos são pais de alunos que se sentem preocupados com a presença de pessoas estranhas na porta dos estabelecimentos de ensino do município, tanto da rede municipal, quanto da estadual.
A grande aglomeração de pessoas nas portas das escolas também gera reclamação de vizinhos, que se sentem incomodados com adolescentes que tomam as calçadas, e as bicicletas lideram o ranking de reclamações. "O que tem de adolescente que vai de bicicleta e motos para a porta das escolas ficar matando o tempo, não é brincadeira!", exclamou a agente que acredita que seria interessante criar um mecanismo para apreender bicicletas de procedência desconhecida. Na última operação feita há cerca de 10 dias, um adolescente foi surpreendido conduzindo uma moto sem documento.
A maioria das solicitações são de brigas entre alunos. Um fato que, segundo a inspetora, chama a atenção é que a maioria das brigas envolve meninas, e o motivo é sempre o mesmo: namorado. O Pelotão Escolar conta hoje com 11 agentes para fiscalizar as cerca de 90 escolas do município. Mesmo com o número pequeno de agentes, as rondas são feitas diariamente. "Temos de nos redobrar e às vezes pedir apoio a viatura do setor", disse a inspetora.
Rita explicou que há diferentes tipos de ocorrências; aquelas que são possíveis resolver no local, - como uma briga, por exemplo - e aquelas que precisam ser enviadas à delegacia de polícia, pois envolvem crimes.

INTERIOR

A corporação também interfere, quando solicitada, no interior do estabelecimento. Nesta semana, um adolescente de 12 anos foi pego dentro da Escola Estadual Mário Covas com uma faca. Na semana passada, a Gazeta mostrou um caso de outro aluno, que pulou o muro da Escola Dom Idílio José Soares, trazendo consigo uma réplica de pistola.
Em ambos os casos, os jovens foram levados às delegacias onde os casos foram registrados, o objeto apreendido e os alunos entregues aos responsáveis.

Medo toma conta da vizinhança da escola Gabriel Pozzi

Pichações, lixo jogado e ameaças preocupam os moradores da Rua Cesariano Ferreira, na Vila Piza, em frente da EE Gabriel Pozzi. A aglomeração de jovens, inclusive os que não são alunos, tem aumentado a insegurança.
Uma moradora relata que, além da pichação feita em seu muro na sexta-feira passada, jovens reviraram o lixo em seu portão. Depois de sair para ver o que estava acontecendo, os jovens, na faixa dos 16 anos, começaram a dar pontapés no portão e a xingá-la, gritando. “Moro no bairro há nove anos e o problema é frequente, mas se acentuou com o início das aulas. Procurei a polícia e tive que ouvir que deveria fazer um abaixo-assinado para aumentar a ronda na rua, mesmo pagando todos os impostos que pago para ter segurança”, desabafa.
Outro morador conta que é comum jovens enrolando baseados em plena luz do dia, em frente à escola, além de meninas brigando após o fim das aulas. “É um problema. Precisamos de ronda mais ostensiva. Marmanjos ficam ao redor quando alunos saem, jogando pacotes. Coisa boa é que não deve ser”, observa.
Os moradores acentuam ainda o desrespeito dos alunos com o prédio, usado por eles próprios, já que a escola está com a fachada, inclusive o muro, pichados. Os vizinhos ouvem vidros sendo quebrados dentro da escola. “O pior é que se vamos tirar satisfação, somos ameaçados. Isso é falta de educação familiar e a bomba estoura na escola. Os pais acham que a escola tem de educar, mas é papel deles ensinar valores”, declara outro morador.
A Polícia Militar foi questionada sobre a frequência das rondas e que medidas podem ser tomadas diante da situação, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.


Moradores reclamam de falta de segurança em porta de escola Gabriel Pozzi, na Vila Piza
Moradores reclamam de falta de segurança em porta de escola Gabriel Pozzi, na Vila Piza

Publicado na Gazeta de Limeira


Etec Trajano Camargo conquista 5 novas indicações em feira nacional de tecnologia

Daíza Lacerda

Como têm conseguido em todos os anos de participação, os alunos da Etec Trajano Camargo garantiram mais uma vez presença na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que recebe projetos de escolas de todo o Brasil. Dos 12 enviados, neste ano foram cinco projetos selecionados, com novidades.
A seleção contempla projetos do ensino médio, que concorreram com técnicos, e são resultado da feira realizada anualmente na escola. Pela primeira vez a Etec terá participação no rol de imprensa, a divulgação das ideias em veículos de comunicação, além de vídeos na internet e links no Twitter, como explica a coordenadora de Projetos, Patrícia Pascon Souto Tancredo.
Também neste ano pela primeira vez um projeto de ação e cidadania foi classificado. E as meninas dominam os grupos indicados. "Quase desistimos do projeto porque não conseguíamos construí-lo, mas a nossa orientadora não deixou. Foi um desafio para nós, do ensino médio, se envolver com áreas tão específicas", descreve a aluna Deborah Regina Zamoner.
"É muito importante também que as pessoas conheçam os projetos e que isso incentive alunos de outras escolas", acrescenta Ester Cantarero de Freitas.

Projeto de alunas contemplou brinquedos que auxiliam no desenvolvimento motor de crianças com síndrome de Down,
Projeto de alunas contemplou brinquedos que auxiliam no desenvolvimento motor de crianças com síndrome de Down,


FALTA DE INCENTIVO

Apesar do sucesso, Patrícia lembra que ainda é difícil conseguir patrocínio de empresas para que os projetos saiam do papel. "É preciso acreditar mais no jovem limeirense, pois seus trabalhos passam por avaliações rígidas de doutores da USP", salienta, lembrando que o método de ensino da Etec é voltado para projetos.
Ela diz ainda que a busca do aluno pela informação é o que contribui para a criatividade e inovação, já que são instigados a pesquisar e descobrir sempre mais. "É assim que aprendem, e já têm no ensino técnico a visão que teriam só na faculdade, o que pode dar novas perspectivas de futuro".
Os ganhadores serão conhecidos no dia 26 de março. A feira teve mais de 20 mil projetos inscritos em todo o Brasil.



Alunos estão na expectativa do prêmio, mas veem a classificação como possibilidade de motivar mais alunos e escolas em projetos
Alunos estão na expectativa do prêmio, mas veem a classificação como possibilidade de motivar mais alunos e escolas em projetos


Conheça os projetos dos jovens inventores 

Dec’Nana, classificado na categoria Ecologia, produzido pelas alunas Ester Cantarero de Freitas, Dayane Barbosa, Caroline Souza Denardi. O projeto é a criação de um tecido com base nas fibras do tronco da bananeira, que após receber tratamento químico pode ser transformado em artesanato e acessórios, além de roupas.

Game Down, Educação. Maria Julia Buck Rossetto, Natália Cristina Cunha, Maria Helena Marino dos Anjos. O trabalho visa ajudar na inclusão de crianças com síndrome de Down no ensino regular. Elas criaram brinquedos, com produtos recicláveis e atóxicos, como boliche, jogo da memória e quebra-cabeças voltados para o desenvolvimento motor, para associação de cores, sons e formas, para várias faixas etárias.

Gela no Sol, Eletrônica. Deborah Regina Zamoner, Daniele Casimiro Verzenhassi, Bruna Sabrina Hergert. É uma geladeira movida a energia solar, mas funciona com células de gratzel, que são orgânicas, diferentemente das de silício, usadas comercialmente. As orgânicas custariam em média R$ 400, enquanto a outra sai por R$ 1 mil. Outra intenção é a de acabar com o uso de coolers e isopores que são anti-higiênicos e não mantêm o alimento na temperatura ideal.

Para não ficar debaixo d’água, Planejamento Urbano e Regional. Ana Flávia Zambuzzi, Caíque Fernando Turatti, Jhonatan Alves Paulo. O projeto de ação social procurou descobrir qual é a responsabilidade da população em relação às enchentes, além das do poder público e possíveis soluções. Foi feito levantamento dos pontos de alagamento da cidade, com a constatação que muito desse mal se deve ao acúmulo de lixo nos bueiros. Foi feita entrega de panfletos para conscientização, além da solicitação à Prefeitura, por meio da Câmara Municipal, a colocação de lixeiras nesses locais.

Tap-Prev, Eletrônica. Monize Picinini, Amanda Aparecida Balbinotti, Juliane Cristina dos Santos. As meninas desenvolveram um tapete que funciona como um sensor que dispara um alarme, para evitar acidentes domésticos com crianças. O material pode ser colocado próximos de escadas ou fogão, entre os que oferecem risco aos pequenos. A invenção custaria cerca de R$ 40, enquanto sensores de presença custam em média R$ 100.

Publicado na Gazeta de Limeira. 



Avança restauração do casarão da Boa Morte, que abrigará Centro Cultural

Daíza Lacerda

Começou em agosto o trabalho de resgate do passado da casa da esquina da Rua Boa Morte com a Presidente Roosevelt, no Largo da Boa Morte, que foi construída em 1876. Após sediar estabelecimentos comerciais e quase ter sido demolida, a casa recebe restauração com a busca da arquitetura mais fiel possível de sua fundação, para sediar um centro cultural.

No imóvel que teve o então senador da República, Ezequiel de Paula Ramos, como primeiro dono, restam da construção original algumas vigas de madeira e poucas janelas, além do ladrilho hidráulico, piso da época, e algumas portas de madeira.
O segundo dono foi Rui Barbosa, antes de a família vender para o proprietário do Covabra. No ano passado, a Engep comprou o imóvel e assumiu a obra, além de fazer a gestão do local assim que estiver tudo pronto.
O imóvel chega a quase 300 metros quadrados e foi preciso levantar muita poeira para trazer o passado de volta à fachada e cômodos, conforme explica Gisele Pompeu, engenheira responsável pela obra. “Estamos reforçando a estrutura, que foi muito danificada com o tempo. Mantivemos o que foi possível da madeira original, porque muitas se deterioraram com cupins. As portas e janelas serão, na maioria, novas, mas feitas exatamente como as originais”, explica.
Vidros como os da época também estão previstos para compor o visual, mas a planta receberá ainda itens de acordo com as necessidades contemporâneas como rampas e elevador para a acessibilidade, além de reforma elétrica e hidráulica.
As madeiras usadas eram de espessura 20x20, com batentes de ipê. Os tijolos da construção original são de barro, também assentados com barro. Morador da Fazenda Quilombo, esta era a “casa na cidade” de Ezequiel de Paula Ramos.
“A arquitetura é típica colonial, com porões e grades de respiro, que ventilavam os pisos. É um imóvel de construção contemporânea ao Palacete Levy”, explica Juliana Binotti, arquiteta do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Limeira (Condephali). Será feita ainda a pesquisa da pintura original.
Os porões serão mantidos e será feita a construção de novo assoalho, que já havia sido perdido, assim como cômodos anexos nos fundos da casa e as louças dos banheiros. “Tudo o que foi retirado será refeito o mais próximo possível do original”, frisa Gisele.
Após quase ter sido demolido em 2006, o que foi impedido pelo Ministério Público, a ideia é que o local receba exposições e também sedie encontros de cultura, como os de associações. A previsão é de que a obra termine até setembro.



Casarão recebe restauro com a busca de linhas originais
Casarão recebe restauro com a busca de linhas originais



“Se as paredes pudessem falar, contariam como a nossa história nasceu e correu ali”

“A sensação que eu tenho é que agora, sim, a minha avó descansará em paz”, define, emocionada, a dentista Lia do Carmo Barbosa, 45. Hoje ela vê da janela de seu consultório, do outro lado da rua, a nova fase da casa onde viveu várias fases de sua vida na companhia da família, que já era proprietária do imóvel no fim da década de 1930.
“Se as paredes pudessem falar, contariam como a nossa história nasceu e correu ali”, diz a neta de Rui Barbosa, que lembra da avó em uma das janelas chamando-a e os primos quando voltavam dos bailes de carnaval, além das reuniões familiares no casarão. “Era um porto-seguro onde passamos a infância, juventude e aniversários. Tive meu consultório por décadas ali e, mesmo após o seu falecimento, podia até se ouvir o arrastar das pantufas de minha avó, chamando para o café com bolo no fim da tarde”, recorda.
Apesar da tristeza pela família ter se desfeito do imóvel, o que a avó reprovaria, em seu entendimento, agora ela acompanha e auxilia no restauro, por meio de fotos de época em que detalhes da arquitetura possam ser identificados e aplicados na nova obra. “Praticamente nasci ali. Aquela casa guarda histórias da família inteira”, diz ela sobre a época em que antecedeu o funcionamento de consultório, escola, comitê, restaurante e loja. Pelo andar das obras, a próxima - e possivelmente última - parada será a da cultura, e não nos escombros.



Local tem poucas peças originais, como esta porta de madeira, além de vigas que não sucumbiram com os cupins
Local tem poucas peças originais, como esta porta de madeira, além de vigas que não sucumbiram com os cupins


Segundo Juliana, pintura original será pesquisada; a arquitetura é típica colonial, com porões e "respiro" para o piso
Segundo Juliana, pintura original será pesquisada; a arquitetura é típica colonial, com porões e "respiro" para o piso


Publicado na Gazeta de Limeira.


Movimento contraria alta da tarifa e pede melhorias para usuários

Daíza Lacerda

Foi realizado na manhã de ontem, na Praça do Museu, ato público em protesto ao aumento da tarifa do transporte coletivo. O movimento, liderado pelo vereador Ronei da Costa Martins (PT), coletou assinaturas para a causa, que serão levadas à Prefeitura, Câmara Municipal e empresas de transporte.
"Buscamos melhorias no setor, sem aumento de nenhum centavo na tarifa", explica o vereador. As empresas pediram à Prefeitura reajuste no valor da passagem de R$ 2,40 para R$ 2,98.
"É absurdo. Veja só o estado dos ônibus, muitos quebrados, sem contar o tempo de espera. Para ir de um ponto final ao outro na linha 6 do José Cortez, por exemplo, leva-se 1h30. Dá para chegar em São Paulo", compara o aposentado Almir Leite Barros, 67.
A dona de casa Lenilda Santos Sime, 46, aderiu ao ato com a sua assinatura. "É muita demora e muitos motoristas não respeitam o passageiro. Param fora do ponto e temos que voltar a pé", reclama.
"O salário vai quase todo só em passagem. Sem contar que há poucas opções de linhas no Bairro dos Pires, onde moro", diz a líder de faxina Maria Lúcia Martins, 63.
"As pessoas mostram a sua indignação em relação ao transporte com os conhecidos no dia a dia e esse ato permite que se expressem junto à Prefeitura e empresas", diz o professor Israel Aparecido Gonçalves, que também participa do movimento.
Ele acrescenta que a medida busca melhorias não só para o usuário, mas também aos cobradores e motoristas, que não têm banheiro ou local para almoçar. "São os dois lados que perdem pela falta de políticas públicas para o setor. Defendemos ainda a gratuidade da passagem para estudantes, principalmente de escolas públicas", afirma.



O professor Israel Aparecido Gonçalves (direita), que participa do movimento, simboliza com demais manifestantes o quanto os usuários são "sugados" pelas viações com o valor das tarifas, dinheiro que não proporciona retorno aos passageiros em melhores condições dos ônibus, tempo de espera e divisão dos itinerários.
O professor Israel Aparecido Gonçalves (direita), que participa do movimento, simboliza com demais manifestantes o quanto os usuários são "sugados" pelas viações com o valor das tarifas, dinheiro que não proporciona retorno aos passageiros em melhores condições dos ônibus, tempo de espera e divisão dos itinerários.



Movimento teve adesão na praça, ontem; usuários acham reajuste injusto pelo serviço prestado
Movimento teve adesão na praça, ontem; usuários acham reajuste injusto pelo serviço prestado


Publicado na Gazeta de Limeira.



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011 | By: Daíza de Carvalho

“Heranças” das águas, crateras em vias públicas preocupam usuários

Daíza Lacerda

Passados quase um mês e meio da primeira chuva forte do ano que causou tragédias e quinze dias do segundo temporal que fechou o mês de janeiro com mais estragos, moradores do Jardim Glória e Ipiranga ainda convivem e aguardam soluções para os efeitos dos danos em vias públicas.
O asfalto que cedeu dia 31 de janeiro na Rua João de Michielli, no Jardim Glória, levou consigo nos últimos dias um senhor de bicicleta, que pedalava no local à noite a não viu a cratera, um motorista que não viu o buraco porque a sinalização foi retirada e um motociclista, que tentou travessia pela estreita passagem da calçada, único trecho que não caiu.
Essas foram as ocorrências contabilizadas por moradores como Fátima Afonso, 43. “É o único acesso entre os bairros, então está muito difícil, nesta situação. Se não for a pé, é preciso dar a volta pelo anel viário para ter acesso à escola, por exemplo”, explica ela, que mora de um lado do buraco e o filho, no bairro do lado oposto, o que o levou a deixar o carro estacionado perto do local da queda, para facilitar o retorno quando vai à casa da mãe.
Enquanto as rachaduras parecem mais acentuadas, o trânsito de motos e bicicletas no espaço que sobrou para os pedestres é frequente. Nos primeiros 10 minutos em que a reportagem esteve no local, na tarde de ontem, foram flagradas cinco motos trafegando nos dois sentidos, criando até “engarrafamento” com bicicletas, em que um veículo precisou esperar a passagem de outro. “Está perigoso e as pessoas abusam. Até crianças ficam brincando no local”, disse a moradora Adriana Paes, 40.

IPIRANGA

Se a queda do asfalto é problema no Glória, o oposto preocupa no Jardim Ipiranga, na Rua Gustavo Kuntz Busch. Desde a primeira chuva do ano, a infiltração fez o asfalto subir e se transformar em “lombadas”, que impedem a passagem de veículos, principalmente da rua para dentro das garagens das casas. Na mesma via, uma parte da calçada foi abaixo, onde uma árvore ainda resiste.
“Uma senhora já quase caiu ali há poucos dias e, para passar na rua, os carros têm que desviar”, disse a dona de casa Rosana Aparecida Raimundo, 31. A moradora Edith Balbino de Faria Antico, 51, se preocupa com a possibilidade de novas chuvas fortes. “É preciso arrumar isso logo, porque outra chuva forte irá complicar ainda mais”, teme.
De acordo com a assessoria da Prefeitura, estão sendo tomadas as providências cabíveis nas áreas que foram afetadas pelas chuvas, por meio das secretarias municipais. Nos locais citados já existem projetos do Serviço Autônomo de Água e Esgoto SAAE em andamento, informa.
“A Prefeitura continua também monitorando todos os locais que foram afetados enquanto aguarda posição dos governos estadual e federal, que estão analisando a situação de emergência, para ajudar nas obras que são necessárias. Reforçamos que nos locais citados já estão em andamento os projetos, que serão executados por meio de contratação do serviço por processo licitatório, bem como para as áreas em que é necessário intervir imediatamente”.

Publicado na Gazeta de Limeira
domingo, 13 de fevereiro de 2011 | By: Daíza de Carvalho

O tabu da homossexualidade dentro de casa


Daíza Lacerda
Especial para o Jornal da Mulher

A situação já melhorou bastante. Mas ainda falta muito para o fim do preconceito aos homossexuais, sobretudo entre a família. A comunidade LGBT (de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) ainda convive, além do processo de autoaceitação e a da sociedade, com a negação dos pais.
"Hoje se fala muito da diversidade. Está na novela, no BBB, e pensamos que está tudo muito melhor, com maior respeito. Mas a verdade é que dentro de casa não melhorou quase nada". Esta é a conclusão de Edith Modesto, doutora pela USP, pesquisadora em diversidade de orientação sexual e fundadora da ONG Grupo de Pais de Homossexuais (GPH), formado em 1997, em São Paulo. Ela escreveu três livros sobre o assunto  e há quatro anos coordena ainda um grupo específico para os filhos, que chega a 100 jovens LGBT. Ambos os grupos têm o propósito de buscar a aceitação dos jovens homossexuais pelos seus pais. "Há meninos e meninas de 12 a 24 anos, inclusive passando pelo processo de autoaceitação. A maioria ainda não se assumiu porque eles próprios não se aceitam por ter medo de perder o amor dos pais".
Entre os sentimentos mais fortes dos pais estão o medo, a culpa e a vergonha, acompanhados do fatídico pensamento "onde foi que eu errei?". "É um medo que nem sabem direito do que é, e a vergonha é o que mais demora para desaparecer. É como se fosse uma mancha na família, com muitos sentimentos negativos ao mesmo tempo que amam os filhos", diz Edith.
E é o amor que levou cerca de 200 pais a procurarem o grupo. O número é o atual, considerando que há um rodízio depois que os pais passam a aceitar os filhos. Além da aceitação, o grupo visa evitar tragédias maiores. "Embora não tenhamos estudos científicos feitos no Brasil, sabemos que é alto o índice de suicídios", revela.

Amor. Incondicional?
"É importante que esteja claro para os pais que eles não têm como escolher o caminho do filho, tanto profissional como afetivamente. É preciso aceitar a diversidade, que ninguém é igual a ninguém", sustenta a psicóloga Maria Rita Lemos.
Mas os sentimentos dos pais, no início, é em relação a eles próprios e de serem criticados pelas costas devido à condição do filho, explica Edith. "Num primeiro momento, não é considerado o sofrimento do filho. Os pais pensam que é uma escolha ou doença e querem dar limites, castigos e levar a terapeutas para se 'curar'. Homossexualidade não é uma escolha e nem doença".
Para Maria Rita, os pais ainda não conseguem ver a questão com simplicidade. "A sociedade combate tudo o que é diferente, que não está de acordo com as normas culturais ou religiosas. Há sempre uma expectativa da humanidade em relação ao usual, à maioria. Mas o que que é ser normal? O que é determinado para a maioria? O que me faz feliz é o normal da minha vida", declara.
Edith reflete um pouco o lado dos pais. "De certa forma, não podemos criticá-los porque são preparados para ter filhos heterossexuais e é difícil aceitar a decepção e contruir novos sonhos", analisa.
E o fim dos sonhos, de ver o filho casar e de ter netos, também pesa junto com a forma como a sociedade encara, pontua Maria Rita. "Muitas vezes a felicidade que o filho quer é diferente. Geralmente os pais preferem pensar que pode ser uma fase, mas se realmente existe uma orientação bissexual ou homossexual, há dois caminhos que o filho tem a seguir: permanecer na vontade dos pais e viver infeliz ou assumir, o que é difícil para os pais, mas o filho também precisa de ajuda", diz a psicóloga.
No GPH há pais de jovens inclusive acima dos 25 anos de idade, separados dos filhos devido à negação em aceitar a diversidade. O site do grupo é www.gph.org.br e o telefone é (11) 3031-2106. Há mães de todos os níveis sociais e culturais.


O desafio da aceitação

O Jornal da Mulher ouviu uma mãe facilitadora do GPH, que hoje atua no processo de aceitação dos pais à homossexualidade do filho, além de uma jovem homossexual e a sua relação com a família. Elas contaram suas experiências, cada uma de um lado da questão:

"Minha filha tinha 23 anos quando me contou que era homossexual, o que para mim foi um grande choque. Ela havia namorado rapazes, chegou até a ficar noiva. Me senti muito mal, com muita culpa, e entre tantos sentimentos conflitantes encontrei o grupo pela internet. 
Existem muitos conceitos errados, eu achava que tinha a cabeça aberta até precisar lidar com o próprio preconceito. Li livros, participei das reuniões, que têm mães de todo o Brasil, e trocamos muitas experiências. Não fosse por isso, estaria sofrendo do mesmo jeito até hoje, passado mais de um ano. 
Continuava amando a minha filha, mas a situação interferiu em nosso relacionamento, não conseguia falar do assunto, que machucava emocionalmente. Foi quando procurei ajuda para entender. 
A sensação é de um atestado de incompetência como mãe, de sentimentos muito pesados e tristes. Como podia ter tanto orgulho num dia e tanta vergonha no dia seguinte? Tudo o que eu lia fazia sentido racionalmente, mas o coração não acompanhava. É um processo de luta dia a dia, parece que o mundo cai e os sonhos desabam. Morremos por sonhos e conceitos errados e vamos construindo tudo de novo e vemos que o caráter de nosso filho é o mesmo, suas qualidades estão inalteradas e não têm acrescido nenhum defeito. 
Hoje, nosso relacionamento é melhor do que antes, e agora posso ver o sofrimento dela enquanto tentava ser o que não era, o quanto deve ter sido aviltante ter de se autoaceitar até não aguentar. Quando se pode assumir o que é, tudo muda e a pessoa se sente mais livre, mais segura. 
Agora orientamos os jovens como falar com os pais e fazer o processo de aceitação. É preciso abrir a mente e o coração. Os pais precisam procurar ajuda, porque muitos cristalizam no sofrimento há muito tempo. Não tenham vergonha de buscar informação correta. Vão descobrir que têm, sim, preconceito, e que procurar pessoas na mesma situação só vai fazer bem. Um filho homossexual ou une ou desaba a família e hoje eu ainda estaria chorando pelos cantos como no primeiro dia. 
O pensamento de que 'vai passar' é o primeiro erro, assim como viver na própria vergonha e não dar um passo adiante. Nossos conceitos se reconstróem e nos ajudam a tirar outros preconceitos. É possível nos modificar e descobrirmos que temos como sermos seres humanos melhores"
Cristina de Sábata, 50, advogada e mãe facilitadora do GPH

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"Em 2002, com 17 anos me 'descobri' e tive meu primeiro relacionamento com uma mulher, que durou cerca de 3 anos. Em 2007 minha mãe (que até então não sabia de nada) descobriu através de algumas cartas que encontrou. Eu estava longe, nos EUA e ela aqui no Brasil. Foi bem dificil, minha mãe é uma pessoa que se preocupa extremamente com o que os outros vão pensar ou comentar, com uma vida social super ativa. Ligou pra mim, disse que descobriu tudo, que Deus fez a mulher para o homem e não o oposto, que eu precisava mudar, que ela jamais aceitaria. Depois disso minha vida virou um inferno, era minha mãe me cobrando o tempo todo pra saber se eu ja havia mudado. E por mais que eu tentasse explicar que isso não é o tipo de coisa que você decide virar (homessexual), isso acontece, e aconteceu sem eu esperar, não planejei, e também não foi fácil para mim. Tive que ouvir da minha própria mãe que para ela seria mais fácil lidar com um filho doente ou mau caráter do que com uma filha gay.
Época difícil. Mas como esconder sempre foi uma coisa que me deixou muito mal, acabou sendo 'ótimo' por mais doloroso que fosse, porque finalmente eu não precisava mentir. Hoje eu penso diferente, não faria ela passar por isso, não tem necessidade, é sofrimento demais. Ela chegou a dizer que não tinha mais motivos para viver, que toda a felicidade dela havia acabado, e que só não tiraria a própria vida em consideração à mãe, mas que fora isso não tinha nada a perder. Enfim, chantagem emocional não faltou. 
Tem que ter muita força para passar por isso. É cobrança o tempo todo. Minha mãe não conseguia me encarar nos olhos. Cheguei de viagem e ela mal me abraçou, foi horrível. Me sentia uma estranha na minha própria casa. Não tinha conversa, ela se fechou completamente. Meu pai tentava fazer o meio de campo, de imediato disse que estaria ao meu lado independentemente de qualquer coisa, que o amor dele era maior que tudo. Depois de um tempo, que não demorou muito, minha mãe fez a cabeça dele, então rezavam o tempo todo para Deus me iluminar, me mostrar o caminho...
Bem complicado. Não desejo que ninguém passe por isso. Mas como o tempo resolve tudo, as coisas foram se acertando, minha mãe passou a tentar 'aceitar', ou pelo menos respeitar minha opinião. Tinha proibido minha namorada de entrar em casa e passado alguns meses já fazia questão da presença, para que assim ela fosse aprendendo a conviver e entender isso tudo.
Hoje trata a mesma muitíssimo bem, como da família mesmo, respeita, inclui ela nos programas. Enfim, está de parabéns, sei que não é fácil, ainda mais para quem viveu numa época completamente diferente, essa modernidade realmente assusta. O restante da família me recebeu de braços abertos, mas, como dizem, pimenta nos olhos dos outros é refresco...
Acho que minha mãe decidiu deixar os preconceitos de lado e passou a aceitar quando percebeu que estava me perdendo. Foram muitas conversas, muita roupa suja lavada, mas no fim tudo deu certo".
J.P., 26, assessora


Grupos do Cecap e Abílio Pedro terão esporte no enredo de carnaval


Daíza Lacerda

Os bairros Cecap e Abílio Pedro mobilizam centenas de pessoas da comunidades em seus grupos, que desfilarão na volta do carnaval de rua em Limeira. Blocos e escolas começam a aumentar o ritmo dos ensaios, além da confecção de figurinos e alegorias.

Nos dois bairros, os grupos surgiram a partir da torcida de times amadores. O Bloco AZ de Ouro é formado pelos participantes e espectadores dos jogos, assim como o Esporte Clube Abílio Pedro, com a torcida Fúria a Bilhão, que dá nome à escola de samba formada neste ano.
Priscila Trento Aleixo, 30, que coordena os ensaios do Az de Ouro, explica que o bloco é formado por cerca de 120 pessoas de todas as idades. “O enredo será sobre os jogos de futebol e truco e a comunidade está trabalhando na busca dos materiais e preparativos”, diz ela, que faz mistério sobre o figurino. “A fantasia será surpresa, mas vamos fazer tudo com muito carinho e capricho. A comunidade está muito feliz em participar”, diz.
Compõe ainda a escola formada pela torcida do Abílio Pedro membros da Associação de Moradores, que já tem um carro alegórico pronto. De acordo com o presidente Agnaldo Pereira da Silva, 49, o esporte também pautará o desfile, com sete alas que chegam a 220 pessoas. “Na ala infatil serão 25 crianças. Mas este será o carnaval da família, em que usaremos as cores do time, branco e vermelho, e a história do esporte no samba enredo”, diz ele.
A menos de um mês para o carnaval, o diretor do Departamento da Juventude da Secretaria Municipal de Turismo e Eventos, Wesley Cordaço, informou que todas as escolas e blocos já receberam a verba para as suas produções. Para escolas, que são três, foram destinados R$ 20 mil para cada. Já os blocos, que totalizam 10, receberam R$ 5 mil cada.
“Os grupos têm à disposição sete pessoas da secretaria para ajuda nas compras e notas fiscais, necessárias para a prestação de contas. Os responsáveis de cada grupo assinaram um termo de compromisso, e agora as atividades ficam a cargo de cada um. Até então cumprimos a nossa parte de dar asas aos sonhos das pessoas”, diz ele, com a expectativa que a volta do desfile de rua em Limeira atraia também visitantes da região.
Os blocos participantes, que receberam os recursos, estiveram envolvidos no planejamento do carnaval desde abril. Quanto aos equipamentos da estrutura no local do desfile, serão locados por meio de pregão.

Publicado na Gazeta de Limeira.

Nova tentativa de homicídio por ciúmes deixa dois baleados


Daíza Lacerda

Mais um caso de violência causada por ciúmes foi registrado na noite de anteontem. Desta vez, teve um preso e quase duas mortes. A ocorrência foi em um bar do Jardim Nova Suíça.
O lavrador C.L.S., 63, foi preso em flagrante por tentativa de homicídio após atirar contra a ourives L.M.D., 31. Ele acertou L. no abdome e uma segunda vítima na cabeça, o frentista C.A.S., 52, que frequentava o local no momento. A ourives estava acompanhada da auxiliar de limpeza R.M.A.S, 49, que não foi atingida.
O acusado, que estaria há meses ameaçando L., chegou ao bar pouco antes das 22h. Ele, segundo informações do boletim de ocorrência, manteve relação extraconjugal com ela durante alguns meses, até a vítima terminar o relacionamento. Quando a ourives viu o ex chegar, pediu que fosse embora, então o lavrador sacou um revólver calibre 32. Uma terceira pessoa tentou intervir, mas o acusado atirou na direção de L. e R., acertando, além da ex, o frentista.
O acusado fugiu por um terreno baldio, próximo do estabelecimento, onde foi localizado e detido com a arma do crime, com dois cartuchos, dos seis disponíveis, usados, além das munições que trazia no bolso.
C. confessou a tentativa e informou que a decisão de matar a vítima foi tomada por ciúmes, ao saber que ela estaria namorando. A arma do crime teria sido adquirida na noite do atentado. As vítimas foram socorridas na Santa Casa. O frentista estava com quadro clínico estável e L. foi submetida a procedimentos cirúrgicos e continua internada.

Publicado na Gazeta de Limeira.

sábado, 12 de fevereiro de 2011 | By: Daíza de Carvalho
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Dengue já soma 7 casos em Limeira; secretário alerta para prevenção de viajantes

Secretário Municipal de Saúde Gerson Hansen Martins fala da situação em Limeira:

Curiosidade - Motorista espanhol engole notificação de multa

Calor continua com possíveis pancadas de chuva

Previsão do tempo com o professor Hiroshi Yoshizane, da Unicamp:

Com alta nos "flagras" de equipamento da Anhanguera, Limeira terá mais radares dedo-duro

Tenente Jivago fala sobre o índice das multas e dos novos radares que serão usados em Limeira:

Eliseu questiona Prefeitura sobre possível rodízio de veículos na cidade

Bruna Lencioni/Daíza Lacerda

O vereador Eliseu Daniel dos Santos (PDT) protocolou requerimento na Câmara Municipal que questiona a Prefeitura sobre um possível rodízio de veículos em Limeira.
O parlamentar reconhece que a medida é polêmica, mas, na visão dele, seria possível implantar o sistema nas regiões que mais sofrem com o grande fluxo e trânsito lento.
O requerimento ainda não foi levado ao plenário para ser discutido. Para ser encaminhado à Prefeitura, que tem 30 dias, prorrogáveis pelo mesmo período, para responder, o requerimento precisa ser aprovado pela maioria dos vereadores no plenário.
Eliseu sugere que seja feito um estudo para possível rodízio na região central, principais avenidas e anel viário. “As ruas e avenidas de Limeira não foram projetadas para receber tantos veículos, daí porque a redução do número de automóveis trafegando, contribuindo para a fluidez no trânsito e reduzindo a emissão de poluentes”, justifica.

MOTORISTAS REPROVAM
A possibilidade de adoção de rodízio em áreas do Município não foi bem recebida pelos motoristas consultados pela Gazeta. Embora reconheçam as complicações cada vez maiores no trânsito da cidade, acham que o rodízio é demais como providência. “Sou contra, como iria fazer, se preciso do carro todo dia? É difícil achar vaga, mas ainda não é para tanto”, disse a dona de casa Maria José Ulrich Santa Rosa, de 46 anos.
Rosângela Barbosa, 39, acha que a medida é até viável, mas só para quem tem mais de um carro. “E quem depende só de um carro todo dia, como é que faz?”, questiona.
“Quais são as cidades do interior que têm rodízio?”, indaga o aposentado Clóvis Stipp, 79. Ele reconhece que o trânsito está piorando, mas ainda é tolerável. “É só evitar os horários de pico. Nessas horas, com rodízio ou sem, haverá transtorno do mesmo jeito”, opina.

Publicado na Gazeta de Limeira


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011 | By: Daíza de Carvalho

História viva - Ponto Um

Roberto Lucato cita em sua coluna, Ponto Um, trabalho a ser desenvolvido sobre os 80 anos da Gazeta de Limeira:

Curiosidade - Ladrão rouba e pede desculpas

Usuários continuam sem abrigo de ônibus na Praça do Museu

Daíza Lacerda

Esperar um ônibus para ir trabalhar ou voltar para casa já é considerado, por muitos usuários, uma tarefa ingrata, devido ao tempo de viagem e de espera, além da falta de assento, situação que não se limita só no interior dos ônibus.

Na Praça Coronel Flamínio Ferreira, do prédio do Museu, os passageiros estão há meses sem abrigo no ponto da Rua Carlos Gomes. Sentar, só se for no chão. Proteção do sol é para quem consegue lugar à sombra no quarteirão, que fica lotado de trabalhadores, crianças e estudantes nos horários de pico. Proteção da chuva é para quem tem a sombrinha ou guarda-chuva sempre à mão.
A situação deixa os usuários indignados, que chegam a ficar meia hora esperando os ônibus. Outros não fazem cerimônia e sentam-se ao chão mesmo, ou em tijolos amontoados das obras do prédio do Museu.
O motorista Josué Mendes, 70, só tem assento garantido enquanto está trabalhando. Mas na condição de passageiro durante a espera pelo ônibus, se acomoda sobre os tijolos da praça, a exemplo de outros trabalhadores que esperam a condução para voltar para casa. “Parece até que é de propósito, para nos acostumarmos a ficar de pé. Mas reclamar nunca resolve, o povo precisa é apelar ao Ministério Público para ter respeito”, desabafa.
“A situação está impossível, porque precisamos esperar ônibus todo dia, faça chuva ou faça sol, e por muito tempo. Ainda espero de pé com a minha filha, pois a pego na creche após sair do trabalho”, diz a empregada doméstica Sônia Aparecida dos Santos, 40.
Já Vera Lúcia de Oliveira Silva, 49, espera um ônibus após descer de outro. “Está difícil. Ando com o guarda-chuva para me proteger do sol, porque esperar neste calor não está fácil não”, disse.
A assessoria da Prefeitura informou que “segundo o Secretário dos Transportes, Rodrigo Oliveira, a pasta já realizou a solicitação às empresas de transporte coletivo de Limeira para que sejam recolocados os abrigos de ônibus na Rua Carlos Gomes, na Praça do Museu. O serviço está previsto para ser executado até o dia 18, sexta-feira da próxima semana”.


Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa