terça-feira, 23 de fevereiro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

O senso crítico sepultado pelas redes sociais

Daíza Lacerda

Ler é um dos hábitos que mais contribui para o nosso senso crítico. Mas essa recomendação é de uma época em que não existia a rede social virtual. Agora, partimos para uma cultura de leitores de títulos. Foi assim que um golfinho "morreu de selfies" na semana passada. As pessoas mal acabam de ler a primeira linha e replicam sem o mínimo questionamento. Um vício normal num mundo em que todos têm o poder do verbo na ponta dos dedos. Pode-se achar o que quiser, xingar quem quiser, repercutir o que quiser, independentemente se o farto é real ou falso.
Em nossa rotina na redação, aparecem casos que parecem, de fato, inventados, mas só vai para o papel aquilo que foi apurado, checado com fontes, a princípio, confiáveis. É mais responsabilidade do que parece. Como num caso em que começou a pipocar a informação de que uma pessoa reconhecidíssima no meio social de outras épocas havia morrido. Vários convivas garantindo que era verdade. Menos a funerária. Pessoas que não se deram ao trabalho de pegar o telefone e ligar para a casa da pessoa. O que ouvi do outro lado da linha foi um "Jesus, misericórdia! É claro que está viva!". Gravemente doente, a pessoa pereceria pouco tempo depois. De verdade.
Checar a procedência deve ser regra para quem escreve e para quem lê. Mas não deixa de ser uma falta parcialmente justificável pelos leitores, já que inúmeros veículos respeitáveis têm escorregado na apuração, em meio à corrida louca pelo furo virtual. Sob a bandeira de que "saiu em tal portal", verdades duvidosas têm sido propagadas. Inclusive da causa da morte do golfinho.
Alguns fatos são tão absurdos que berram por uma confirmação. Foi o que senti ao ler sobre a Cláudia Leitte ter sido beneficiada em edital do governo para captação de alta cifra em recursos fiscais para produzir um livro. Ainda tentei confirmar se não era notícia do Sensacionalista, um portal declaradamente inverídico. Não era.
Uma coisa é não ser imune a erros, como todos não somos. Erros de apuração e fontes que voltam atrás na declaração são situações às quais estamos sujeitos. Outra é a má-fé, da qual foi vítima o jornalista Leonardo Sakamoto. Um jornal mineiro publicou uma entrevista falsa com ele, possivelmente usando fragmentos de seus escritos em seu blog de forma descontextualizada, no qual ele partiria contra idosos e aposentados. Mesmo com a retratação do veículo, o estrago estava feito, com Sakamoto recebendo milhões de ameaças. De pessoas que provavelmente não pesquisaram a fundo a trajetória do jornalista. Tampouco a credibilidade do veículo.
O grave é que essa situação será muito potencializada agora, no período eleitoral. Cada um repassa o que lhe agrada, defendendo ou culpando, sem nenhuma análise aprofundada. Discursos serão engolidos como suco gelado numa tarde quente, sem que se olhe para trás e se pese o quanto avançamos ou regredimos, de fato. As pessoas vêm perdendo o poder da análise e argumento, que se conquistam com o tal senso crítico, e indo muito além de um título.
Não há democracia na rede social. Ali, reina o controle das nossas preferências, de mostrar e ver o que se deseja, comprar passivamente "ideias" vendidas. Sem olhar e pensar fora da timeline, continuamos distantes da pátria justa que tanta gente busca. Só que não dá para ter uma boa discussão (virtual ou cara a cara) no grito. E não é fácil formar ideias. Exige dedicação e tempo. Muito além do instante de um clique.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Ao mestre

Professor Marcos Neves morreu. Soube há pouco pela rede social, na qual ele vinha anunciando o seu desfecho. Ao que tudo indica, os remédios normais não aliviaram a pressão.
Justamente nesta semana abordei em minha coluna a situação da educação, em especial o ensino público estadual paulista. Mas é iniciado um novo ano letivo, e será que alguma coisa vai mudar? Um único aluno, que seja, será inspirado dentro de uma sala de aula deste Estado? Alguém que não verá o estudo como um martírio, mas uma oportunidade?
O professor Marcos foi alguém que me inspirou. Mais de uma década atrás, quando equilibrava o "colegial" noturno na EE Gustavo Peccinini com o trabalho no comércio em tempo integral, ele foi um que usou seus horários de HTPC para dar aulas de redação. Numa época que quase ninguém cogitava isso, ele encorajava seus discípulos a tentarem o ensino superior.
O mestre é também um dos culpados pelo ofício que escolhi. A dedicação ao treino do uso correto e criativo das palavras devo a ele. Aquela chatice de corrigir sem cerimônia quem fala ou escreve errado, herdei dele. Sob as suas aulas consegui até ganhar um prêmio de redação. A incursão na literatura também foi culpa dele. Ensinou a enxergar obras como um passaporte para artes que imitam a vida, e não como mera obrigação escolar.
Acho que o professor foi uma vítima desse sistema arcaico de educação tanto quanto os milhares de alunos que são ejetados para o mundo sem noção alguma do básico (inclusive por falta de dedicação deles próprios). Mas não foi uma vítima passiva. Nos últimos tempos, enveredou numa militância política que mobilizou muita gente. Não acompanhei de perto. Por hábito e ofício, preferi me abster de alguns posicionamentos, e guardá-los para mim.
Mas o mestre não tinha papas na língua. Uniu-se a gente de índole duvidosa, é verdade. Ele mesmo não era nada santo. Mas a sua bandeira sempre foi a busca de um ensino digno, ainda que vociferasse desaforos por isso. Principalmente a quem merecia recebê-los. Embora nem sempre aprovasse os seus modos, entendia (e muitas vezes concordava com) os seus motivos. No fundo, acho que apenas tolerava as pessoas. Amava mesmo somente os seus bichanos.
O professor Marcos provavelmente mandaria eu me lascar se desejasse que descansasse em paz. Tenho minhas dúvidas se era mesmo a paz que ele queria. O que faz um combatente sem ter o que combater? Era um educador, jamais se licenciaria dessa missão de vida.
Somente ele sabia o peso da própria cruz. Não dos inúmeros receituários médicos, mas aquela que a ciência não pode diagnosticar. Mas se ele, que era persistente pra caramba ao ponto de ser chato, entregou os pontos, talvez não valesse mesmo a pena prolongar o sofrimento. Quem decidiu foi ele.
O professor Marcos desistiu. Mas, para mim, ele foi um dos primeiros a mostrar que existe um horizonte que nós, filhos da escola pública, teimamos em não enxergar (e buscar).
Que a farra seja boa onde quer que você esteja, mestre.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

O fim do começo na educação

Daíza Lacerda

"Estamos no fim do começo. Não no começo do fim". Foi citando Churchill que o filósofo e educador Mário Sérgio Cortella situou a condição da educação do Brasil, em entrevista publicada ontem no Estadão (bit.ly/20WaLoT). Em sua análise, estivemos em situação bem pior, com exclusão na educação básica e analfabetismo adulto que, ainda que permaneça "vergonhoso", saiu de patamares piores.
Para Cortella, o Brasil começou a sair da indigência na área da educação escolar nos últimos 30 anos. Reconhece que não é o bastante, mas indica um caminho possível. Pontua como problemas tudo aquilo que passará ao largo, daqui para frente, no período eleitoral, em que números serão uma espécie de realidade virtual. Afinal, ter crianças na escola não garante, necessariamente, o provimento de educação.
"Não basta colocar crianças na escola em larga escala, é preciso que elas permaneçam e tenham uma educação que seja relevante para a vida coletiva. Não só com capacitação técnica, mas com base em cidadania. Em segundo lugar, precisamos de uma nova qualidade de ensino, com uma estrutura mais voltada para o século 21", defendeu o filósofo, citando o choque entre alunos do século 21, professores do século 20 e metodologias do século 19.
É por isso que a escola ainda é mais vista por muitos alunos mais como um fardo do que como um passaporte para o conhecimento, aquele que seduz. Exceto pelos aspirantes a matemáticos ou engenheiros, quem é que nunca se fez a pergunta "quando é que eu vou usar isso na minha vida?", diante de uma equação? Talvez porque nunca tivesse sido mostrado o sentido ou o contexto daquilo. Esse detalhe fugiu da classe.
E trata-se de uma necessidade urgente, defendida pelo matemático russo Edward Frenkel. Em passagem por Portugal, declarou a um veículo daquele país (bit.ly/1TOiGNi) que uma das razões de muita gente ter uma relação traumática com a matemática é a ênfase na resposta, em vez de encorajar que os alunos sejam curiosos. Além disso, "a maioria dos conteúdos que são ensinados nas aulas de matemática têm mais de mil anos e isso é verdadeiramente escandaloso e seria impensável numa aula de Ciências. (...) Continuamos a repetir fórmulas antigas, sem estabelecer nenhuma ponte com o mundo atual".
Nas palavras de Frenkel, "a escola não expõe os alunos à verdadeira beleza da matemática". Assim como não deve ser tão fácil para muita gente se dedicar à química com um brilho no olhar digno daquele de Walter White, o professor e protagonista da série Breaking Bad. Ou sentir euforia na obrigação de ler Machado de Assis. Quem irá derrubar esse muro, e quando? O Enem, por exemplo, exige do candidato análise e raciocínio globais que não são regra no ensino público. É o governo cobrando aquilo que não garante em sala.
Ontem, em Limeira, cerca de 24 mil alunos voltaram às salas de aula da rede pública estadual. Começa o ano letivo sob um plano de educação, e quando a reorganização escolar ainda é uma dúvida entre a imposição e a aceitação que escorregam na falta de discussão. Inicia-se um ciclo que pode parecer banal. Mas também é dentro das salas que é determinado se, no futuro, registraremos mais casos de tráfico envolvendo adolescentes ou estudantes se destacando em pesquisas. Se alunos serão seduzidos ou reduzidos.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Muita desgraça para achar graça

COLUNA RELEITURA - 09/02/2016

Muita desgraça para achar graça

Daíza Lacerda

O brasileiro é mesmo muito hipócrita. Reclama horrores da política, da economia, dos rumos perigosos que o país vem tomando. Mas... não há tempo feio no carnaval!
Enquanto o país de passos lentos para de vez para a folia, as letras surgem, quase tímidas, espremidas ao lado da foto da mulher nua: "País caminha para a pior recessão de sua história". Mas vamos deixar para lembrar disso depois da quarta-feira de cinzas, depois do transtorno e mortes na estrada, depois que as alegorias que custaram milhões virarem sucata nos arredores da Marginal Tietê.
Convenhamos: o cunho cultural que um dia foi a razão de ser do carnaval está perdido há décadas. A não ser por núcleos muito específicos país afora, não existem composições, intervenções ou personagens fortes o bastante para atravessar gerações. Nada que tenha aparecido recentemente. Portanto, não há o que justifique, em tempos de crise, minar o potencial produtivo (ou pelo menos a tentativa) durante tanto tempo. Muita gente com coisas para resolver terá que esperar a eternidade de três dias até que o paciente Brasil saia do coma. Gostando do carnaval ou não, sujeita-se a ele.
Quantas vezes na história vimos o brasileiro se mobilizando quatro dias consecutivos ou mais no corpo a corpo para algo que não fosse o "alalaô"? Historicamente, enquanto descansamos ou curtimos, outros povos vão à luta.
Mas também existe a luta invisível no carnaval. Para servir os foliões, a quem pode esbanjar no ano da recessão, mais crianças do que podemos supor são recrutadas para vender, atender, levar. Até sábado, mais de 600 crianças haviam sido identificadas em situação de trabalho infantil em Salvador. Imagine o que não é fiscalizado.
Também é o período em que se torna evidente a nossa animalização. Como os que urinam em plena rua. Pode ser que tenha sido muito diferente em outras épocas. Mas parece que o carnaval consegue extrair o pior de muita gente, em muitos lugares.
Mais uma: numa sondagem do Instituto Data Popular, 61% dos homens abordados afirmaram que uma mulher solteira que vai pular carnaval não pode reclamar de ser cantada; 49% disseram que bloco de carnaval não é lugar para mulher “direita”; e 56% consideram que mulheres que usam aplicativos de relacionamento não querem nada sério. É o que tem para hoje, meninas.
A folia perde força, é verdade. Tanto que, neste ano, apareceram discursos digníssimos em linhas como "não faremos carnaval, vamos usar o dinheiro para comprar uma ambulância". Sério? Agora?
Não saberia dizer até que ponto, hoje, há vantagens econômicas e culturais para cidades que abraçam o carnaval. Mas sei que o custo é alto para quem mora nessas cidades o ano inteiro pagando imposto e não consegue se locomover no próprio bairro em épocas como essa. Com o dinheiro, vêm a sujeira e os danos ambientais (há ongs que trabalham só para tirar plásticos jogado no oceano). Afinal, vantagem para quem?
A contrariedade não é porque o que vai ficar no imaginário das crianças são as letras de cunho sexual. Não é pelos bebês indesejados que vão nascer em novembro. Não é pela energia e dinheiro gastos para colocar tudo em "ordem" depois. Daqui a seis meses não vão lembrar nem qual o enredo da campeã, nem o nome do cara que beijou no bloco. É pelo tempo útil perdido, ano após ano, num país que não se pode dar o luxo de perder tanto tempo. Principalmente agora.
domingo, 7 de fevereiro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Campeonato municipal de corridas inicia com competições de atletismo

Provas são para categorias do infantil ao veterano, com premiação para os primeiros

Daíza Lacerda

Os adeptos da corrida em Limeira já podem programar os treinos para as disputas do 23º Campeonato Municipal de Corrida de Rua nos Bairros. O calendário começa no próximo domingo, com o tradicional torneio em comemoração ao Dia do Atleta, cujas provas serão na pista do Jardim Piratininga. As inscrições devem ser feitas com antecedência.
Para quem não emendou a folga das festas de final de ano com o carnaval, os treinos já começaram, como lembra José Carlos da Silva, o Fumaça, coordenador da Associação Limeirense de Atletismo (ALA), que organiza as corridas com apoio da Secretaria de Esporte e Lazer. De segunda a sexta-feira, a pista é ponto de encontro para os treinos de base, que têm início às 6h30. "É uma iniciação, para fortalecer para o restante do ano", salienta. A agenda inclui circuito de exercícios, rodagem e percursos no asfalto e na terra, além de corrida aos sábados à tarde no Horto Florestal. A ALA oferece aulas gratuitas para adultos e crianças a partir dos 8 anos, nos períodos da manhã e tarde, em horários a serem consultados no local.
As provas começam assim que o carnaval termina, com diversas modalidades no dia 14, na celebração do Dia do Atleta. As provas estão divididas nas categorias infantil (até 15 anos), juvenil (16 e 17 anos), adulto (18 aos 39 anos), veterano 1 (40 a 50 anos) e veterano 2 (51 anos ou mais).
As modalidades disputadas pelo infantil serão 50 metros rasos, 600 metros rasos e salto em distância masculino e feminino. Já a categoria juvenil disputará os 200 metros rasos, 1.000 metros rasos e salto em distância masculino e feminino. A categoria adulto competirá nos 200 metros rasos e 3.000 metros rasos no masculino,  200 e 1.500 metros rasos no feminino e arremesso de peso masculino e feminino. Veterano 1 e 2 disputarão os 200 metros rasos, 1.500 metros rasos e arremesso de peso masculino e feminino.
Para o secretário de Esportes, José Luiz Rodrigues, o evento é importante para a conscientização dos limeirenses para os cuidados com a saúde.“A corrida lembra as pessoas da importância da prática de atividades físicas. Além disso, é um evento democrático, em que toda a população pode participar, desde crianças até os atletas de terceira idade”, disse.
Fumaça ressalta que a pista do Jardim Piratininga é adaptada, ou seja, não atende aos padrões oficiais. A praça de esportes conta com um circuito de cerca de 400 metros, com subida e descida, além de outro plano de 200 metros, em ambiente arborizado.
O evento começará às 7h30, e as inscrições, gratuitas, devem ser feitas com antecedência pelo e-mail jcrs67@hotmail.com, telefone (19) 3039-1760 ou diretamente na pista (Rua Capitão Antonio Esteves dos Santos, s/nº, Jardim Piratininga, ao lado da Câmara Municipal). Não serão feitas inscrições no dia do evento.
Serão premiados os 3 primeiros colocados em cada prova e sexo. As três melhores equipes receberão troféu.
ETAPAS NOS BAIRROS
A associação também já definiu o calendário anual de corridas, que tradicionalmente acontece nos bairros de Limeira. A primeira etapa será dia 28 de fevereiro, no Horto Florestal. A segunda, dia 10 de abril com largada no Caic, no Parque Nossa Senhora das Dores. A terceira corrida acontece em junho, dia 26, no Jardim Ernesto Kühl.
A quarta etapa será em 28 de agosto, com largada no Centro Comunitário do Cecap. Em setembro, a corrida é em celebração ao aniversário de Limeira, dia 15, no Parque Cidade. Em outubro acontece a corrida José Carlos da Silva - Fumaça, em percurso a ser definido. Em duas décadas, o Parque Hipólito sediou a disputa, que teve o ponto de largada transferido para o Parque Cidade no ano passado, passando por vias da região, como o viaduto Prefeito Paulo D'Andréa. O encerramento, com a sexta etapa, acontece em 6 de novembro, na pista do Jardim Piratininga. Mais informações na página http://www.facebook.com/ala.limeira.

Reordenamento: entidade pronta para assumir gestão em março

Projeto será enviado à Câmara; outras duas casas devem ser viabilizadas

Daíza Lacerda

A partir de março, Limeira deve colocar em prática as diretrizes do reordenamento, seguindo as normas para o acolhimento de crianças e adolescentes obrigatórias a partir de 2017. Resta apenas a aprovação da Câmara Municipal para o Ceprosom formalizar o convênio de um ano com a entidade Aldeias Infantis SOS Brasil.
A presidente da autarquia, Ana Maria Sampaio, explicou que já existe um cronograma de trabalho a partir de março, com equipe pronta para assumir. No final do ano passado, a Câmara deu aval para uma subvenção inicial, referente ao período em que a entidade realizaria os levantamentos para formular o planejamento de trabalho. Por dentro da realidade do município e com a aprovação dos conselhos, a Aldeias está pronta para assumir a gestão das duas casas-lares atualmente administradas pelo Ceprosom, com o compromisso de colocar em funcionamento outras duas, além de um escritório de atendimento.
Deve ser submetido à Câmara o projeto detalhado de trabalho, além do orçamento, já previsto nas contas do Ceprosom, de R$ 1.537,476 para o convênio anual. Ana Maria explica que, se a gestão ficasse por conta da própria autarquia, o serviço seria mais dispendioso.
Apesar do Ceprosom continuar como a porta de entrada dos acolhimentos determinados pela Justiça, a entidade é que decidirá a dinâmica das casas e a destinação dos jovens entre elas, conforme o perfil. Mesmo as casas alugadas atualmente podem passar por mudanças, conforme o conceito adotado pela entidade.
O objetivo é que a criança ou jovem permaneça o menor tempo possível acolhido, mas que, naquele período, a moradia se aproxime de um lar comum. Atendendo à regra de não separar irmãos, meninas e meninos da mesma família atualmente separados na Casa da Criança e Nosso Lar devem ser unidos numa das casas lares. Com o início da atuação da entidade, será congelada a entrada nessas instituições, que manterão as suas próprias gestões e não poderão ultrapassar 20 acolhidos. Já as casas lares poderão ter até 10 crianças e jovens cada. Na última semana eram atendidos 16, incluindo duas mães adolescentes com seus filhos. Enquanto há situações em que adolescentes não passam de dois dias acolhidos, as permanências mais longas são de pelo menos um ano.
O município ainda é cobrado sobre a situação numa ação civil pública, a qual o convênio encaminhado deve resolver as pendências e prazos. A escolha da entidade teve aval da Vara da Infância e da Juventude, devido ao reconhecimento da atuação da Aldeias também no exterior.
O convênio poderá ser renovado anualmente e, assim como as outras instituições do município, os trabalhos terão supervisão técnica do Ceprosom, com acompanhamento do trabalho.


Publicado na Gazeta de Limeira.

Câmara de Cordeirópolis inicia licitação para reforma do prédio

Edital está disponível para consulta e ainda não há prazo estimado para início das obras

Daíza Lacerda

Interditado desde agosto de 2012, o prédio da Câmara de Cordeirópolis pode voltar a ser aberto ao público neste ano. Com aval do Judiciário e projeto pronto, o Legislativo lançou edital para a contratação de empresa para a reforma, com custo estimado em R$ 1 milhão.
Inaugurado em dezembro de 2010 e ocupado em meados do ano seguinte, o imóvel apresentou problemas estruturais com praticamente um ano de uso, levando à interdição da Justiça. Apenas o subsolo era usado pelo setor administrativo, mas infiltrações intensificadas também naquele local levaram ao esvaziamento total do prédio no final do ano passado, ainda que sem determinação judicial.
A questão foi parar no Ministério Público, que ajuizou ação de improbidade administrativa e cobra, ainda, ressarcimento por parte de três das empresas participantes da construção. Com base em laudos, a Promotoria aponta que a sucessão de erros na obra a encareceu em quase o dobro do preço inicial estimado, de R$ 2,2 milhões. Fracionamentos teriam custado R$ 1,8 milhão, levando ao custo total de R$ 4,1 milhões. Foram responsabilizados os presidentes legislativos dos períodos e as empresas.
OBRA
Ainda não há prazo estimado para as obras, o que dependerá do andamento do processo licitatório. "Damos mais um passo importante para colocarmos o prédio do Legislativo de Cordeirópolis novamente em funcionamento. No entanto, não podemos prever quantos meses levará essa etapa. Existe a possibilidade de recursos e isso demanda tempo", lembra o presidente da Câmara, David Bertanha (PPS).
No primeiro semestre de 2015 foi contratado o projeto da obra, elaborado pela Valente Sistemas Construtivos, vencedora do certame. Além da elaboração dos projetos de arquitetura, executivos complementares e fiscalização, é a empresa que vai acompanhar toda a reforma do prédio.
EDITAL
As empresas interessadas em participar da Tomada de Preços podem consultar as regras pessoalmente nas dependências da Câmara Municipal, que está funcionando provisoriamente na rua Carlos Gomes, 597, no Centro. O edital e seus anexos podem ser consultados das 9 às 16h, de segunda à sexta-feira. Além do quadro de aviso, a consulta ainda pode ser feita junto ao Departamento de Compras e Licitações. Nesse caso, as empresas interessadas em participar do certame devem entregar uma mídia virgem para gravação das regras em CD-Rom.
Conforme o edital, os documentos serão recebidos pela Câmara Municipal até o dia 23 de fevereiro, às 9h. Trinta minutos depois está prevista a abertura de todos os envelopes entregues.
Até que os reparos sejam executados, o Legislativo de Cordeirópolis continuará funcionando em três locais - casa alugada para atividades da parte administrativa, imóvel alugado para os vereadores e seus assessores, e também dependências do Centro de Convivência do Idoso. É nele que ocorrem as sessões semanais.


Publicado na Gazeta de Limeira.
sábado, 6 de fevereiro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Folia tem imposto salgado na maioria dos produtos

Daíza Lacerda

Quem está pronto para aproveitar o carnaval deve preparar também o bolso. Vários itens usados na folia têm quase a metade do preço em impostos, com alimentos, fantasias e bebidas entre os mais tributados.
O levantamento é do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e aponta que a folia fica indigesta principalmente com as bebidas, que impulsionam os índices de tributos arrecadados pelo governo. A caipirinha tradicional (cachaça e limão) aparece em primeiro lugar, com 76,66% de tributos, seguida pelo chope, com 62,20%. A lata ou garrafa de cerveja tem 55,60% de impostos, enquanto as de refrigerante são 46,47%. Já ao preço da água mineral tem 37,44% de impostos conforme apurou o IBPT. 
Quem pretende sair às ruas fantasiado também vai arcar com altas taxas. Uma fantasia de tecido, por exemplo, tem carga tributária de 36,41%; máscara de plástico, 43,93%; ou confeccionada com lantejoulas, 42,71%; o apito, 34,48%; colar havaiano, 45,96%; o spray de espuma, 45,94% e o confete, 43,83%.
VIAGENS
Mesmo quem pretende fugir da folia e aproveitar o feriado para viajar, não conseguirá escapar dos impostos, tendo que desembolsar 22,32% dos tributos sobre passagem aérea e 29,56% sobre o valor da hospedagem. Mesmo o pacote para acompanhar de perto os desfiles das escolas de samba não está isento, com até 36,28% em tributos embutidos na hospedagem, ingresso e transporte até o sambódromo.
Para o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike, a elevada carga tributária sobre esses produtos deve-se ao fato de serem considerados supérfluos pelo legislador. "Devido à intensa procura por esses itens, eles acabam sofrendo aumento de preço nesta época do ano, e a tributação excessiva sobre o consumo é uma das principais causas disso acontecer”, explica. Ele aproveita para dar uma dica aos foliões. “Para evitar a mordida do leão é simples: basta usar a criatividade e restaurar roupas e acessórios antigos para incrementar a fantasia”.


Confira a carga tributária de
itens consumidos no Carnaval:


Água de coco: 34,13%
Água mineral: 37,44%
Amendoim: 36,54%
Apito: 34,48%
Biquíni com lantejoulas: 42,19%
Caipirinha: 76,66%
Cerveja (lata ou garrafa): 55,60%
Chope: 62,20%
Colar havaiano: 45,96%
Confete/Serpentina: 43,83%
Fantasia - roupa com arame: 33,91%
Fantasia - roupa tecido: 36,41%
Guarda-sol: 37,14%
Hospedagem em hotel: 29,56%
Máscara de Lantejoulas: 42,71%
Máscara de Plástico: 43,93%
Óculos de sol: 44,18%
Pacote hotel, ingresso e van - Desfile de carnaval: 36,28%
Pandeiro: 37,83%
Passagem aérea: 22,32%
Preservativo: 18,75%
Protetor solar: 41,74%
Refrigerante (garrafa): 44,55%
Refrigerante (lata): 46,47%
Sorvete (massa ou picolé): 37,98%
Spray espuma: 45,94%

Fonte: IBPT

Publicado na Gazeta de Limeira.

Com Rubi, expectativa é zerar demanda de aluguel social

Daíza Lacerda

Apesar de uma nova lei permitir a ampliação de prazo à famílias beneficiárias do aluguel social, a expectativa é que a demanda seja zerada ainda este ano. A projeção é da presidente do Ceprosom, Ana Maria Sampaio, considerando a entrega das 900 moradias do Residencial Rubi, prevista para o início do segundo semestre.
Conforme Ana Maria, a média mensal é de 65 famílias vinculadas ao programa, mas no final de 2015 houve um salto para 85. A hipótese é que a alta tenha sido provocada pela dificuldade financeira perante a crise, já que o principal motivo que leva as famílias a buscarem o aluguel social é o despejo.
Entre outros motivos, estão interdição de imóveis devido a catástrofes naturais e jovens que atingem a maioridade e saem de abrigos sem ter para onde ir. Também são atendidas pessoas em situação de rua que passaram pela Casa de Convivência e se mostram aptas às ações independentes.
O custo com o programa subiu de R$ 398.152,57 em 2014 para R$ 432.782,64 no ano passado, mas dentro da previsão orçamentária de R$ 450 mil, como ressaltou Ana Maria. A pessoa ou família precisa atender alguns requisitos, além de ser a responsável por encontrar um fiador e o imóvel.
Inicialmente, o programa permitia a permanência de seis meses, renovável por mais seis. A maioria ultrapassava esse prazo inicial, e nova regulamentação municipal sobre os benefícios sociais permite até 18 meses.
Além da avaliação semestral, as famílias são acompanhadas mensalmente pelos serviços, conforme Ana Maria. "O objetivo não é o benefício pelo benefício, mas a inserção da família nos serviços", ressalta.
Todas as famílias dependentes do aluguel social até agosto foram incluídas no processo para o Residencial Rubi, já que uma cota foi indicada pela autarquia. Outra possibilidade é o Minha Casa, Minha Vida Entidades, recentemente aprovado pelo governo federal.

Publicado na Gazeta de Limeira.

Preparada nova licitação para coleta de lixo

Daíza Lacerda

Após cinco anos, a prefeitura prepara uma nova licitação para o serviço de coleta e manejo de lixo doméstico. Desde 2011, a Tecipar executa o serviço, tendo o contrato de um ano renovado.
O secretário de Obras e Serviços Públicos, Marcelo Coghi, explicou que a renovação é permitida em contratos de serviços essenciais, a exemplo da coleta de lixo e capinação. No entanto, esgotaram-se as possibilidades de renovação. "A renovação ocorre sempre que for vantagem para o poder público", acrescentou, já que uma licitação anual poderia acarretar contratempos no serviço com a troca de empresas.
No último ano, o serviço custou cerca de R$ 28 milhões, sem considerar a correção da inflação. Ainda não há estimativa de quanto poderá custar no próximo contrato, mas o certo é que não se trata de serviço para empresas pequenas, como salienta Coghi. "É um custo de administração e manutenção muito grande, é preciso ter muitas máquinas. Além da coleta, é feita a destinação dos resíduos. São 90 mil litros de chorume por dia, que são transportados em três caminhões-tanque para Paulínia", informa. Já a coleta chega a 200 toneladas de lixo por dia.


Publicado na Gazeta de Limeira.

Execução de calçadas pode ser retomada em dois meses

Daíza Lacerda

Foi concluída a concorrência pública para eventual contratação de serviços de manutenção de calçadas e passeios de áreas e prédios públicos. A empresa Romaréllo venceu o certame com o menor valor, de R$ 1.799.649,50. O serviço consiste na execução de calçadas e rampas de prédios públicos, que tem demanda remanescente após o fim do último contrato.
Secretário de Obras e Serviços Públicos, Marcelo Coghi explica que, a exemplo do contrato anterior, o valor da licitação não necessariamente será usado na íntegra. O último contrato terminou em setembro passado, com R$ 1,8 milhão gasto dos R$ 2,5 milhões empenhados.
Apesar da publicação da classificação das concorrentes e dos preços, ainda há prazo de cinco dias úteis para eventual recurso. Se isso não ocorrer, a assinatura do contrato pode ocorrer em cerca de 30 dias. Já os serviços devem demorar mais para ser retomados.
Coghi explica que ainda será analisado no orçamento o quanto da  verba será disponibilizada para o serviço. Portanto, ainda não há projeção do quanto vai ser empenhado, o que dependerá também das contas de outras demandas. Esse trâmite deve demorar ao menos 60 dias.
Quando o serviço for retomado, a prioridade será locais como escolas e pontos de ônibus, já que o contrato prevê também a acessibilidade, com rampas.

Publicado na Gazeta de Limeira.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Conselho lista imóveis públicos que serão tombados

Objetivo é proteger patrimônio contra intervenções que os descaracterizem

Daíza Lacerda

Imóveis públicos como o Palacete Levy, prédio Coronel Flamínio (do museu) e complexos ferroviário e do Prada são alguns patrimônios públicos históricos prestes a serem tombados. O consenso é do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Limeira (Condephali), que aprovou uma lista de imóveis públicos que devem receber a proteção formal.
Resta a conclusão da parte burocrática para que a publicação formalize o tombamento, como explicou o presidente do Condephali e secretário de Urbanismo, Alex Marques Rosa. Com isso, os imóveis só poderão receber intervenções se o projeto for aprovado pelo conselho, de forma a manter a caracterização das épocas de sua construção.
O secretário esclarece que o intuito é de controle social sobre qualquer intervenção, além de abrir a possibilidade de buscar recursos para a conservação. Não limita, por exemplo, manutenções que podem ser feitas, ou até mesmo pinturas são permitidas. Já trocas de janela ou portas, por exemplo, que possam descaracterizar o imóvel, demandam estudo e apreciação do conselho.
IMÓVEIS
O Palacete Levy já foi inscrito no livro tombo por conta de uma decisão judicial, mas a situação será formalizada. Já o prédio Coronel Flamínio Ferreira de Camargo, primeiro grupo escolar de Limeira, já é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), pelo vínculo com o Estado em sua origem. Mas receberá também a proteção no âmbito municipal.
Inaugurado na década de 50, o Mercado Modelo configura um dos mais "novos" da lista, que contempla ainda o antigo prédio da Cesp, na rua Dr. Trajano. Atualmente, o local abriga a Vara da Fazenda Pública. A capela Santa Cruz do Cubatão, na avenida Campinas, também será tombada
O tombamento se estenderá em blocos de imóveis, a exemplo do complexo Prada, com a escola, creche e Paço Municipal. Outro complexo é o ferroviário, que terá contemplados o galpão, pátio e estação. As antigas casas dos ferroviários não estão inclusas pelo município ainda não ter a posse das mesmas. O conjunto pertencia à Rede Ferroviária Federal, que foi extinta. Agora, os bens têm de ser passados à Secretaria de Patrimônio da União para, posteriormente, ser pleiteada a transferência para o município.
Também foram aprovados os tombamentos da gruta da Praça Toledo Barros, do Teatro Vitória e dos prédios de três escolas: Etec Trajano Camargo, EE Castelo Branco e EE Brasil. No entanto, devem ser checados possíveis entraves nas escolas, por pertencerem ao Estado.
MUROS DO PRADA
Também foi "enterrada" a ideia de mexer nas muretas do Edifício Prada, intervenção projetada à época que os muros da creche do mesmo complexo foram derrubados sem aval do Condephali. O cancelamento do processo foi formalizado recentemente com publicação no Jornal Oficial.
Alex considera que o projeto contrariava ideias mais progressistas de urbanismo, ao propor tirar espaço dos pedestres em benefício dos carros. Agora, a intenção é oposta, com estudos de aumentar o espaço para circulação de pedestres. Mas a aplicação ficaria para outro momento, devido às questões financeiras.
Já a situação do muro da creche é motivo de cobrança judicial. O conselho optou por uma medida chamada princípio de distinguibilidade, em que a diferença do antigo para o novo deve ser marcada com a colocação de gradis. É a opção para não construir muros falsos à moda antiga e formalizar a intervenção feita à revelia do conselho em 2012.


Publicado na Gazeta de Limeira.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Estragos ainda são herança das chuvas de janeiro nos bairros

Áreas danificadas estão à espera de solução; obra de recuperação pode chegar a R$ 180 mil

Daíza Lacerda

As chuvas da primeira quinzena de janeiro, principalmente a do dia 12, quando a precipitação foi acima de 100 milímetros (mm), deixaram estragos que ainda não foram totalmente solucionados. Parte deve receber manutenção a partir desta semana, mas há danos que demandarão licitação, com custo superior a R$ 100 mil.
No Parque das Nações, a passarela que liga o bairro ao Cecap, na rua Josino Alvarenga Guimarães, passa por obras para a recomposição de um dos acessos. A previsão é que o serviço seja concluído no final desta semana, caso não haja imprevistos. É o que afirma o secretário de Obras e Serviços Públicos, Marcelo Coghi.
Ainda no Nações, duas situações permanecem a mesma de meados do mês passado na rua Joaquim Pompeu. A primeira é o deslizamento de terra numa área verde, que cedeu com o volume da enxurrada, comprometendo o pavimento. Parte da calçada cedeu, mas o tráfego no local permanece normal, senão por alguns cavaletes sinalizando a área.
Metros à frente está o acesso à passarela de madeira que liga duas áreas do mesmo bairro. A sustentação de terra um dos lados cedeu, deixando a passagem suspensa sobre madeiramento da própria estrutura. O risco não inibe pedestres, que preferem se arriscar a dar a volta na extensão de toda a área. "A passarela é bastante usada, muita gente atravessa para trabalhar nas fábricas de joia", relatou o morador Lupércio Correa, de 46 anos.
Na rua Manoel Queiroz, no Jardim Boa Vista, a erosão que, no dia da chuva, levou apenas terra, já engoliu metade de uma das faixas, que permanece sinalizada.
Coghi explicou que as providências para a passarela da área verde do Nações devem ter início após a conclusão da outra que liga o bairro ao Cecap. Já no deslizamento, a providência possível seria a construção de uma mureta para impedir ou minimizar a ação da água.
No Jardim Boa Vista, está programada a colocação de grandes sacos com uma mistura de terra e cimento para preencher o que a chuva levou. O material deve recompor a parede até a altura do pavimento, para construção da calçada. Conforme o secretário, a estrutura é segura, pois a ação da água faz com que o material endureça, formando blocos. Recurso semelhante foi usado na ponte sobre o ribeirão no anel viário, próximo da avenida Araras.
DRENAGEM
A rede de drenagem também sofreu danos, e parte ainda tem o conserto em fase de orçamento, como informou Osmar da Silva Júnior, presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). De acordo com ele, os locais citados não têm relação direta com a rede de drenagem, mas outras situações, como afundamentos, já passaram por correção. No entanto, outros locais demandarão mais recursos para uma solução definitiva. É o caso da rua Hélio Guzela, no Jardim Roseira, onde ocorreu o rompimento do muro ala, que levou também a tubulação e parte da rua. O custo do estrago é estimado na ordem de R$ 180 mil, devido ao grande volume de terra a ser movimentado, além do aterramento. Será aberta licitação para o serviço.


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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Fevereiro começa mais quente após janeiro mais chuvoso

Daíza Lacerda

Fevereiro começou com a temperatura máxima de 34,4ºC, registrada às 17h de ontem pela estação meteorológica da Faculdade de Tecnologia (FT/Unicamp). O mês acompanha a alta registrada durante a última semana de janeiro, que teve como pico os 34ºC, na tarde do último domingo.
Janeiro também teve quase o triplo de volume de chuva registrado no mesmo mês em 2015, fechando com 299,5 milímetros (mm). A precipitação, calculada pela estação da Unicamp, localizada no Jardim Nova Itália, é superior à média histórica de 255 mm, calculados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No ano passado, o mês teve 115,3 mm de chuva.
As temperaturas mínimas também têm aumentado, com manhãs mais quentes. Estavam entre 17ºC e 19ºC na penúltima semana de janeiro, subindo para média de 22ºC na semana passada. As temperaturas acima dos 30ºC têm predominado entre 11h e 19h, conforme os registros da estação dos últimos dias.
Na previsão do Cepagri/Unicamp, a projeção é de predomínio de sol com baixas chances de chuva. Amanhã podem aumentar as chances de pancadas de chuvas à tarde e chuvas mais generalizadas podem ocorrer no fim de semana. As temperaturas permanecem elevadas, com máxima de 33ºC à tarde e mínima de 20ºC na próxima madrugada. O Índice Ultravioleta está no nível máximo, sendo recomendado evitar a exposição ao sol entre 11h da manhã e 16h da tarde.

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A Barbie mudou. E as pessoas?

COLUNA RELEITURA - 02/02/2016

A Barbie mudou. E as pessoas?

Daíza Lacerda

A Barbie mudou. Sua extensa linha agora tem um exemplar com mais massa abdominal, por assim dizer, e outra de estatura mais baixa, unidas a outras representações como a negra. A intenção da fabricante Mattel é "refletir melhor o mundo de suas consumidoras". E, é claro, remediar a expressiva queda nas vendas dos últimos anos. Interessante que a mudança de padrões impostos possa obrigar a indústria também a se mexer. Não a deixa menos hipócrita, mas é um começo.
A verdade é que a Barbie mais gordinha ou mais baixinha não vai melhorar a autoestima de ninguém. Mesmo com características mais próximas de uma mulher real, a idealização está no cerne da boneca. E das bitoladas de plantão. Eu também fui uma criança que sempre quis ter uma coleção e me perder, numa tarde, naquele mundo de sonhos de cuidar da casinha ou viajar nas férias com alguém sarado como o Ken. Afinal, o que mulheres deveriam sonhar em fazer?
O sexismo começa no berço e se alastra na infância, com bebês de brinquedo (seja uma boa mãe!), cozinhas (seja uma boa dona de casa!) e Barbies (tenha um corpo perfeito!). Mas felizmente, ainda que tarde, isso começa a mudar. É o que prova o show que uma menina deu no programa da Fátima Bernardes (bit.ly/20jphGU), questionando o motivo dela ter que gostar de rosa ou do sinal de pedestre do semáforo ser um menino. Por mais carrinhos para meninas e casinhas para meninos.
Mas a necessidade de uma discussão sobre isso em pleno 2016 mostra o tamanho do desafio cultural e social que teremos para as próximas eras, num mundo que ainda trata a mulher com estereótipos, e nem sequer tolera negros, homossexuais e deficientes. É um mundo que não precisa de homem ou mulher como referência, mas de pessoas. De carne, osso e ações. É o que brilhantemente vem fazendo uma editora argentina, a Chirimbote, que já lançou dois volumes da coleção "Antiprincesas", colocando mulheres latino-americanas como protagonistas. As primeiras são Frida Kahlo (pintora mexicana) e Violeta Parra (artista chilena). Mulheres que se impuseram pelos seus ideais e pela arte. Infâncias precisam, cada vez mais, de heroínas e heróis reais. Afinal, de mocinhas que se submetem à magia e aos príncipes, o catálogo da Disney está cheio.
Agora, não é a Barbie sem cintura fina que vai fazer uma futura mulher se descabelar menos com aquela calça que não entra mais. Nem a incipiência das plus size representam mais autoestima no fim da passarela. O mercado sempre vai pregar padrões inatingíveis (senão pela farsa), a quem se sujeitar a ele.
As influências são muito fortes em todos os campos, principalmente para crianças. A lei da idolatria e do consumo dominam tanto que cerceiam qualquer senso crítico entre a utilidade e a futilidade. Discernimento anda em falta nas cartilhas. Adultas e infantis. Afinal, por quê eu preciso de um corpo assim ou assado? Qual a razão de seguir o que é preconcebido em detrimento do que me faz bem? Por quê o que é adotado por uma celebridade tem de servir para mim?
Recentemente li a lista proibida do cardápio do casal Gisele Bündchen e Tom Brady. Entre os alimentos banidos estão azeite, batata e café. Café! Muita gente faria loucuras para ser como a top. Mas, para quê? Que vida ingrata deve ser sustentar tanta fama sem café.

Publicado na Gazeta de Limeira.