quinta-feira, 31 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Morre Tininha de Salvo, ícone do colunismo social

Daíza Lacerda


O brilho da noite e o glamour das festas despediram-se ontem de sua primeira-dama, Tininha de Salvo, que, aos 88 anos, fez história no colunismo social limeirense com sua elegância. "São Pedro que se prepare porque ela vai acabar com o sossego dele!", já avisa um de seus filhos. 

Afinal, vestida de roupa de festa azul decorada com pequenas pedras brilhosas e aparência impecável de quem nunca deixou de se cuidar, mesmo enferma, sua marca era a presença alegre e autêntica na vida social de Limeira.
Maria Christina Paolillo de Salvo, a Tininha, assinou a coluna social da Gazeta de Limeira durante 17 anos, repleta de informações sobre a sociedade limeirense, após convite do então redator do jornal, Roberto Paulino de Araújo, em 1969. Na época, era preparadora de Física e Química do "ginásio" Castello Branco. Foi casada durante 56 anos com Arlindo de Salvo, falecido em 2003, com quem teve os filhos Ana Cristina de Salvo Musa, 62, Arlindo de Salvo Filho, 58, e Sérgio de Salvo, 55. "Era um casamento entre almas gêmeas, disso não há dúvidas. E o segredo era o seguinte: durante 15 dias do mês, o pai fazia o que ela mandava, e nos outros 15, obedecia", contam os filhos, que frisam a personalidade da mãe, que não deixava de falar nada do que pensava, para quem quer que fosse.
"Saber viver. Esta era a marca dela. Ela amava a vida. Sempre gostou de festas e descrevia casamentos como ninguém. Até mesmo meu pai reconhecia que este era um talento dela que ele, como jornalista, não tinha", declara Ana Cristina.
"Ela tinha um padrão que era o de não sair das festas antes do bolo. Ficava até o fim. Com espírito sempre jovem, dizia que a idade está na cabeça das pessoas. Dizia ainda que quando tivesse que morrer, iria contrariada, porque não tinha pressa de ir embora", diz Arlindo Filho.
Sem pressa de sair da vida, como das festas. "Certa vez a acompanhei em um evento, mas avisei que não poderia ficar até tarde, devido a um compromisso na manhã seguinte. Ela se desculpou com o anfitrião de ter saído tão cedo. Mas eram 3h da manhã!", relembra.
Já Sérgio fala do legado deixado à família, que conta ainda com oito netos e quatro bisnetos. "Nos criou com bons princípios, com educação e honestidade, como cidadãos de outro tempo. Deu exemplos e uma ótima criação, soube nos manter num bom caminho", pontua.
Embora o seu jeito autêntico rendesse também inimizades, era muito lembrada com presentes, e guardava todos. O marido a acompanhava nos eventos, presença vaga com sua morte. Em fevereiro de 2007, Tininha sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). "Ela lutou, voltou a falar e a passear, ir ao salão. Nunca deixou de se arrumar, era maquiada diariamente. A lembrança dela é sempre em festa, cantando e feliz", diz Ana Cristina.
Condicionada à vida social de que tanto gostava, Tininha continuou a escrever até 2003, em mais de três décadas dedicadas aos ilustres acontecimentos de sua terra.
Leitora do cronista social Tavares de Miranda, do Rio, ganhou vários prêmios e homenagens, além de ser membro da Academia Limeirense de Letras. Não gostava de passar batido e ficava muito alegre quando a reconheciam. Nelson Petto, que participou de vários eventos com Tininha, lamenta. "Não só a família, mas a cidade perdeu. Foi uma mãe que não tive. Sua marca era o respeito que tinha pela cidade e pelas pessoas. Personalidade forte, sempre objetiva e sincera, não guardava nada para si. Uma mulher exemplar, ímpar", define. Detentor de amplo arquivo sobre Limeira, algumas fotos de Tininha estão em exposição em sua homenagem em celebração ao Dia Internacional da Mulher, no Sempre Vale Prada.
Tininha estava internada desde sábado na Unimed, e faleceu ontem às 7h30 de pneumonia, após uma forte infecção. Foi velada no velório municipal, no qual foram enviadas dezenas de coroas em sua homenagem. Foi enterrada no cemitério Saudade I, às 17h de ontem, sob os cuidados da funerária Bom Pastor.
"Era uma mulher da noite. A lembrança é da alegria e disposição para qualquer festa. Viveu intensamente a vida", finaliza a filha.

Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa
quarta-feira, 30 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Moradores preocupam-se com andarilhos na Praça São Sebastião

Daíza Lacerda

Moradores do bairro e frequentadores da Praça São Sebastião, no bairro Boa Vista, enfrentam transtornos com a presença de pelo menos cinco andarilhos, que estão frequentemente no local.
"Sempre juntam muitos e dormem dentro da fonte. A Guarda Municipal só vem quando os moradores reclamam", diz o aposentado Antônio José de Souza, que frequenta o entorno da igreja São Sebastião.
A maior queixa dos moradores, no entanto, é sobre o lixo deixado no local, além das abordagens para pedir dinheiro na praça, ponto de ônibus e mesmo nas casas. "Eles usam os cantos como banheiros e fica um cheiro que ninguém aguenta. É muita sujeira", diz a dona de casa Silvana Feltran, 46.
"Já reclamamos várias vezes, mas dizem que não se pode fazer nada porque a praça é pública. Como ninguém pode fazer nada?", questiona a moradora Dalva Inês Pradella, 63. "São homens fortes, mas que não querem trabalhar. Já foram levados, mas voltaram porque onde os deixaram precisavam fazer alguma coisa", acrescenta.
A aposentada Lidionette Naletto Venâncio, 78, também se queixa da insegurança no ponto de ônibus na praça. "Eles exigem dinheiro, ficam pedindo enquanto esperamos o ônibus", diz.
De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, serão enviados ao local uma equipe da Guarda Municipal e do Fundo Social de Solidariedade para fazer a averiguação de qual medida será tomada. "Caso estejam fazendo baderna e uso de entorpecentes, a GM irá tomar as medidas cabíveis. Já o Fundo Social tentará encaminhá-los para ajuda", informou.


Publicado na Gazeta de Limeira.
domingo, 27 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Entre controvérsias, máquina que beneficiou café e ajudou Limeira completa centenário

Daíza Lacerda

Há quem diga que Trajano de Barros Camargo teria inventado a máquina de beneficiar café, ao atirar um grão contra a parede com um estilingue, cujo impacto tirava a casca do fruto. A experiência teria sido feita no início da década de 1920.

No entanto, há documento centenário que atestaria que o autor do invento era João Evangelista de Godoy, mecânico, morador de Jaú (SP), conforme patente de 23 de fevereiro de 1911. O registro é guardado por Otto Hornhardt, que coleciona materiais raros. “É uma história equivocada, a da autoria de dr. Trajano. Ele não inventou, mas teve a patente transferida em 1923”, afirma.
A invenção consta no documento, a Carta Patente, assinada pelo então presidente da República, Hermes da Fonseca,
como “um novo ventilador-aspirador para limpar e separar pedras, torrões e outros corpos estranhos do café”. A transferência para a B. Penteado e Cia (Machina S. Paulo), empresa de Trajano, data de 13 de dezembro de 1923, no documento.
Já no Suplemento Histórico da Gazeta de Limeira, publicado em 1980, consta que a patente de um secador de café teria sido vendida por um senhor chamado Nicolino Moreira, que veio a Limeira negociar com Trajano os direitos sobre a invenção.

INDUSTRIALIZAÇÃO

Questões de autoria à parte, a máquina de beneficiamento de café foi uma das produções importantes no cenário pré-industrial de Limeira, alavancado pelas fazendas de café, num pontapé da expansão cafeeira. “A Machina S. Paulo foi a primeira a fazer máquinas para as fazendas, e deu origem às demais indústrias como a D’Andréa, Zaccaria e Fumagalli”, lembra Juliana Binotti, arquiteta do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Limeira (Condephali), e que acompanha a restauração de parte do prédio onde funcionava a “indústria-mãe”, que abrigará um centro comercial.

TRAJETÓRIA

O beneficiamento de outros alimentos, como arroz, foi explorado pelas empresas que nasceram com ex-funcionários da Machina S. Paulo.
Fundada em 1914 pelo dr. Trajano, com o então cunhado Antonio Augusto de Barros Penteado, a produção de máquinas foi iniciada em barracão próxima à linha férrea, no início da atual Rua Dr. Trajano. A família detinha não só os barracões, onde são hoje a Escola do Trabalho e Central de Ambulâncias, mas também a casa onde funcionou a Câmara Municipal e Secretaria Municipal da Educação, atual Procon, e todo o terreno do zoológico, incluindo o lago.
Após a morte de dr. Trajano, sua esposa Maria Tereza de Barros Camargo assumiu não só a empresa, mas também a administração municipal, antes de se eleger deputada estadual, de 1934 a 1937, no pioneirismo da mulher na política.
O Suplemento da Gazeta registra ainda que, após algumas crises (como a de 1929, que afetou o mercado de café, e o início da 2ª guerra), nos anos 40 teve início a produção material bélico, como máquinas de canhão. Mas a fabricação só engrenou após o fim da guerra e a empresa se envolveu em novas dívidas e passou a mesclar a produção, que ia de peças para tratores e caminhões a botijões de gás.
Em meio às dificuldades, a Machina S. Paulo foi vendida em 1962 para a Mercedes-Benz. Segundo Juliana Binotti, a área do zoológico foi doada pela empresa à Prefeitura em 1966, mas os barracões, que se estendiam da Avenida Campinas até a área onde está sendo contruído o Terminal Urbano, ao lado da rodoviária, foram comprados por outras empresas. “A área foi decretada de utilidade pública em 1994. Isso é feito quando existe interesse do município em uso do imóvel voltado para questões sociais”, explica ela, sobre a desapropriação.
Não bastassem os altos e baixos na produção industrial e a situação financeira da Machina S. Paulo, a própria estrutura física de parte dos barracões sustentou por décadas as ações do tempo, até o forte temporal no fim de janeiro, quando ruiu parte da fachada, que passa agora por obras.
No local que marcou época no desenvolvimento industrial de Limeira, serão conservadas as paredes de tijolo que ainda restam, mas o terreno terá construções novas em obra orçada em R$ 7.681.387, 33, que deverá durar um ano.
Do passado, resta ainda um tipo de piscina, que estava aterrada até o início das obras. “Já ouvi dizer que era onde os cavalos tomavam água, mas era uma espécie de lago, um espelho d’água”, diz Juliana. O que ele reflitirá daqui para frente será outro capítulo da história.

Publicado na Gazeta de Limeira.

sábado, 26 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Sobretudo

Coluna da redação da Gazeta de Limeira

EDUCAÇÃO
A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana projeto de lei que prevê a redução de pena para presos que estudam. A proposta, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT/DF), pode não ser a solução para o sistema prisional brasileiro, mas contribuirá com a formação social e intelectual dos detentos. Ainda em educação, o mesmo senador propôs, em 2007, projeto de lei solicitando que todo político eleito seja obrigado a colocar os filhos na escola pública. O documento está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Já pensou se a lei é aprovada?

ROUBOS
Limeira tem vivido nos últimos dias onda de roubos que assusta a população. Durante a semana, operações foram deflagradas para tentar combater e parece que deram resultados. Porém, está claro para alguns que os responsáveis por esses crimes moram em determinada região da cidade. Será que não está na hora de a polícia fazer ações específicas nesta área para tentar prender mais acusados? Se a PM, GM e a Polícia Civil juntarem suas forças e inteligências para combatê-los, a cidade voltará a viver a onda de calmaria. É só querer.

ELEFANTE BRANCO
O novo prédio da Câmara Municipal de Cordeirópolis não deve ser ocupado em abril, conforme previa o presidente, Wilson Diório (PSDB). A sede continua a apresentar problemas estruturais. É um absurdo uma obra faraônica, de quase R$ 5 milhões, estar neste estado mesmo antes de ser usada. O presidente está com um “abacaxi” nas mãos, que pelo jeito será difícil de ser descascado.

SATISFEITOS
Os servidores públicos municipais, assim como o sindicato da categoria (Sindsel), ficaram espantados com o reajuste dado pelo prefeito Silvio Félix (PDT), em reunião na quarta-feira. Segundo eles, o aumento de 7% nunca havia sido praticado no município. Em virtude de a greve ter durado apenas um dia, a proposta oferecida foi um avanço e tida aos servidores como boa. Para a presidente do Sindsel, Eunice Araújo Lopes, foi a melhor dos últimos tempos.

PROGRESSÃO CONTINUADA
A progressão continuada que já foi criticada pela então candidata Dilma Rousseff, em 2010, agora é discutida em diretriz do Ministério da Educação (MEC). A competência da dicussão sobre os métodos de ensino são dos governos municipais e estaduais. Mas o governo federal pode, sim, baixar instruções gerais que prefeitos e governadores seguem ou deixam de seguir, de acordo com as conveniências locais. Agora é esperar para ver como ficam os rumos da educação no Estado.

DESTAQUE
O ator limeirense Felipe Henrique, da Cia. Procênio, apresentará seu espetáculo solo "Cordel" em uma turnê na Bahia durante o mês de abril. A peça retrata os costumes e tradições do povo nordestino. A companhia está com agenda lotada até novembro deste ano. Apesar da boa notícia, o ator lamenta a falta de investimentos na cultura local. Mas talvez este seja um ano de muitos acontecimentos diante das mudanças que ocorrem em Limeira, como a volta de Farid Zaine para a Secretaria da Cultura.

A QUE PONTO...
A Prefeitura anunciou há algumas semanas o projeto de alargamento das vias para amenizar congestionamentos. A medida traz a reflexão sobre a que ponto chegamos neste desenvolvimento sem planejamento viário (e em muitas outras áreas, algo infelizmente comum Brasil afora). É o limite de ter que, provavelmente, suprimir o espaço do pedestre para acomodar mais carros. "Consciência coletiva" é algo que mudou de valor. Mais vale espaço para acomodar veículos do que pessoas. 


Publicada na Gazeta de Limeira.
sexta-feira, 25 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Valas na beira da estrada rural do Lagoa Nova deixam moradores ilhados durante chuva

Daíza Lacerda

“Moro aqui há 25 anos e há dois temos este problema durante o verão. Quando chove muito forte, não dá para usar o atalho; é preciso sair por Americana para chegar à cidade”. Foi assim que a comerciante Roslaine Lucato Michelin, 51, explicou a situação da estrada rural do Bairro Lagoa Nova.

O começo da estrada de terra é até transitável mas, a partir da granja e mercearia, apenas um carro passa por vez no que sobrou da estrada, ao lado das valas que se formaram com a erosão. Em alguns trechos, a profundidade chega a cinco metros entre a estrada e a encosta e há risco de deslizamento com novas chuvas mais fortes. “Está difícil. Daqui a pouco, cairá até o que tem por perto”, disse Valdevino Joaquim Rosa, 43, que trabalha em chácaras e passa regularmente pelo local. “Ali já caiu poste e fiação de telefone e internet também. Precisa alguma autoridade cair também, para saber das dificuldades pelas quais passamos”, acrescenta ele, sobre o esquecimento da área rural em relação aos asfaltamentos.
“Precisamos muito de asfalto, mas não há sinal de que será feito aqui, porque não aparece. Diferentemente da cidade e bairros como Vila Cláudia, que tem ruas que estão sendo recapeadas. Não que estejam 100%, mas, em comparação, a área rural tem maior necessidade”, pondera o aposentado Joaquim Leite de Moraes, 82.
De acordo com Roslaine, moradores do condomínio Vale Verde, que fica à frente do bairro, também sofrem com a precariedade da passagem. Geralmente os moradores usam um atalho que passa pela igreja que, apesar da situação menos grave, também é cheio de buracos. E, quando está também fica inviável com a chuva, a volta por Americana é a opção dos moradores. “Muita gente depende dessa estrada, porque trabalha ou estuda na cidade”, lembra ela.
Segundo a dona de casa Rita Nogueira, 41, o problema já foi várias vezes levado à Prefeitura. O estado da estrada prejudica até a entrada de moradores em propriedades próximas das erosões, além do transporte escolar de crianças. “Há situações em que os ônibus não passam e os estudantes ficam sem alternativa”, relata.
Outros moradores apontam ainda as péssimas condições na mesma estrada, quilômetros à frente, no chamado “Morro da Serrinha”, que as obrigam a usar a estrada de Iracemápolis.
A Secretaria de Agricultura de Limeira informou, por meio da assessoria de comunicação da Prefeitura, que a estrada em questão está interditada. “O que causou erosão na estrada foram algumas irregularidades: propriedades particulares rurais estão inadequadas e portanto há uma problemática com o despejo irregular de águas pluviais. De acordo com a Lei Municipal 3219/2000, que trata da manutenção de estradas rurais, e com a Lei Estadual 6171/1988 (alterada pela Lei Complementar 8421/1993), que trata das condições de armazenamento de água nas propriedades rurais, a secretaria está notificando as propriedades para se adequarem. Além disso, há problemas ligados às instalações de linhas telefônicas e fibra óptica. As empresas responsáveis apresentarão projetos novos para o sistema, para evitar erosão no local. A secretaria lembra que já houve manutenções em 2010 e em 2011, sendo que em novembro de 2010 foram criadas três novas cacimbas para receber a água das chuvas, porém, pela inadequação das propriedades rurais, o volume de água é muito grande e acaba danificando o leito da estrada”, explica.
A pasta afirma ainda que “providências estão sendo tomadas com a notificação dessas propriedades, com as manutenções paliativas na via e com o acionamento das empresas que possuem instalações no local, para que refaçam o projeto de maneira a evitar a erosão. Também há um projeto do prefeito Silvio Félix em andamento para viabilizar a pavimentação daquela via, até a estrada da Balsa”.
A secretaria lembra, por fim, “que há rota alternativa para que os moradores desviem da via interditada”.

Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa.
quinta-feira, 24 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Chuvas do verão formam "lago" às margens do anel viário

Daíza Lacerda


As chuvas torrenciais do verão já reduziram com a chegada do outono, mas além dos estragos em diversas partes da cidade, uma outra "herança" ficou na Granja Machado, às margens da Via Francisco D'Andréa (anel viário).
No local, entre a via e a Rua Geny Vargas Machado Gomes, em frente da Paróquia Santo Expedito, formou-se um "lago" com a água das chuvas. "A situação já dura meses e o nosso maior medo é com a dengue nesta época. Já tivemos uma colega infectada com a doença neste ano", disse David William Lombardi, 20, que trabalha próximo do local.
"Além de estar feio, é um perigo para as crianças", observou a estudante Mayara Ferreira da Silva, 17.
Outros trabalhadores próximos do local falaram do aumento de mosquitos na área, perto da Rua Eliza Rigo Fumagalli, cuja área verde está com mato crescido. "Não vimos a equipe do Zoonoses passar por aqui para olhar o local ou controlar a proliferação de mosquitos", comentou Ronei Marchieri, 32.
De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) informou que "já tem conhecimento do problema no local, que foi feita uma limpeza das galerias e raspagem de solo há pouco tempo, no mesmo ponto. Quando chove bastante, por ser local baixo, acontece de a água ficar parada". Ainda segundo a Prefeitura, o SAAE "enviará pessoal do departamento Técnico para ver se o problema é o mesmo e identificar qual Secretaria deverá fazer a manutenção do local o mais breve possível".

Publicado na Gazeta de Limeira.
terça-feira, 22 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Morre Rubens Alibertti, que formou o Corpo de Bombeiros em Limeira

Daíza Lacerda


De taxista a assessor de Trânsito, Rubens Alibertti, que morreu ontem aos 86 anos, teve longa carreira na administração pública nas décadas de 60 e 70.
Após 25 anos como “motorista de praça”, como a função era chamada na época em que Limeira tinha cinco pontos de táxi (dois na Praça Toledo Barros, na Matriz, Estação e Boa Morte), foi convidado pelo então prefeito Paulo D’Andréa a atuar como assessor. Trabalho sem salário. “No meu tempo, era por amizade e por amor à cidade”, declarou, em 2006, à Janela do João, da Gazeta de Limeira.
O trabalho começou em 1964 mas, em 1969, quando Sebastião Fumagalli assumiu a Prefeitura, continuou, mas como diretor da Guarda Municipal, em conjunto com o Corpo de Bombeiros, formado por ele, naquela época, em que “a ronda era feita com radinho e andando a pé”, como descreveu na entrevista de 2006.
Trabalhou ainda na gestão de Memau, e era bombeiro honorário.
Era casado com Jandira de Lima Alibertti e deixou os filhos Rubens, Hermínia, Wilson, Léa e Eloísa. Alibertti sofria de neoplasia maligna cerebral, e morreu ontem, às 12h30. Seu sepultamento será hoje, às 10h, saindo o féretro do Velório Saudades II, com encomendação religiosa, seguindo para o Cemitério Municipal de Limeira.

Publicado na Gazeta de Limeira.
segunda-feira, 21 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Limeira se despede de Pinheiro Alves

Daíza Lacerda

"Sete horas, em Limeira. Bom dia! Lembre-se: se você agir com dignidade, você pode não consertar o mundo. Mas tenha a certeza de uma coisa: na Terra, haverá um canalha a menos".

Era com essas palavras que Rubens Pinheiro Alves, falecido no sábado, acordava e saudava seus ouvintes, durante as três décadas em que atuou em rádio. Além das boas vindas, dramatizava fatos em verdadeiras histórias que, “seguravam” os ouvintes.
Estas foram algumas das lembranças de suas filhas durante o velório do radialista, jornalista, colunista da Gazeta e ex-vereador, no fim da tarde de ontem, na Câmara Municipal. "O Homem da Verdade", como era conhecido pelo seu programa, transformava a frieza de informações de boletins de ocorrência em verdadeiras tramas, relembraram as filhas Glória, 42, Fabiana, 38, e Natália, 34. Viúvo, 76 anos, Pinheiro morreu às 16h de sábado. Deixou ainda os filhos Vera, Rita, Thiago, Benedito, Antônio, Roberto e Márcia, além de 15 netos e quatro bisnetos.

DE CICLISTA
A VEREADOR

O vereador eleito com a maior votação de Limeira (4.333, em 1982), começou a carreira como ciclista, como contam suas filhas. Nascido em Catanduva (SP), sua vida tomou outros rumos aos 30 anos, quando foi assistir um jogo de futebol em Araras. "Na época, o locutor do jogo faltou e ele assumiu o microfone para narrar. Gostaram tanto da voz dele, que o chamaram para fazer um teste na rádio daquela cidade", conta Glória. Pinheiro trabalhou com Gil Gomes, e garantia que o apresentador havia se apropriado de seu estilo de locução e o levou para a cidade grande, "fazendo sucesso às custas do Pinheirinho". Trabalhou ainda na Rádio Globo.
Nas ondas do rádio, atuava como repórter policial com tamanha popularidade que elegeu-se vereador uma segunda vez, depois do recorde municipal de votos.

COMBATIVO
NA CÂMARA

Na política, os companheiros de época são unânimes em lembrar seu perfil atuante e combativo, mas sem conquistar inimigos. "Ele era um vereador que se mexia, não era acomodado. Sempre atuante e combativo, trabalhador. Separava bem a política das amizades, pois não tinha inimigos", lembra Moacyr Camargo Silveira Filho, que atuou com Pinheiro na Câmara.
Outro vereador contemporâneo, Jurandir Bernardes frisa ainda o poder de oratória de Pinheiro, que se expressava muito bem. "Se ele podia, ajudava. Mas nunca atrapalhava. Era um lutador e muito dedicado. Foi uma figura folclórica em Limeira, que deixará uma lacuna no jornalismo. Agora fica a saudade, e as nossas considerações com a família", lamenta.

CÂMARA AÇÃO

Mantinha na Gazeta, há mais de 10 anos, a coluna "Câmara Ação", para a qual ficava ligado nas sessões da Casa. "Ouvia pelo rádio, antes de acompanhar também pela TV. Se havia uma discussão ou outra, já ia anotando para a coluna", contam as filhas. As observações do "pai dos pobres", como marcou sua legislatura, chegavam semanalmente à redação, datilografadas. "Ele odiava computador, mas com muito custo passou a usar, nos últimos meses", acrescentam.
Falta que fará não só aos leitores, mas aos demais amigos da redação. Roberto Lucato, diretor da Gazeta de Limeira, lamenta a perda. "Chamava atenção e pedia apoio das pessoas de bem numa época em que a Câmara era bastante ativa. Foi uma pessoa que lutou muito pelas causas de Limeira, mesmo não tendo sido filho desta terra", declara.

SEM INIMIGOS

Seu espaço na Gazeta era muito lido e esperado por seus colegas da Casa Legislativa, como a vereadora Elza Tank que, em 1982, foi a segunda colocada em número de votos, com o recorde de Pinheiro. Hoje presidente da Câmara, Elza lembra da marca alegre do amigo. "Estava sempre contente, mesmo diante de dificuldades. Trabalhava pelos mais humildes e, mesmo fora da Câmara, procurava atendimento às pessoas necessitadas. Fará muita falta a Limeira", diz ela, que aguardava suas colunas dominicais com comentários sobre a Casa e os vereadores. "Nunca foi agressivo, sempre foi respeitoso. Era um amigo de sempre".
Autoridades compareceram à Câmara para prestar condolências à família, entre vereadores, o ex-prefeito Pedro Teodoro Kühl e o prefeito Silvio Félix, que também lamentou a perda. "Era uma pessoa popular, e não se tem notícia de que tivesse inimizades. Ajudava no que podia e marcou sua vida por isso, na cidade que adotou", disse.

POPULAR

Muito lembrado pelas festas do Dia das Mães, promovido por ele e a já falecida esposa, Ditinha, em que arrecadavam alimentos e promovia alegria aos menos favorecidos, as filhas acentuam que ele jamais usou a política para ascensão material. "Entrou pobre e saiu paupérrimo. Era o que ele dizia", lembram. Seu sonho era voltar para a Câmara, tanto que tentou, sem apoio político ou financeiro, se eleger na última eleição. "Mesmo sozinho, entregando os próprios santinhos e fazendo a sua campanha, conseguiu mil votos".
A vida fértil deixa legado exemplar a parentes e amigos. Pinheiro foi internado na Medical no dia 10, em crise que se agravou na última semana. Vítima de enfisema pulmonar e fibrose, foi sepultado no final da tarde de ontem no Cemitério Parque, sob os cuidados da Funerária Limeirense.

Trajetória de vida

Em 1962, Pinheiro já era casado e pai de três filhos, morando em Pirassununga onde exercia a função de mestre de fundição e passou a integrar a equipe de ciclismo da Usina São João e se consagrou campeão do estado de São Paulo e representou o Brasil em competições internacionais. Na biografia da história da Usina São João, Pinheiro Alves é lembrado como o símbolo do esporte amador em toda a história do grupo Ometto.
Começou no rádio fazendo programa de saudades, das 22h às 24 horas, na rádio Centenário de Araras. Cinco meses depois da estreia como apresentador de programa de saudades, aconteceu um crime na cidade e a direção da rádio mandou Pinheiro fazer a reportagem. E ele contou: “Anotei todos os detalhes, peguei o histórico da mulher assassinada pelo marido. Cheguei ao microfone e comecei a contar a história... Sei que fui o primeiro narrador de histórias policiais, e sabem por quê? Achava que falando, por exemplo: ‘na Vila São Pedro, marido mata mulher a tiros...’, eu tirava o mistério da história e os ouvintes já ficariam sabendo quem morreu e quem matou”.
Em 1968 Pinheiro foi convidado a trabalhar na Rádio Jornal do Povo e ali encontrou nomes que hoje fazem ou fizeram parte da história do rádio da cidade, como João Valdir de Moraes, Reinaldo Grassi, Dario Romeu, Batista Petrelli, Amaro Cardoso, Edmundo Silva, Bigotto e Milton Pereira de Almeida. Até 1982, Pinheiro Alves comandava “Os Dramas da Cidade”, mas, ainda em 1979, diretores da Rádio Globo de São Paulo o ouviam e se interessaram. Ele venceu o teste para a vaga deixada por Gil Gomes, que acabara de se transferir para a Rádio Record.
A trajetória de Pinheiro Alves na Globo estendeu-se até dezembro de 1982 quando, a convite de Jurandyr Paixão, Elza Tank e Marco Cover, o radialista filiou-se ao MDB, hoje PMDB, e elegeu-se vereador com quase cinco mil votos, num colégio eleitoral de pouco mais de 50 mil eleitores. Pinheiro continuou no rádio e na década de 80, a convite de Francisco Altimari transferiu-se para a Rádio Educadora e ali ficou até se aposentar em 2003. Em outubro de 2008, recebeu da Câmara Municipal o Título de Cidadão Limeirense, em reconhecimento à sua atuação na área jornalística, social e comunitária. Na época, relembrou algumas histórias de sua carreira política. “Quando você está aqui [referindo-se ao cargo de vereador], você acha que é insubstituível. Mas isso não é a realidade”, disse, na ocasião.
Era colunista da Gazeta de Limeira havia mais de 10 anos. Em julho de 2009, foi um dos colaboradores homenageados pela Câmara Municipal, em prêmio dedicado à imprensa. (DL)
terça-feira, 15 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Falta de remédios na Farmácia Popular preocupa pacientes

Daíza Lacerda


Há pelo menos 15 dias, M., que depende do medicamento Captopril para controlar a hipertensão, não encontra o remédio na Farmácia Popular, onde o adquiria com custo reduzido.
“Compro 180 comprimidos por R$ 7,40, enquanto nas demais farmácias a caixa com 20 custa R$ 11. No entanto, muitas pessoas têm menos condições ainda e precisam receber remédios gratuitamente, que também estão em falta”, preocupa-se.
De acordo com nota emitida pela Santa Casa de Limeira, que administra a Farmácia Popular, a falta de remédios ocorre desde novembro de 2010, quando 40 medicamentos não foram entregues pela Fiocruz. “No momento, a Farmácia Popular encontra-se sem a maioria dos medicamentos padronizados pelo governo. Vale ressaltar que a instituição não pode adquirir os medicamentos de outros fornecedores, pois somente a Fiocruz faz o abastecimento”, declara.
Segundo a nota, os motivos alegados à instituição pelo atraso na entrega dos medicamentos são as chuvas no mês de janeiro e, posteriormente, a Nota Fiscal eletrônica, pois a Fiocruz está aguardando a emissão pela Receita Federal.
Contatada pela Gazeta, a assessoria da Fiocruz declarou que não houve informação de desabastecimento, mas que hoje a farmácia deve receber os medicamentos referentes aos pedidos feitos na semana passada.

Medicamentos em falta na Farmácia Popular

01. Aciclovir
02. Azatioprina
03. Ácido fólico
04. Albendazol
05. Alopurinol
06. Azitromicina
07. Benzilpenicilina
08. Captopril
09. Cefalexina
10. Cetoconazol
11. Ciprofloxacino
12. Cloreto de potássio
13. Cloreto de sódio
14. Dexclorfeniramina
15. Doxiciclina
16. Enalapril 10 e 20 mg
17. Furosemida
18. Ciclo 21
19. Glibenclamida
20. Ibuprofeno
21. Isossorbida
22. Levonorgestrel
23. Depoprovera
24. Meildopa 500 mg
25. Metoclopramida
26. Metronidazol
27. Miconazol
28. Neomicina
29. Nifedipina
30. Nistatina
31. Omeprazol
32. Paracetamos gotas
33. Prednisona 5 e 20 mg
34. Ranitidina
35. Salbutamol
36. Sais reidratantes
37. Sinvastatina
38. Sulfato ferroso
39. Sulfassalazina
40. Verapamil

Publicado na Gazeta de Limeira.

Moradores temem invasão em imóvel vazio no Centro

Daíza Lacerda


A área central foi novamente alvo de reclamações por conta de imóveis vazios que estariam sendo invadidos. Depois da Rua Boa Morte e Dr. Trajano, como a Gazeta registrou na última semana, agora o número 170 da Rua Deputado Otávio Lopes preocupa moradores e comerciantes vizinhos.
No imóvel, além de janelas arrombadas, há mato, lixo e móveis velhos jogados. “Já faz muito tempo que esta casa está assim, abandonada, sempre com andarilhos. Este é um trecho esquecido da rua”, diz uma moradora, que se queixa ainda do final da via, que termina na Rua Santa Terezinha, para o qual atesta a urgência de recapeamento, devido aos inúmeros buracos.
Ainda em relação à casa, o comerciante Guilherme Soares, 31, preocupa-se com seu estabelecimento. “É uma situação que nos prejudica, porque aparecem muitos bichos e está sempre com mau cheiro. Dia desses, houve uma pessoa na casa que quis tacar fogo no quintal, o que consegui impedir”, diz.
No mesmo quarteirão, moradores temem a queda de uma árvore que está com o tronco oco, em frente do número 155.
De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Domingos Furgione, o local já foi fiscalizado anteriormente, mas o proprietário não foi encontrado para receber a notificação, que é executada pelo setor de Cadastro da Secretaria de Planejamento. “Será feito ainda um comunicado à Secretaria Municipal de Segurança para a ronda no local, além do Ceprosom, a fim de realizar abordagem, dentro do que prevê a lei, de andarilhos que possam estar no local”.
Em relação à árvore oca, a Ordem de Serviço já está de posse da Forty, que fará o serviço de remoção, o que deve ser executado entre 15 e 20 dias. O secretário salienta que a árvore não oferece risco de queda.

GUARDA MUNICIPAL

O secretário municipal de Segurança Pública, Siddharta Carneiro Leão, orienta que as denúncia desse tipo de problema em imóveis vazios sejam encaminhadas pelo site da Guarda Municipal, além do telefone 153, indicados para os casos imediatos.
“Quando a denúncia chega pelo site, podemos dar maior atenção e fazer um planejamento, porque dependendo do caso será preciso ir ao local repetidas vezes, inclusive com apoio da assistência social do Ceprosom”, explica. O site da Guarda é o http://www.guardamunicipaldelimeira.com.br/.

Publicado na Gazeta de Limeira.
segunda-feira, 14 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

“Poesia é a arte que o texto contém”, explica poeta

Daíza Lacerda


Hoje é comemorado o Dia Nacional da Poesia, em homenagem a Castro Alves. O poeta e escritor Carlos Alberto Fiore, que assina coluna semanal sobre o assunto na Gazeta, fala da importância da poesia na formação dos leitores.

"A linguagem metafórica presente nas poesias auxilia, por ser diferente daquela do dia a dia. Estimula outro olhar, e trabalha com o entendimento", diz.
Ele explica que são várias vertentes de composição e que, em seu caso, costuma trabalhar a forma. Ressalta ainda a diferença entre poema e poesia. "Poema é o texto em si. Poesia é a arte que o texto contém, e pode estar ainda em um quadro ou filme. Enfim, nos olhos e sensibilidade de quem vê ou escreve", define.
Assim como nos esportes, Fiore diz que na leitura o desenvolvimento deve ser gradativo, começando com obras mais simples, que terão uma progressão com o vocabulário. "O ideal é ler pelo menos três páginas por dia, de poesia ou prosa", recomenda ele, que lembra que o Centro do Professorado Paulista (CPP) possui uma biblioteca exclusiva de poesias.
Além das bibliotecas comunitárias, Limeira vem recebendo eventos que contemplam a leitura por grupos e associações, incluindo duas literárias da cidade, a Sociedade Literária Limeirense e Academia Limeirense de Letras.
"É importante que os pais acompanhem e incentivem o filho a ler, pois é uma forma de crescer, além de ficar longe das ruas. Terão contato com um mundo mais amplo".
E para escrever até se tornar um poeta, é preciso ler e praticar muito. "É um exercicío diário, com muito trabalho, refeito sempre. Como se diz, é, de fato, 10% de inspiração e 90% de transpiração", compara. Ele fala ainda da importância da valorização da produção local, mas entre os mestres de leitura obrigatória cita Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Vinícius e Morais, Luiz Vaz de Camões, Florbela Espanca e Chico Buarque de Holanda, que faz poesia em música, agregando ainda história e literatura.

VARAL LITERÁRIO

Durante a semana , a poesia terá lugar em várias escolas com a exposição "Varal Literário", que já esteve na galeria do Teatro Vitória. Hoje será na EE Castello Branco, onde também serão programadas oficinas. Amanhã, na EE Ely de Almeida Campos; quarta-feira, dia 16, na Etec Trajano Camargo e na quinta-feira, 17, na escola Einstein. No dia 22, terça-feira, e EE Brasil recebe a exposição.



Poetar
Poetar, é saber externarO que o coração sente.É perpetuar com palavrasO que vai em nossa mente.
Fazer versos, é conversar consigo mesmo,Levando a todos o que sente,O que pensa e ao se expressar, Demonstrar o que gostaria de mudar!
Poetar é citar passagens tristes e alegres,É descrever a beleza da natureza, Da nossa infância querida, da nossa família,Da vida que DEUS nos deu!
Poetar, é com o coração pensar,Falar, contar, desabafar,É externar sentimentos de carinho, amor, gratidãoDe felicidade e até desilusão.
Poetar, é não guardar para siAs belezas que vê, e o acha interessante.Poetar é se transportar ao lúdico, conseguindoConquistar o que na realidade a vida não nos pode dar!
Professora Eudóxia S. Castro Quitério é membro da
Academia Limeirense de Letras



Publicado na Gazeta de Limeira.
domingo, 13 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

"As mães de Chico Xavier" completa trilogia no centenário do médium

Daíza Lacerda


Os cinemas receberão no dia 1º de abril mais uma produção com histórias ligadas ao médium Chico Xavier. "As mães de Chico Xavier", dos diretores cearenses Glauber Filho e Halder Gomes, completa a trilogia de filmes sobre ele, finalizando ainda as comemorações do ano centenário do médium, completo em 2 de abril de 2010.

Co-produtor do longa, Ricardo Rihan, da Lighthouse, esteve na Gazeta para falar do lançamento, que estará presente em todos os shoppings do País, com cerca de 400 cópias, tanto quanto os sucessos de público "Chico Xavier", dirigido por Daniel Filho (3,5 milhões de pessoas) e "Nosso Lar" (mais de 4 milhões).
O primeiro filme, que estreou na data exata do centenário, foi baseado no livro "As Vidas de Chico Xavier", do jornalista e escritor Marcel Souto Maior, também com co-produção da Lighthouse. A nova estreia é inspirada em outra obra do autor, "Por Trás do Véu de Isis".
O filme conta três histórias reais de mães que perderam seus filhos, e recebem cartas consoladoras de Chico Xavier. "É uma homenagem às mães como núcleo da família, além de abordar os valores familiares", lembra Rihan.
Rihan vê as produções como uma distribuição equilibrada no centenário, contemplando em aspectos distintos da vida do médium. A primeira, com a biografia, que contempla as fases de sua vida; a segunda, que retrata a "colônia espiritual", psicografadada pelo médium, que é best seller literário, e a terceira, que, conforme Rihan, era o que mais gratificava Chico Xavier: o consolo às mães. "As conexões eram uma forma de aliviar a dor, e ele dizia que a saudade é sentida nos dois mundos, não só por quem está aqui".
A identificação de mães com situações das personagens é praticamente certa. "O filme emociona e, apesar de ser um drama, ele termina para cima, de forma que as pessoas sairão do cinema renovadas, e não deprimidas", garante.
Ele ressalta ainda que o filme respeita todas as crenças religiosas, inclusive evangélicas, sem viés dogmático.

PRODUÇÃO E ELENCO
A produção foi filmada no verão passado, na serra cearense, além da cidade natal de Chico Xavier, Pedro Leopoldo (MG). O filme foi feito em película 35 mm e não em gravação digital, o que possibilita maior qualidade de imagem.
O filme é baseado em acontecimentos reais e conta a história de três mães, vivendo momentos distintos de suas vidas, que veem sua realidade se transformar. Ruth (Via Negromonte), cujo filho é um jovem que enfrenta problemas com drogas; Elisa (Vanessa Gerbelli), que tenta superar a perda do filho junto com o marido, o pequeno Theo (Gabriel Pontes); e Lara (Tainá Müller), uma professora que enfrenta o dilema de uma gravidez não planejada, se cruzam quando recebem conforto e reencontram a esperança de vida por meio do médium.
A produção apresenta ainda o ator Nelson Xavier, que revive o papel de Chico, Herson Capri, que interpreta Mário, marido de Ruth, Caio Blat, vivendo um jornalista que quer investigar o médium, e Neuza Borges, a cuidadosa governanta de Elisa e Guilherme (Joelson Medeiros).
A produção é da Estação Luz Filmes, com co-produçãoda ATC Entretenimento, Lighthouse e Associação Estação da Luz. O longa terá ainda apoio promocional da Globo Filmes e TeleCine.
O trailer pode ser visto no site oficial do filme: http://www.asmaesdechicoxavier.com.br/.


FESTIVAIS E ESTREIA
Antes de sua estreia comercial, "As Mães de Chico Xavier" percorrerá um pequeno circuito de festivais temáticos. Estão programadas 20 pré-estreias em capitais, além da abertura do 1º Festival de Cinema Transcendental, em Brasília (DF), que começa dia 24. Em seguida o Filme encerra a Mostra de Cinema Transcendental, primeira do gênero realizada no Brasil. A exibição acontece em Fortaleza (CE), no dia 31.
Paralelo ao filme, será lançado outro livro de Marcel Souto Maior sobre os bastidores da produção, com fotos, histórias e curiosidades, além do impacto do trabalho sobre os atores e produtores.


Comum em Hollywood, Brasil "inaugura" 
cinema transcendental como novo gênero

As produções espiritualistas que chegam com o gênero transcendental sucedem o precursor "Bezerra de Menezes - O diário de um espírito", documentário que foi transformado em ficção em 2008, assistido por 500 mil pessoas.
O filme fez parte de um projeto sem fins lucrativos, cujas exibições eram com entrada mediante doação de alimentos, em prol de entidades do Ceará.
"São projetos para impactar, com mensagens de amor e fraternidade. Queremos usar o poder do cinema para tentar construir um mundo melhor, mostrar que as coisas boas também acontecem", ressalta Rihan, que vê o espiritismo como um projeto de educação, não científico, mas que aborda a moral e princípios éticos.
Quanto à expectativa do "novo gênero", Rihan discorda que seja um modismo. "É uma literatura muito rica, com conteúdo para muitas produções. É um jeito de mostrar que o materialismo está morrendo e as pessoas procuram mensagens elevadas, para construção de um mundo melhor, que elas têm necessidade de acreditar num futuro de paz e amor", diz ele, lembrando que, embora nunca tenham sido enquadradas em nenhum gênero como é feito no Brasil agora, produções hollywoodianas abordam o espiritualismo há muito tempo, como no recente "Além da Vida", e ainda "Sexto Sentido" e "Ghost".
"É uma vertente com vida longa, sobretudo porque o cinema brasileiro está na melhor fase de todos os tempos, não só pelos sucessos de Chico Xavier e Tropa de Elite, mas porque o número de salas está se expandindo", analisa.
Com 1h40 de duração, foram investidos R$ 4 milhões na produção de "As mães de Chico Xavier", além de outros R$ 3 milhões em cópias e marketing. Somado o público de Bezerra de Menezes, que "inaugura" o gênero, e os dois primeiros filmes sobre Chico Xavier", a expectativa dos produtores é de ultrapassar, com os filmes, o recorde de Tropa de Elite 2, que teve mais de 10 milhões de espectadores.



sábado, 12 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Limeirenses buscam notícias de familiares no Japão

Daíza Lacerda


Às 3h da madrugada de ontem, Toshio Tamashiro, 69, perdeu o sono e levantou-se. Sem conseguir dormir, foi assistir TV, quando viu parte de seu país de origem, o Japão, ser devastado por um terremoto de 8,9 pontos na escala Richter, o maior das últimas décadas no local, seguido de tsunami com ondas de pelo menos 10 metros de altura.

Ele, que tem com a esposa Terezinha Chinen Tamashiro, 69, mais conhecida como a dona Tereza da barraca de pastéis da feira livre, uma filha e netos morando no país, ficou preocupado. No entanto, a área afetada, próxima da cidade de Sengai, no estado de Miyagi, e das usinas de Fukushima e Onagawa, não é a que ela reside. "Tentei contato com ela durante toda a manhã [de ontem], mas não consegui, pois as linhas estavam congestionadas. Acreditamos que há poucos brasileiros na área perto do epicentro", diz Tereza. "É algo muito triste, fez muitas vítimas e ainda há muitos desaparecidos", completa Tamashiro.
O terremoto, registrado às 14h46 da hora local (2h46 em Brasília), foi o maior da história no Japão, ultrapassando o sismo de magnitude 7,9 registrado em 1923 e que matou mais de 100 mil pessoas. O epicentro do terremoto foi no Oceano Pacífico, a 400 km de Tóquio, a uma profundidade de 32 km. Ondas gigantes viajaram pelo Pacífico a uma velocidade de cerca de 800 km/h, antes de atingir a costa do Japão.

CULTURA DA PREVENÇÃO
"É uma situação que comove qualquer um, mesmo que não tenha parentes no local", avalia o comerciante Aprígio Sasai, 60, que morou 17 anos no Japão, de onde voltou há dois anos. Além de família, ele tem amigos no país, inclusive um que mora em Sengai, mas que está a salvo. "Ele conseguiu ficar em uma parte alta e mais longe do mar", explica ele, que contatou os conhecidos pela internet.
Sasai fala da engenharia japonesa, preparada para suportar as tragédias naturais com as quais o país convive, como vendavais, além de terremotos e tsunamis. Em 1995, quando houve um terremoto em Kobe, próximo de Osaka, ele morava a cerca de 500 km do epicentro, e ainda assim objetos caíram de cima de sua geladeira com a vibração. "É um susto muito grande, mas acabamos acostumando. Lá, nas empresas e escolas, é obrigatório o treinamento preventivo para essas situações. Dorme-se com um kit ao lado, contendo documentos, dinheiro e mudas de roupas. Se acontecer algo, é só pegar aquilo e correr", descreve. Nas escolas, os kits contêm vestes acolchoadas e grossas, para proteção contra o que puder cair sobre a pessoa.
O comerciante Yoshiaki Tokumoto, 57, tem uma filha que vive em Toyota. Na tarde de ontem ele também não havia conseguido contato com ela, que mora longe do epicentro. Ele ressalta a preocupação com a segurança. "A preparação contra catástrofes é constante. São construídos condomínios que ficam vagos para receber pessoas desabrigadas", conta.
Esposa de Tokumoto, Zilda Peruko é diretora social da Associação Nipo-Brasileira de Limeira (Nibrali), que tem 80 famílias associadas. "Na cidade há muito mais famílias, porque nem todas são vinculadas à associação", explica. Segundo ela, entre os conhecidos ela não tem notícias de parentes de limeirenses que tenham sido afetados, já que a maioria geralmente vai para a região Sul, enquanto o epicentro foi ao Norte do país.
A descendente C.N., 37, morou durante 15 anos no Japão, onde estão atualmente seus pais e ex-marido, os quais contatou pela internet, já que as linhas telefônicas estavam prejudicadas. "Eles moram em uma provincía vizinha de Tóquio. Sentiram abalos e tiveram corte de água e energia elétrica, devido ao incêndio de uma das usinas, o que foi reestabelecido no fim da tarde [de ontem]. Mas o que mais abalou foi o psicológico", diz ela, lembrando que os sismos são comuns, mas não nesta magnitude.

"Felizmente os japoneses têm uma organização muito eficiente, e já sabem até para qual abrigo ir nesses casos, além de terem os kits de emergência sempre à mão", explica.
Segundo ela, a região atingida é pouco procurada por brasileiros. "É uma área em que os abalos são frequentes, por estar praticamente sobre uma placa solta", diz.


CONSEQUÊNCIAS
Os abalos de ontem deixaram pelo menos 370 mortos, 800 feridos e 500 desaparecidos, até as 20h de ontem.  As comunicações no Japão ficaram prejudicadas, com redes de telefonia celular e fixa com irregularidades, além de duas usinas afetadas.
Um novo terremoto de 6,6 graus de magnitude atingiu por volta das 4h locais de sábado (16h de Brasília, ontem) a região noroeste do Japão.
Estima-se que vivam no Japão cerca de 300 mil pessoas originárias do Brasil. O embaixador do Brasil no Japão, Marcos Galvão, afirmou que menos de 800 brasileiros estavam na região mais abalada. Até a tarde de ontem o governo brasileiro não tinha notícias de nacionais atingidos.
Os telefones de contato do Núcleo de Atendimento a Brasileiros do Ministério das Relações Exteriores do Brasil são: 61/XX/3411-6752 ou 61/XX/3411-6753 ou 61/XX/3411-8804 (de 8h às 20h) e 61/XX/3411-6456 (de 20h às 8h e finais de semana). E-mail: dac@itamaraty.gov.br.


"Efeito do tsunami é como 
uma pedra jogada na água"

Professor da área de Hidrologia da Faculdade de Tecnologia (FT/Unicamp), Hiroshi Paulo Yoshizane também tem familiares que residem em várias partes do Japão, mas nenhum próximo das áreas atingidas.
Ele explica o tsunami como consequência do terremoto, algo frequente no país, embora não em escalas tão altas que está. O Japão está sobre placas tectônicas instáveis. "Podemos imaginar o tsunami como uma pedra jogada na água. Quando a pedra cai, a elevação no local sobe, e, quando volta, forma ondas de grande altura, que chegam à costa e vão continente adentro". Com a elevação do epicentro, a costa puxa a água, como uma onda com sentido contrário.
Em tese, as estruturas em terra, das cidades, serviriam para "frear" a água, que devasta enquanto tiver força. Além dessa correnteza que chega, há ainda o efeito inverso, quando a água volta para o mar, o que amplia o risco.
"É um país que sofre muito, mesmo com estruturas de prevenção e alertas, porque não há como saber a amplitude das ondas", diz Hiroshi. Quanto aos terremotos, para os quais o Japão possui diversos pontos de monitoramento, ele pontua como agravante a profundidade do abalo, que foi de 32 km.
O Japão está sobre três placas, com formação vulcânica recente, próximas de uma quarta, no mar, com a qual houve o choque e consequente sismo.
Hiroshi explica que o local com placas mais instáveis no planeta é a Índia. No Brasil, apenas a costa do Nordeste apresenta esporadicamente algumas "falhas", que seriam acomodações, já que nosso País está sobre placas estáveis e em uma superfície maior, o que deixa o risco de terremotos praticamente nulo. "Não há risco, mas o Brasil estaria totalmente despreparado", analisa.

domingo, 6 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Afinal, o que querem as mulheres?

Daíza Lacerda
Especial para o Jornal da Mulher


Odete Sene Pereira, 56
"Como sou aposentada, já realizei a maioria dos meus sonhos, como o de ser mãe e avó. Agora, tudo o que eu quero é viajar, assim que meu marido também se aposentar"


Lizonete Moura da Silva Domingos, 45
"Quero respeito. Em órgãos públicos, como postos de saúde, merecemos mais educação. Respeito é o mais importante em tudo, porque é preciso respeitar para ser respeitado"


Simone Perico Palermo, 37
"Meu desejo é o de realização profissional, além de saúde para os filhos. Ainda quero fazer faculdade e ter um bom emprego"


Alice Ferro, 60
"A coisa mais importante é saúde. Mas eu queria uma nova casa bem bonita. Que mulher não quer, não é? Mas de certa forma já me sinto realizada nesta altura da vida"


Emilaine Aparecida Alcântara, 24
"Quero mais atenção do meu marido, além de um bom emprego, que está muito difícil"


Thaís Alcântara, 18
"Gostaria de ter mais oportunidades. Falta abertura para mostrar a nossa capacidade, e não temos tanto valor quanto merecemos"

Corpo, carreira... e um longo caminho a trilhar - ainda

Embora sejam inúmeros os avanços da mulher na conquista de direitos, ainda há um longo caminho a ser percorrido para garantir melhores salários e cargos, por exemplo. No entanto, o maior entrave é cultural, na avaliação da socióloga Eliana de Gasperi. “A mulher tem mais espaço onde não tinha antes, mas aspectos culturais ainda não a colocam em situação igualitária”, analisa.
A eleição da primeira presidente do Brasil, Dilma Rousseff, é apenas um exemplo do que a mulher ainda tem a conquistar.
“Se a mulher tem acesso a cirurgias plásticas, viagens ou automóveis, se reserva à condição de consumidora e isso não é igualdade, mas sim questão econômica”, diz Eliana. Ela avalia ainda que em muitas situações a mulher não consegue se impor em relação à igualdade, principalmente porque as relações de poder são muito subjetivas. “Não dá para avaliar objetivamente dentro do ambiente doméstico, porque há mulheres que ganham mais do que o marido, mas preferem esconder. E alguns segmentos religiosos ainda determinam que a mulher deve seguir o homem”, exemplifica.
A própria presidente é exemplo claro, na avaliação da socióloga, de como a igualdade ainda está em processo de conquista. “Durante a campanha, a agressividade não foi necessariamente com foco profissional, mas pelas questões pessoais por ser mulher. Houve apelo com a questão do aborto e muitos discutiram a sua feminilidade. Especulam se é a mulher é boa mãe ou não, mas quando vemos um empresário ser atacado por ter sido um mau pai? Os ataques foram justamente em itens em que a população ainda tem muito preconceito. O que, na verdade, ainda é muito comum nas cidades, nas empresas”.
E mais: em vez de substituir funções, a mulher as acumulou. A responsabilidade da casa e dos filhos não foi suprimida (ou efetivamente dividida) enquanto a mulher investe em estudos e na carreira, com uma sobrecarga no âmbito doméstico.

Bonita ou inteligente?
A disputa por cargos é evidenciada pela inteligência ou pelo corpo? Esse é um dos pontos que Eliana levanta. Ela atenta que a questão deve ser repensada, além dos ambientes corporativos. “Corpo perfeito para quê e para quem? Pesquisas Instituto de Psicologia da USP mostraram que, de 20 mulheres, 16 estão insatisfeitas com o corpo. Se a mulher não segue a estética, é porque é preguiçosa e não quer malhar. No sistema em que estamos, a beleza é imposta. Com exemplos como esse, ouso dizer que a mulher teve até retrocessos”.
A afirmação se explica se comparada aos ideais de antigamente, da conquista da liberdade e revolução sexual. “Se a mulher lutou tanto por valores como esses, por quê hoje o corpo se sobrepõe tanto a outras conquistas?”. Outra pergunta que ela deixa em aberto para que elas reflitam.



quarta-feira, 2 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

“Bruna Surfistinha” desperta atenção de jovens; profissional diz que vida real não tem glamour


Daíza Lacerda

A promessa de novo sucesso entre as produções brasileiras, o longa “Bruna Surfistinha”, dirigido por Marcos Baldini e estrelado pela atriz Deborah Secco, já levou cerca de 400 mil pessoas ao cinema no primeiro final de semana de estreia, com arrecadação de R$ 4,2 milhões.

Em Limeira, a procura também tem sido grande, sobretudo pelo público jovem, segundo a gerente do Arcoíris Cinemas, Andréia Ponga. Na tarde de terça-feira, dia de ingresso promocional, a fila era formada praticamente por adolescentes, muitos deles sem a idade mínima para assistir ao filme, indicado para maiores de 16 anos. “Eles tentam driblar na compra do ingresso, que é pego por alguém mais velho, mas na entrada é preciso mostrar o documento e são barrados”, diz Andréia, lembrando que menores só podem entrar junto com responsável.
O longa, baseado no livro “O doce veneno do escorpião”, de Raquel Pacheco, que usava o pseudônimo que dá nome ao filme, conta a história da jovem de classe média alta, que foge de casa e dos pais adotivos, quando passa a fazer programas em casas privê. Além de sexo, o consumo de drogas compõe o longa, que demorou quatro anos para ser produzido. Alguns funcionários do cinema opinam que a classificação deveria ser de 18 anos, devido ao nível de explicitação de algumas cenas.
Segundo Andréia, o filme ajuda a elevar o público aos filmes nacionais, depois dos recordes de Tropa de Elite 2. “É interessante que o público assista, pois, por ser baseado em fatos reais, mostra aonde as drogas podem levar”, salienta.

“DIFÍCIL VIDA FÁCIL”
O glamour das casas privê de luxo e de muito dinheiro “fácil” são coisas só das telas, na opinião da profissional do sexo Natasha*, ouvida pela Gazeta. “Não tem nada de vida fácil. É algo que não desejo nem para as filhas dos meus piores inimigos”.
No entanto ela estima que, conforme mostrado no filme, 90% das mulheres que entram para essa vida acabam aderindo às drogas. “Acabam se drogando, porque é preciso encarar tanta coisa, que só ‘ficando louca’ para continuar”, descreve ela, que já foi espancada e só começou pela necessidade de sustentar os filhos. “Bruna Surfistinha não passou por muita coisa que nós já passamos”, avalia ela.
Embora muitas iniciem o ofício por necessidade, ela também conhece quem começa “por gosto”. “Há muitas meninas com carro, família bem estruturada, mas que começam para ter o próprio dinheiro ou por curiosidade, para saber como é”. Mesmo com vida - e rosto - “de princesa”, mulheres nessa condição também se entregam às drogas, depois de partir para boates de capitais ou litoral.
Ela diz ainda que o fato de essas profissionais ganharem muito dinheiro em casas de luxo também não passa de história. “Falam que ganham muito mais do que recebem efetivamente, mesmo com a beleza. Sem contar que todo cliente pechincha”.
Embora a protagonista do filme tenha um desfecho de sonhos, com mudança de vida e fama, quem ainda depende de programas e tenta fazer o mesmo precisa encarar o preconceito. “Estou na luta, tentando arranjar emprego para sair dessa vida, mas quando ficam sabendo, sou mandada embora. Viver desse jeito é um tempo que não passa. A gente não vive, mas vegeta, com muita humilhação”.

*O nome é fictício, para preservar a identidade da entrevistada


Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa.

Em dois meses já choveu quase 60% da média anual em Limeira

Daíza Lacerda

No mês de fevereiro foram registradas menos chuvas em Limeira em relação a janeiro, mas o somatório já chega a 58,7% da média anual de precipitação na cidade. Foi um total de 186,3 milímetros (mm), ante os 582,1 mm de janeiro.
De acordo com balanço meteorológico do mês de fevereiro elaborado pelo professor Hiroshi Paulo Yoshizane, da Faculdade de Tecnologia (FT/Unicamp), no mês passado foram 12 dias de chuva. O período máximo sem precipitação foi de nove dias, entre os dias 3 e 13, enquanto a data mais chuvosa do mês foi sexta-feira passada, dia 25, quando choveu 52,2 mm.
A velocidade do vento chegou a 35,1 km/h no dia 10, e a temperatura máxima foi de 34ºC no abrigo meteorológico e de 38,9 graus na parte externa, à sombra. Entre as temperaturas mínimas, foram registrados 19,9 e 19,4 graus, respectivamente.
Os dados meteorológicos são compilados desde 1973. A média de chuva anual nesses 37 anos é de 1.311,61 mm, excetuando-se o ano de 1981, quando houve falha na medição. Assim, em 2011 Limeira já contabiliza 770,4 mm, que correspondem a 58,7% desta média.
De acordo com Hiroshi, a média de fevereiro foi 8% maior do que no ano passado. Já para o mês de março, ele diz que a tendência é a chegada mais frequente de frentes frias e ventos, cujas aproximações podem trazer ainda chuvas fortes, com oscilação de tempo quente e frio.

Publicado na Gazeta de Limeira.

Incidência de raios deve ser maior neste ano; saiba como se proteger

Meteorologista Ana Ávila, do Cepagri, da Unicamp, dá orientações:

Curiosidade - Casal deixa de dormir na própria casa devido a supostos fantasmas