terça-feira, 31 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Rolezinho leva Conselho Tutelar a investigar faltas e evasão escolar

Em visitas, conselheiras identificaram presença mínima em salas de aula

Daíza Lacerda

Reclamações e denúncias relacionadas à aglomeração de adolescentes nas noites de sexta-feira no Centro acima levaram órgãos de segurança e proteção a relacionar a situação com faltas injustificadas e evasão escolar, que seriam uma das causas do rolezinho.
A partir de reuniões envolvendo membros da segurança municipal e estadual e Judiciário, o Conselho Tutelar I começou a visitar escolas e comprovou a situação. Numa escola, em plena terça-feira, uma sala com 32 alunos na lista tinha apenas 2 presentes.
As visitas surpresa vão continuar, conforme as conselheiras Luziléia de Jesus e Ludma de Oliveira. A verificação está entre as atribuições do Conselho, que nem sempre tem boa receptividade de gestores escolares, embora a maioria coopere. "O Conselho tem de apurar as denúncias, inclusive quando é o adolescente violando os próprios direitos. Eles também têm deveres a cumprir. Os responsáveis legais têm de estar cientes", reforçam. Elas também têm percorrido escolas com palestras sobre os direitos e deveres do adolescente.
Os pais dos ausentes são notificados e orientados a procurar o Conselho, já que muitos sequer imaginam onde os filhos estão, de fato. Já houve caso de uma adolescente ser socorrida pelo Samu, prestes a ter um coma alcoólico no rolezinho, quando os responsáveis acreditavam que a filha estava na escola.
Para evitar situações como essa, elas salientam a importância da participação dos pais não só na observação do comportamento dos filhos como na situação da escola. Numa instituição, pais fizeram um abaixo-assinado reivindicando melhorias na estrutura, como a segurança e número de funcionários. O exemplo deve ser seguido pelos responsáveis que identificarem situação de risco ou omissão da direção, recorrendo ao Conselho.
"Há reclamações como a falta de funcionários. É preciso no mínimo dois inspetores de alunos em cada período. Outra questão é da segurança, devido à aproximação do tráfico na porta ou entorno da escola, e também a venda de bebidas nas proximidades". Elas avaliam que a resistência em algumas unidades ocorre devido à exposição. "A maioria sequer registra boletins de ocorrência por ato infracional dentro da própria escola, o que é dever de quem estiver presente, não necessariamente dos pais", esclarecem.
As conselheiras lembram que todas as denúncias são apuradas e os relatórios enviados à Promotoria da Infância e Juventude. Elas podem ser feitas pelo Disque 100, 3442-8629 em horário comercial ou 153 em outros horários.


Situação é pautada no Conseg Centro/Sul

A situação do rolezinho e das faltas injustificadas nas escolas foi abordada na última reunião do Conseg Centro/Sul, no início do mês. Foi solicitada a presença de representantes da Diretoria de Ensino e das escolas Castelo Branco, Brasil e Ely de Almeida Campos.
Representante da Diretoria de Ensino, Jonas Beltrão de Oliveira considerou "que é necessária a criação de uma rede de acompanhamento e de estratégias para solução deste problema envolvendo jovens, com a descentralizações das ações". Sobre a prevenção de faltas, informou que a rede estadual executa desde outubro de 2015 resolução que prevê o controle de faltas. "Com 10% de faltas, os pais do aluno são notificados e ficam cientes da necessidade de tomarem providências para evitar as faltas. Ao atingir 20% de faltas, o caso é encaminhado para o Conselho Tutelar e Promotoria Pública".
José Roberto Ferreira Alves representou a Secretaria de Segurança Pública e, entre as providências cobradas para os locais dos rolezinhos, informou que a poda de árvores foi efetuada e que outras providências como a identificação de traficantes que atuam na região seriam encaminhadas. (DL)

Publicado na Gazeta de Limeira.

segunda-feira, 30 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Seres humanos?

COLUNA RELEITURA - 30/05/2016

Seres humanos?

Daíza Lacerda

A indignação acerca do abuso sexual coletivo de mais de 30 homens contra uma adolescente de 16 anos vai muito além da violência, do desrespeito, do machismo e da cultura do estupro e da impunidade. Obriga a considerar seriamente o tipo de seres humanos que estão entre nós. Se é que podem ser nomeados assim. Como se classifica uma pessoa que é capaz de estuprar uma garota e ainda ostentar a violência? E 30? Qual o limite da baixeza?
O fato de uma situação dessas ocorrer e permanecer impune (pelo menos até o momento) não referencia indivíduos, mas escancara uma sociedade. Não só aquela que não respeita a mulher e a vontade dela. É aquela que não respeita o seu semelhante, o próximo, independentemente da sua condição. O que esperar disso, senão mais barbárie?
Essa não é uma realidade só do Brasil, assim como a negligência e impunidade não são marcas só do nosso país. Mas ainda conseguimos surpreender. Não deveríamos. A atitude tem de prevalecer sobre a surpresa.
A impunidade de estupros chamou atenção do jornalista Jon Krakauer. O aventureiro autor de "No ar rarefeito", que deu origem ao recente filme Everest, mudou de pauta e foi investigar os abusos na universidade de uma cidade norte-americana. Deu origem ao livro "Missoula", recentemente lançado no Brasil. A literatura estrangeira também tem a culpa de Stieg Larsson, já falecido. Na série iniciada com "Os homens que não amavam as mulheres", o autor sueco transforma Lisbeth no exemplo de empoderamento e justiça, dando à personagem o nome da menina de 15 anos que ele viu sofrer um estupro coletivo, sem ter feito nada para impedir.
Se investigada seriamente, a incidência no Brasil também renderia livros e, trazendo à tona uma situação que não é pontual, como fazem parecer os casos mais bárbaros. Enquanto isso, muita gente ainda assiste de braços cruzados. Afinal, há dezenas de famílias ocultando monstros que são autores desses crimes. Não encoberte um monstro. Principalmente: não crie um monstro.
Quem (o quê) são, o que fazem e de onde vêm os estupradores? Talvez sejam as perguntas erradas. A questão é: por que ainda há quem cometa esta e outras barbaridades contra pessoas? Será só a impunidade? Será alguma patologia ainda não estudada a fundo? Ou será a nossa permissividade ao darmos a audiência que eles querem sem revertê-la numa eficiente punição? Afinal, se o machismo em tempos como o nosso está ao lado, firme, que dirá sobre os outros desvios de conduta disseminados como se não houvesse amanhã.
É cômodo viver na ignorância de que esses casos são mais frequentes do que imaginamos. Mas não podem, de forma alguma, serem tratados como comuns. Estamos, sem perceber, de várias formas, perdendo referências morais da nossa própria espécie - que deveriam ser o que nos diferencia. Preconceito contra a mulher. Contra o negro, o homossexual. O pobre. Derrubadas todas as grades da classificação, é o homem x homem. A voracidade do ser humano na destruição da sua própria carne e sangue é de envergonhar o mais primitivo dos animais.




domingo, 29 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Cadastros no Bolsa Família passam dos 10 mil em Limeira

Quantidade chegou a recuar, mas alta é registrada desde meados de 2015

Daíza Lacerda

Limeira atingiu o auge da quantidade de cadastrados no Bolsa Família, programa de transferência de renda do governo federal. São 10.794 beneficiários, em levantamento de março deste ano, o mais recente disponível. Em janeiro de 2014, o município tinha 9.553 cadastrados, atendendo acima da projeção de baixa renda do Censo do IBGE, de 8.681. Em julho do ano passado, eram 7.557, antes do pico registrado neste ano. A taxa de atualização é considerada alta, de 78%, a máxima atingida pelo município.
O acompanhamento é do departamento de Vigilância Socioassistencial do Ceprosom. Os números passam por muita oscilação mês a mês, mas é a primeira vez que Limeira atinge essa quantidade, conforme o diretor da Vigilância, Virgílio Alves.
A quantidade aumenta num cenário em que o total de inscritos no Cadastro Único tem leve queda, totalizando 29.224 famílias em março, ante 30.350 em junho de 2015. Conforme a Gazeta divulgou recentemente, a maioria dos benefícios sociais sofreu alta de pedidos entre o final do ano passado e o início deste, num possível reflexo das consequências da situação econômica.
Apesar da alta, a estimativa é de parcela ainda maior a ser atendida com o benefício. Na projeção da Vigilância, seriam ao menos 15 mil famílias no município na extrema pobreza (renda de até R$ 77 per capita) e pobreza (até R$ 154 per capita).
O desligamento do programa só é automático quando detectada renda superior, o que é feito em averiguações periódicas. Mas as fases que levam ao cancelamento muitas vezes evidenciam não a falta de necessidade do benefício, mas a falta de condições de cumprir com o mínimo exigido, como a pesagem periódica dos filhos e a frequência escolar, que podem indicar problemas mais graves. Primeiro é feita a advertência, depois o bloqueio, seguido da suspensão, que antecedem o eventual cancelamento.
FISCALIZAÇÃO
Segundo o diretor, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) aprimorou o controle sobre este e outros benefícios com a averiguação de irregularidades cadastrais, que tem sido feita todo ano.
O ministério consegue fazer o cruzamento de bancos de dados para detectar a posse de imóveis, prestações ou financiamentos incompatíveis com a renda declarada. Quando detecta indícios, envia ao município a lista de beneficiários a serem averiguados. neste ano, dos 29 mil inscritos no CadÚnico em Limeira, a averiguação foi indicada para 10 mil participantes de diversos programas, a exemplo do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), prestado a idosos e deficientes.
O ministério indica também os casos que demandam comprovação com visitas, o que já permitiu a detecção de irregularidades em Limeira, culminando com a atualização da renda e exclusão do programa. Há casos em que a própria condição de moradia denuncia a incompatibilidade e o beneficiário confessa. Há ainda a situação de funcionários públicos, que pode ser justificada quando são recebidos pisos mínimos, com vários dependentes. A confirmação tem de ser feita com todos os indicados pelo ministério. Mesmo que não demande visita, em alguns casos ela é feita, principalmente se for beneficiário acamado, por exemplo.


Extrema pobreza é situação 
predominante no CadÚnico

Do total de inscritos no CadÚnico em Limeira, nem todos estão inscritos nos programas de transferência de renda, mas a maioria está na faixa da pobreza ou extrema pobreza conforme o dado mais recente, de março, considerando os 78% de atualização do cadastro.
São 9.621 famílias com salário de até R$ 77 per capita (extrema pobreza); outras 3.316 com renda entre R$ 77 e R$ 154 (pobreza) e mais 7.771 que recebem entre R$ 154 e meio salário mínimo (baixa renda). Os três grupos totalizam 20.708 famílias. Com renda acima de meio salário mínimo, estão cadastradas 8.516 famílias. (Daíza Lacerda)

Melhorias são promessas no Jd. Cordeiro II

Mais imóveis apresentam falhas estruturais após o desabamento do telhado de um deles

Daíza Lacerda

Numa casa do Jardim Cordeiro II, em Cordeirópolis, na qual moram seis pessoas, incluindo um bebê de dois meses, a correria começa quando o tempo fecha. Naquela unidade do bairro formado por 60 residências entregues a famílias de baixa renda por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, os plásticos já ficam embaixo das camas para cobrir os móveis quando começa a chover. Por meio das telhas mal colocadas, a chuva é tão forte dentro quanto fora da casa. É o que testemunham a empregada doméstica Elizângela Maria de Oliveira Pereira, de 38 anos, a diarista Gerlaine Aparecida de Oliveira, de 32, mãe do bebê, e a dona de casa Ivonete de Oliveira, de 65 anos.
Elas se preocupam não só com o madeiramento, mas com a umidade deixada nas paredes. "Quando começa a ventar, já colocamos os plásticos. Durante a chuva, é criança no colo e edredon na cabeça para não se molhar", contam.
Há mais de um ano que elas e outros moradores com problemas estruturais nas casas esperam providências. Em março do ano passado, o telhado de uma das casas desabou, evidenciando a fragilidade das construções, que foram entregues com mais de um ano de atraso. A obra foi começada por uma empresa e terminada por outra, e as casas entregues sem qualquer tipo de acabamento.
A população local se ressente do descaso com os beneficiários. "Jogaram as chaves e quem quisesse que pegasse. O prefeito só apareceu aqui recentemente, por causa do asfalto. Antes disso, jamais", contou uma moradora. Não houve uma entrega ou inauguração formal do bairro.
ASFALTO
Faz mais de um mês que a Prefeitura de Cordeirópolis anunciou o início da pavimentação. A obra é divulgada em placa que anuncia o serviço, previsto num prazo de 90 dias e ao custo de R$ 541 mil para 5,6 mil m². No entanto, na última semana, apenas parte de algumas vias haviam recebido cascalho na preparação para o novo piso.
Enquanto isso, as famílias improvisam como podem contra o barro e sujeira nos dias de chuva. A maioria ainda não possui muro ou o quintal cimentado, e alguns apelaram para uma camada de concreto na entrada das casas. "Cadê o asfalto, que estamos precisando? Quando chove, vira uma barreira doida. Sem contar as casas que já estão caindo. Vieram, mas nem olharam direito", informou a dona de casa Alice Pereira, de 80 anos. A estrutura das casas, além daquela do bairro, também é lembrada pela aposentada Alzira Maria de Oliveira, de 76 anos. "As casas estão bem ruins. É madeira querendo cair, e casa escorada por dentro", informa.
PROVIDÊNCIAS
O departamento Jurídico da Prefeitura informou que "a obra é de responsabilidade do banco Família Paulista, que construiu e recebeu recursos por meio do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Ao município coube a infraestrutura, que foi entregue, e o asfaltamento que já está sendo realizado com recursos próprios". A Secretaria esclarece que "o município fez um levantamento técnico das melhorias que precisam ser feitas nos imóveis e notificou o banco Família Paulista para que o serviço seja feito. A partir disso, foram intermediadas reuniões entre moradores, banco e construtora para que os reparos fossem realizados. Cabe agora ao banco dar sequência".


Cooperativa avança para a casa própria de 740 famílias

Assinatura com a Caixa formalizou Minha Casa, Minha Vida Entidades em Limeira

Daíza Lacerda

Há cerca de dois anos, a possibilidade da casa própria ainda era uma promessa para as famílias da Associação Habitacional de Limeira (AHL). À época, elas arcaram com um aporte financeiro para segurar um terreno no Jardim Manacá. Passados anos de trabalho e trâmites, a assinatura com a Caixa Econômica Federal para o Minha Casa, Minha Vida Entidades selou que ali será erguida a residência de 740 famílias. O convênio foi formalizado na quarta-feira.
É a primeira vez que o projeto acontece em Limeira, no modelo de autogestão, como explica Josué Gregório, presidente da AHL. Devido às exigências para pleitear o convênio, como registros e pontuação, o grupo limeirense se uniu à Cooperativa Nacional de Habitação e Construção (Cooperteto), que atua na região há décadas e foi a titular do pedido. O apoio técnico para os projetos é da Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria da Habitação.
Os 740 apartamentos previstos na área serão divididos em duas etapas, que terão comissões de fiscalização e de finanças. Os cooperados participarão de todo o processo, como os projetos e medições, sendo responsáveis inclusive pela escolha da construtora.
Com a assinatura do contrato com a Caixa, serão liberados R$ 7,7 milhões de investimentos do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), que serão usados na compra da área de 71 mil metros quadrados, além de elaboração de projeto, trabalho social e legalização dos empreendimentos. Nos próximos 12 meses, a Cooperteto vai elaborar os projetos, orçamentos detalhados, legalizações e aprovações referentes ao empreendimento, além de atividades sociais com as famílias selecionadas.
PROCESSO
Segundo Gregório, a triagem das famílias já teve início. Mesmo ajudando na entrada para garantir o terreno, todos os cooperados devem atender às exigências da Caixa para o programa, como renda até R$ 1,8 mil por família e não ter imóvel no nome. Conforme o presidente, todos os cooperados são de Limeira, e vivem de aluguel ou casas cedidas. Parte conseguiu moradias em outros programas, além da participação no processo para o Residencial Rubi, saindo dessa fila. Para pleitear a moradia, novos cooperados entrarão numa espécie de fila de espera, caso um dos atuais desista ou seja viabilizado novo projeto.
O presidente salienta que a saga da busca de moradia remonta à atuação de Nelson Caldeiras, morto há um ano e meio. Ele era presidente da AHL e liderou o movimento pela habitação em Limeira. "É uma realização que devemos a ele. Foi uma honra continuar esse projeto e realizar esse sonho".
sábado, 28 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Creche de R$ 1 milhão inacabada em Cordeirópolis

Daíza Lacerda

A eterna finalização das obras da creche do Jardim São Francisco, em Cordeirópolis, preocupa moradores do bairro, cuja expansão foi mais dinâmica do que a construção com recursos públicos. "São muitas crianças no bairro, facilitaria bastante. A promessa é de inauguração neste ano", considerou um morador.
No local, a aparência é de prédio pronto, mas há materiais deixados tanto dentro da área quanto na calçada, com pedras soltas.
A construção é feita por meio do  Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), dentro do Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), em projeto que se arrasta desde 2011, quando foi assinado o convênio. A obra começou em meados de 2013, com projeção de conclusão naquele mesmo ano, mas até agora não foi entregue. O convênio é de R$ 1,2 milhão, com contrapartida da prefeitura.
A construção foi interrompida no ano passado, na etapa final, quando a empresa Marco & Santos Engenharia deixou a obra. À época, em junho de 2015, o FNDE havia informado que o município já havia recebido toda a verba, totalizando R$ 1.225.964,90. A continuidade seria feita pela segunda melhor classificada na licitação, tendo o trabalho sido retomado pela R. Maluf.
Segundo a Prefeitura de Cordeirópolis, a obra está em fase final e passou por novo aditamento, que ampliou o prazo para o final de junho, para quando está prevista a entrega.

quinta-feira, 26 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Remessa final de documentos do Rubi é encaminhada à Caixa

Daíza Lacerda

A Secretaria da Habitação encaminhou ontem à Caixa Econômica Federal 328 dossiês para nova análise no processo do Residencial Rubi. A projeção é de 15 dias para o parecer desta última remessa e definição da lista final de pré-habilitados.
A última lista divulgada após análise do banco teve 874 candidatos pré-habilitados. Dos 328 reenviados, 140 são complemento de documentos, 10 tinham pendências de cadastro nacional passíveis de recurso, 3 voltaram para nova análise após exclusão pela secretaria e 175 são recursos pelo indeferimento da Caixa devido à renda superior. No período para recurso, 177 listados não procuraram a secretaria, enquanto 265 tentaram, mas a pasta identificou que eram casos nos quais não cabia recurso, com renda superior comprovada.
Já está pré-agendada a data de 26 de junho para o sorteio dos pré-habilitados e as unidades e blocos que cada família ocupará. O evento será realizado no ginásio Vô Lucato, mas a confirmação da data dependerá do retorno da Caixa a tempo.
O secretário de Habitação, Felipe Penedo, ressalta que até a assinatura do contrato podem ocorrer alterações entre os pré-habilitados. A pasta tem algumas denúncias em apuração, em processo que continua mesmo após o sorteio das unidades.
Ele explica que, após a análise da Caixa, será divulgada nova lista com a situação de todos os candidatos, especificando os pré-habilitados, suplentes e indeferidos. Tanto os 874 previamente aceitos quanto o restante para completar os 900 obedecerão a ordem do sorteio realizado antes do envio dos dossiês. O secretário reitera que o sorteio das unidades será feito nos mesmos moldes, com comissão e todos os registros. A projeção é que a divulgação seja feita em meados de junho, ao menos 10 dias antes da data prevista para o sorteio.

Nova interdição do piscinão trava acessos de rotatória

Bloqueio fecha acesso à rua Farmacêutico Jacob Fanelli, que terá escavações

Daíza Lacerda

Interdição iniciada ontem na rotatória próxima da hípica exigiu paciência do motorista que tentou acessá-la pela Via Antonio Cruañes Filho (anel viário) ou rodovia Limeira-Piracicaba. O bloqueio do acesso à rotatória das três avenidas no início da tarde para obras do piscinão causou lentidão e até colisão, sem gravidade.
No final da tarde, agentes de trânsito fizeram o controle dos acessos do fluxo do anel viário e também de quem vinha da região do Piratininga, dado ao volume de veículos com o afunilamento. Mesmo ambulâncias tiveram dificuldade para trafegar no local.
A saída continuará fechada por 10 dias, conforme projeção do SAAE. As escavações no início da rua Farmacêutico Jacob Fanelli, que demandaram a interdição, devem ser feitas durante o feriado e final de semana com o intuito de reduzir esse prazo, conforme Osmar da Silva Júnior, da autarquia.
Sobre as medidas para minimizar o impacto da mudança, apenas na próxima semana devem ser colocados materiais de sinalização, como banners e placas. Segundo Osmar, está previsto que os agentes permaneçam na organização dos acessos, mas a partir da próxima segunda-feira e nos horários de pico.
A alternativa recomendada é usar o anel viário, tanto para acessar o Centro como a região do Piratininga. Quem fizer a opção pelo Jardim Nova Itália também deve ficar atento aos acessos disponíveis na rotatória das três avenidas. Foi fechada a saída para a Jacob Fanelli, sendo que o canteiro ainda ocupa a saída de uma das faixas da avenida Piracicaba. Estão liberadas as avenidas Piracicaba, Maria Buzolin e Vampré, mas quem acessa esta última como desvio só terá saída para a rodovia a partir da rotatória.

terça-feira, 24 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Com 22 processos em análise, número de imóveis crescerá 7%

Projeção tem base no número atual de imóveis e deve se confirmar nos próximos anos

Daíza Lacerda

Limeira deve receber nos próximos anos a oferta de cerca de 7 mil lotes. É o que deve ser oferecido por 22 empreendimentos em fase de aprovação. O incremento será de 7% se considerada a atual média de 100 mil imóveis no município.
A projeção é que oferta seja feita entre este e os próximos três anos, conforme o secretário de Urbanismo, Alex Marques Rosa. Tudo dependerá das empresas e dos trâmites, cujos prazos podem variar.
Dos 22 loteamentos, 15 estão em pré-análise na Prefeitura, trâmite que antecede o envio do processo para receber aval do Estado por meio do Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo (Graprohab). Empreendimentos com mais de 200 unidades passam, obrigatoriamente, pelo órgão estadual. Estão em análise no Graprohab 7 empreendimentos, além de outros três industriais, cujo aval é dado pela Cetesb. Os 15 somam 4,3 mil lotes, enquanto os 7 têm 2,8 mil. Mas esse número pode aumentar nos casos de fracionamento, quando a área é projetada para a construção de prédios.
Segundo o secretário, o tempo médio de tramitação até a aprovação total é de dois anos. A estimativa pode ser atrasada ou adiantada conforme a disposição da empresa. "O Rubi aprovamos em um ano e meio, porque a empresa correu e também é de interesse social. Os processos ficam cerca de seis meses no Estado, mas em alguns casos a aprovação do Graprohab demorou dois anos", explica.
ETAPAS
Há empreendimentos previstos para todas as regiões, principalmente a sul, que recebe o Rubi, além das imediações do Jardim Campo Belo e saída para a Limeira-Piracicaba. Não estão contabilizados os processos que estão na fase das diretrizes, anterior à pré-análise, que consiste na adequação do projeto às regras previstas no Plano Diretor Municipal. Nesta fase, o loteador deve considerar áreas públicas e largura de avenidas, entre outros itens.
O passo seguinte é o detalhamento de todo o plano urbano, como pavimentação, galerias, interferências ambientais, sinalização e mobilidade. Só depois é que o processo vai para o Estado e, voltando com a aprovação, segue para aprovação final. Nesta fase, são definidos detalhes como o caução à Prefeitura, ou seja, uma garantia do município caso a empresa quebre ou não cumpra o projeto.
Parte dos projetos em andamento são anteriores a 2013, mas também há processos recentes. Em relação aos efeitos da crise, a avaliação é de arrefecimento na quantidade de consultas, como analisa Alex. "No entanto, a maioria das obras é de médio prazo, e podem não estar tão sujeitas a essas condições. Os loteadores preferem lançar por etapas".
A partir da aprovação, o loteador tem dois anos para as obras. Estão em fase de fiscalização sete loteamentos e um industrial, que tratam-se de empreendimentos em vendas ou já vendidos.
DIAGNÓSTICO
Sobre a estrutura do município para absorver a demanda prevista, Alex explica que a legislação obriga os loteadores a garantirem a estrutura. Mesmo assim, é previsto um diagnóstico do Plano Diretor, que ainda não está no formato idealizado. "A ideia é que os loteamentos sejam interligados, e que os vazios entre regiões sejam preenchidos. O Plano Diretor passou por alterações, mas provavelmente terá de ser refeito no futuro para as demandas que vão aparecendo. O diagnóstico deve ter a participação de entidades, para identificar o que deu certo e errado".



Novos loteamentos estão em fase de aprovação na Prefeitura e
em órgão de fiscalização do Estado (Foto: Mário Roberto/Gazeta de Limeira)

Para baixa renda, déficit é de 8 mil moradias

A maioria dos empreendimentos a serem aprovados devem oferecer lotes a médio custo, conforme o secretário de Urbanismo, Alex Marques Rosa. A estimativa é de terrenos com custo médio de R$ 100 mil, além de produtos voltados para a média renda, acima da faixa 2 do programa Minha Casa, Minha Vida. "Mas o desafio são os empreendimentos de interesse social, com moradias para a baixa renda, cujo déficit habitacional é de 8 mil imóveis. No município ainda é muito comum a co-habitação, com mais de uma família morando no mesmo imóvel. São filhos que constituem famílias e continuam com os pais, por não conseguirem comprar outro imóvel", reconhece. (Daíza Lacerda)

Publicado na Gazeta de Limeira.

Entorno do viaduto do Pradão com mais problemas



Daíza Lacerda

Com afundamento em pelo menos duas alças de acesso, o entorno do viaduto Prefeito Paulo D'Andréa apresenta mais problemas, próximo do estádio Comendador Agostinho Prada, o Pradão.
Um afundamento após a lombada na rota de quem sai do viaduto no sentido Prefeitura deve ser o único dano a ser reparado nesta semana. O local chegou a ser interditado no final de semana, mas na tarde de ontem estava com o trânsito liberado.
Segundo o secretário de Obras e Serviços Públicos, Marcelo Coghi, aquele ponto não está no traçado das intervenções do viaduto. Portanto, receberá manutenção da Prefeitura. Conforme a Gazeta divulgou nos últimos meses, as alças ao lado do Jardim Florença (sentido anel viário/Centro) e ao lado do muro do estádio (do anel viário ao Centro) já apresentavam afundamentos. A empresa que executou a construção do viaduto, a Vila Nova, chegou a ser notificada para os reparos, pela obra ainda estar na garantia. Sem atender a solicitação, a questão foi para o jurídico sem data para solução. A Prefeitura pretende receber autorização para executar a obra, com garantias de que receberá da empresa.
Em relação ao ponto fora do perímetro da obra, Osmar da Silva Júnior, do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), informou que a galeria está intacta, e só com a interferência no local será possível identificar o que ocasionou o afundamento, como possíveis trincas no asfalto. A projeção é de reparo até o final da semana, dependendo da chuva, que ocasionou estragos também em outras galerias, a exemplo de um ponto no Jardim Santa Eulália, em frente ao Ecoponto. O local recebe manutenção, prevista para demandar dois dias.


Afundamento próximo do viaduto receberá manutenção, mas
alças permanecem sem reparos (Foto: JB Anthero/Gazeta de Limeira)

Publicado na Gazeta de Limeira.

segunda-feira, 23 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Nada cairá do céu

COLUNA RELEITURA - 23/05/2016

Nada cairá do céu

Daíza Lacerda

Algumas situações recentes me levaram a pensar que, embora possivelmente estejamos na época mais intensa de atividades de todos os tempos, também há uma parcela considerável tomada pela inanição, pontual ou não. Muita gente reclamando demais e agindo pouco para, de fato, mudar o que lhe incomoda.
Exemplos não faltam. Há algumas semanas, alunos da Unicamp foram às ruas protestar contra a falta de segurança no entorno do campus. Mas quantos saem das festas nas repúblicas para registrar um boletim de ocorrência? Cadê os estudantes em peso para cobrar e discutir a situação nas reuniões mensais do Conseg?
Não para por aí. Também tem ocorrido reclamações de moradores do Jardim Ibirapuera, que alegam aumento da circulação de andarilhos após a implantação do Centro Pop no bairro. Mas quantos moradores abordados foram pedir providências justamente no Centro Pop, ou tomar a atitude de ligar para o 153 ou 199 para abordagem social da pessoa em situação de rua?
Sujeira na cidade afora também é queixa recorrente. Muita gente não se dá ao trabalho de registrar pedidos no 156, e "terceirizam" o serviço para o jornal. No entanto, há pessoas que colecionam protocolos sem serem atendidas pelo poder público, o que realmente justifica a divulgação do problema. Muitas vezes, moradores gastam mais tempo reclamando com vizinhos do que de fato fiscalizando e agindo em sua comunidade. A ineficiência está em não dar conta de limpar ou do povo não aprender a não sujar? Deixar a responsabilidade para os outros é fácil. E a nossa parte?
O trânsito também é campeão da má vontade. Só que nós também somos o trânsito. A partir do momento em que se opta pelo veículo particular, vamos inevitavelmente dividir (disputar?) espaço. Vai resolver mais reclamar ou se programar para sair em horários alternativos?
Ignoramos o quanto a passividade pode nos custar. Recentemente entrei numa discussão sobre a velhice, e a "obrigatoriedade" de filhos terem de cuidar dos seus idosos. Pensando daqui adiante, num contexto de longevidade muito maior do que a de nossos antepassados, como estamos nos preparando para os nossos anos finais? É justo contar que alguém cuide de nós quando temos plenas condições, agora, de nos preparar para viver mais e melhor? Não é responsabilidade nossa providenciar plano de saúde, exames periódicos preventivos, poupança e hábitos saudáveis para ter o mínimo de dependência possível quando isso for inevitável? E o que garante que haverá alguém por nós lá na frente? Como vamos saber por quais caminhos nossos entes serão levados, se eles terão disponibilidade ou interesse de olhar por nós? Amor da família é importante, mas o amor próprio também. Sempre é hora de se cuidar.
Se tanta gente não se mexe para garantir o mínimo, o que será do todo? Infelizmente não reina entre nós a cultura do planejamento, que é o essencial para qualquer objetivo. E por que terceirizar o que é do nosso interesse, em qualquer âmbito?
Há uma máxima que diz que não dá pra esperar resultados diferentes quando se faz as mesmas coisas. É fato. Sem ação ou reação, nada cai do céu. Nem mesmo a chuva, que depende de fenômenos e determinadas condições para se materializar.


Publicado na Gazeta de Limeira.

domingo, 22 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Em 1 ano, 629 jovens passam pela carceragem da Seccional

Quantidade é considerada alta pelo Cedeca, que cobra melhores condições aos apreendidos

Daíza Lacerda

Levantamento da Vara da Infância e da Juventude mostra que, entre outubro de 2014 e outubro de 2015, a carceragem da Delegacial Seccional de Limeira recebeu 629 adolescentes, numa média mensal de 52 apreensões. O mês com mais casos foi janeiro do ano passado, com 61 custodiados. Já entre janeiro e outubro do ano passado, foram distribuídos 918 processos de apuração de atos infracionais.
O número é considerado "muito grande" por Mariana Peres, assistente social e coordenadora do programa de atendimento às famílias dos adolescentes do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca). Ela questiona tanto os critérios de abordagem policial quanto a visão do Judiciário sobre o adolescente. "O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê seis medidas socioeducativas numa ordem para serem aplicadas nos casos de ato infracional, cabíveis conforme a gravidade. Mas o que vemos é que mesmo nas mais leves são aplicadas as medidas de internação", explica. Entre as penas mais brandas, estão a liberdade assistida e prestação de serviços comunitários.
Ela cobra também a questão do trabalho preventivo, com oferecimento de opções à rua e evasão escolar, o que deve ser garantido também quando o adolescente sai de uma instituição. "Esse é um dever do poder público, que precisa ter um envolvimento maior. É injusto competir com o tráfico, mas há uma dificuldade de chamar atenção desses jovens porque não há algo construído junto, como política de juventude. Ainda é muito pouco. É um desafio", avalia.
ATENDIMENTOS
No último levantamento semestral de atendimentos do Cedeca oferecido às famílias dos adolescentes apreendidos foi apurado que metade não era reincidente em infrações, o que não ocorria desde 2013, quando a reincidência era superior, como explica Mariana. No segundo semestre de 2015, foram atendidas 217 famílias. Prevaleceram jovens entre 16 e 17 anos, justamente na fase mais imediatista da adolescência, com cobranças como a profissionalização, que desencadeiam os atritos familiares e sociais, como ela analisa. 
Ela ressalta que o Cedeca não culpabiliza os pais, reconhecendo que muitos deles também fazem parte de um processo de violação e não conseguem dar conta. O abandono paterno também é um fator que impacta. "É um dever não só da família, mas da comunidade, sociedade e Estado. Mas o Estado já não deu conta daquela família. As violações não vêm só da família, mas do Estado".
Entre as cobranças do órgão, estão as melhores condições na carceragem da Delegacia Seccional. "Já fizemos diversos movimentos para mostrar que aquele não é um local adequado. Não há janelas, é sem ventilação", aponta. Conforme a Gazeta divulgou na última semana, as celas receberam uma visita surpresa do secretário de Justiça do Estado, Aloísio de Toledo César. Na ocasião, a autoridade máxima abaixo do governador considerou que a situação do local daquela maneira não poderia continuar.


Conselho Tutelar só age na falta
dos pais durante apreensão

Quando o adolescente é apreendido e não é encontrado um responsável legal, o Conselho Tutelar é chamado para acompanhar o jovem. Essa situação está na rotina quase diária dos conselheiros, principalmente nos plantões, até que algum familiar seja acionado, como explica a conselheira Ludma de Oliveira. Outras atribuições do conselho nesses casos é o de encaminhar para atendimentos psicológicos e ou psiquiátricos e tratamento de dependência química. 
São considerados casos de ato infracional as ocorrências cometidas por jovens de 12 a 17 anos. Do contato com os pais, a sensação é de hostilidade. "Muitos já esgotaram os recursos e se mostram chateados com a presença do Conselho. Advertimos sobre a responsabilidade, pois muitos desconhecem até onde podem ir. Muitos 'lavam as mãos', mas mudam a postura ao saber que podem ser responsabilizados por omissão. Se eles não derem os limites dos filhos, quem dará?". (Daíza Lacerda)


Publicado na Gazeta de Limeira. Original em pdf aqui.






Resposta ao tráfico e união de setores são desafios em plano de proteção

Criança, adolescente e familiares são público-alvo de ações previstas por conselho

Daíza Lacerda

O envolvimento no tráfico e consumo de drogas não só por adolescentes, mas também por crianças, se mostra como o principal fator de quebra de vínculos com familiares. As drogas são apenas uma das causas de vulnerabilidade que devem ser trabalhadas até 2023, dentro das ações do Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. O plano foi feito pelos conselhos municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente de Limeira (CMDCA) de Assistência Social (CMAS), além de setores da rede de assistência.
Além de lidar com consequências já estabelecidas, a atuação deve ser sobretudo na prevenção, como a da dependência química. É o que explicam Raquel Nunes, presidente do CMDCA, e Simone Reatto Ponzo, da gestão de Proteção Social Especial do Ceprosom. Mas, para conhecer a fundo as demandas desse público, é preciso que os serviços sejam sistematizados, com dados mais completos do atendimento, e não só da área social. "Dentro do plano, o principal desafio é da união de setores, como saúde, educação e habitação, que também precisam ter resposta rápida para os casos. O resultado depende também de como os outros vão atuar para solucionar".
No caso das drogas, elas explicam que existem ações pontuais, mas não discussões de políticas para agir diretamente no foco, que não se restringe à questão de segurança. "Só tirar a criança da área de tráfico não resolve o problema. Também existe a questão da privação de renda e desorganização familiar", consideram.
Um exemplo da necessidade de envolvimento de outros setores neste caso é que não adianta ter encaminhamentos aos serviços de saúde se o atendimento é agendado para dali dois meses. "Internação não é tratamento. Tem de haver mudança no contexto familiar. Nisso, o Caps desenvolve o serviço ideal, o problema é a defasagem de equipes para acompanhamento técnico em relação à demanda. Criança e adolescente têm prioridade, e os casos precisam de ações definitivas, não paliativas".
AÇÕES
Ao conhecer mais a fundo a raiz das demandas, o foco é agir na prevenção. Um dos exemplos de risco social é quando a criança deixa de frequentar a escola. "A articulação com outras secretarias não deve ser fragmentada. O plano tem definida uma matriz de ações específicas, com objetivos e ações designadas para cada responsável".
A participação dos próprios adolescentes também está prevista no processo. Vice-presidente do CMDCA, Paula Bocaiúva lembra que deve ser iniciado o fórum permanente de adolescentes, para que eles possam opinar e avaliar a própria condição.
O levantamento mais detalhado da situação das crianças e adolescentes nos territórios deve contribuir para as ações nos eixos específicos. O município deve ser o executor por meio do Ceprosom e secretarias, sendo que os conselhos devem acompanhar. A agenda prevê medidas de curto, médio e longo prazos. No curto, até este ano, há a questão dos abrigos no reordenamento, que aplica mudanças como a não separação de irmãos. No médio prazo (2017-2019), devem ser garantidos programas de apoio à convivência de crianças e adolescentes com transtornos mentais e deficiência, a exemplo de espaços mais acessíveis, o que ainda não ocorre. O estudo de dados de desaparecidos também é previsto neste período. Entre as ações de longo prazo (2020-2023), está a de garantir o vínculo de crianças de 3 a 5 anos com a família, enquanto a criança está abrigada. A menos que o afastamento do lar tenha ocorrido devido a ameaça ou violência.

Publicado na Gazeta de Limeira. original em pdf aqui.

terça-feira, 17 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Botão do Pânico é lançado em meio à alta de medidas protetivas

Só neste ano, 280 medidas foram autorizadas pelo Judiciário, enquanto 2015 teve 409 casos

Daíza Lacerda

"Só peço que os filhos ouçam quando uma mãe pede para ter cuidado. Conselho de mãe vem de dentro. O Botão do Pânico não trará a minha filha de volta, mas traz um acalento ao meu coração". As palavras são de Therezinha Furlan Munhoz, de 63 anos, mãe de Priscila Munhoz, que foi assassinada aos 26 anos pelo ex-namorado, em 2013. Priscila dá o nome para o programa de proteção que agora conta com o Botão do Pânico, um último recurso na tentativa de salvar a vida de mulheres vítimas de violência. Lançado oficialmente ontem, o dispositivo, quando acionado, emite áudio da conversa e localização da vítima a smartphones que estarão com GCMs, sendo que a viatura mais próxima socorrerá a vítima.
Assim como Priscila tinha, à época de suas ameaças e morte, 280 mulheres tiveram medidas protetivas autorizadas pela Justiça neste ano, até a última sexta. Em pouco mais de quatro meses, a quantidade supera a metade de todas as medidas autorizadas em 2015. Foram 409, em meio a 1.360 inquéritos policiais da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Limeira, que envolvem mulheres vítimas de violência doméstica. Ainda assim, um caso de homicídio contra mulher foi registrado em 2015 e um em 2016.
Num mês "tranquilo", são autorizadas no mínimo 60 medidas, conforme o juiz da 2ª Vara Criminal, Luiz Augusto Barrichello Neto. Normalmente, a média é de 5 a 6 por dia, sendo que já chegaram a ser autorizadas 11 num dia. Entre os tipos de proteção, há aquela que decreta o afastamento do agressor do lar, a proibição de se aproximar da vítima quando já está afastado e também a proibição de frequentar determinados lugares. No caso de descumprimento, são tomadas medidas cautelares, como a prisão preventiva.
Num cenário em que os casos só aumentam, estatísticas mostram relação inclusive com a situação econômica atual e o desemprego. Conforme Barrichello, a incidência varia conforme a época, a exemplo de feriados prolongados, mas foi constatado aumento dos casos com o avanço da crise. Para ele, o Botão do Pânico terá caráter pedagógico. "Sabendo que haverá consequência rápida, os agressores pensarão mais de uma vez antes de cometer o ato de violência. É uma ferramenta que ajuda não só a vítima, mas o Judiciário e a Polícia, facilitando a aplicação de medidas e evitando tragédias", considera.
A delegada Andréa Arnosti, da DDM, informa que são lavrados no mínimo 30 boletins de ocorrência diariamente, em causas como lesão e ameaça. A maioria é praticada no âmbito doméstico. Outro número considerado elevado é o de estupro. Foram registrados 101 casos em Limeira em 2015, e 34 casos de janeiro até agora. Das vítimas, a maioria solicita medidas protetivas, conforme a delegada.
PIONEIRISMO E UNIÃO
Limeira é o primeiro município no Estado a adotar o dispositivo, sendo que, em outras cidades, a proposta esbarra no vício de iniciativa, o que também ocorreu no histórico limeirense. A vereadora Érika Tank foi autora da lei inicial, mas o projeto teve de ser apresentado pelo Executivo, o que foi feito.
Quem atentou ao entrave Estado afora foi Rosmary Corrêa, delegada e presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina. "São necessários mais prefeitos sensíveis à causa. O Brasil é o 5º país no mundo em números de assassinato de mulheres. O Botão do Pânico talvez não impeça, mas reduzirá muito qualquer tipo de assassinato de mulheres. É uma nova arma na luta contra a violência".
A sintonia entre diversos órgãos, com o interesse da Prefeitura, Câmara, Ceprosom, Segurança Pública, Polícia e Judiciário, foi citado como primordial para que o projeto saísse do papel. Para a vereadora Érika Tank, o dispositivo mostra a "necessidade real no abafar de cada voz", em situações "que não podem ser rebaixadas como crimes passionais".
Já o prefeito Paulo Hadich disse que a efetividade do dispositivo é o que segue ao acionamento, com a reação imediata e o trabalho em rede que envolve a assistência social. "Até termos a necessidade do dispositivo, uma série de medidas anteriores falharam. Este é um último recurso, possível porque todos se envolveram, em suas esferas de atuação".


Simulações "às escuras" garantiram socorro em 4 minutos

O trabalho que começou há anos com a formulação da atual Rede Elza Tank de Atendimento Integrado à Mulher em Situação de Violência culminou, nas últimas semanas, com o teste de sua eficácia. A presidente do Ceprosom, Ana Maria Sampaio, explicou que os próprios servidores participaram de simulações do uso do botão, necessárias para corrigir dinâmicas do fluxo de atendimento. Os testes tinham aval do secretário de Segurança Pública, Maurício Miranda Queiroz, mas os agentes desconheciam que se tratava de uma simulação. Num dos casos, não demoraram quatro minutos até que a viatura mais próxima chegasse para o socorro do caso simulado. São consideradas variáveis como o horário, e a equipe mais próxima disponível, que pode estar de carro ou moto, mais ágil.
A compra do dispositivo foi feita pelo Ceprosom, em contrato anual com o custo de R$ 162.451,20. A prorrogação pode ser feita até 60 meses sem que seja necessário outro processo. A aquisição é de 50 botões, quantidade mínima oferecida pelas empresas consultadas e considerada como ideal para o início da experiência em Limeira.
O Botão do Pânico será concedido com aval do Judiciário, que encaminhará a solicitação ao Ceprosom. A vítima fará um cadastro no Centro de Referência em Assistência Social (Cras), seguido do acompanhamento psicossocial. A situação será monitorada para avaliação no município. A mulher também receberá uma espécie de treinamento para uso do dispositivo, além de orientações para dificultar abordagens e aumentar a própria proteção.
A expectativa é ainda melhor com o anexo judicial de violência contra a mulher, anunciado na última semana. "Já estamos fazendo reuniões da Rede nos territórios dos Cras para discutir casos". (Daíza Lacerda)


Publicado na Gazeta de Limeira. Original em pdf aqui.

Um Underwood para chamar de nosso

COLUNA RELEITURA - 17/05/2016

Um Underwood para chamar de nosso

Daíza Lacerda

Terminando de assistir a quarta temporada de House of Cards, foi inevitável me perguntar o quanto a arte imita a vida. Na famosa série do serviço Netflix, o protagonista é o brilhante Kevin Spacey na pele de Frank Underwood, o congressista inescrupuloso que chega à presidência dos Estados Unidos. Levando-se em consideração que, após inúmeras manobras, o personagem ficcional (?) alcança o poder e tenta manter-se nele de forma ilegítima, temos agora, em Michel Temer, um Underwood para chamar de nosso. Sem saber o quanto a busca cega pelo poder ainda vai nos custar.
Eu costumava me descrever como alguém que "não é de direita e nem de esquerda, mas da contramão do lugar-comum". Sem ter nenhum partido ou ideologia política que me seduzisse, assim permaneço. E a situação do impeachment nos moldes que é executado, uma medida extrema em tempos de falsa democracia, nada mais é do que uma vertente diferenciada da costumeira falta de honra que prevalece com tudo o que é público.
Não sou a favor da política de Dilma e reconheço que o seu governo acabou faz tempo, quando ela passou a se preocupar mais em defender o cargo do que gerir o País. Também não me inspira sequer um fio de otimismo alguém que chega ao poder como Temer chegou. Embora eleito indiretamente, mas eleito, mesmo para os patamares políticos a sua traição à presidente foi vergonhosa. Mais um exemplo do qual esta Nação não precisa. Tarde, talvez comecemos a ter mais atenção aos candidatos a este cargo, situação que os espectadores da série certamente já analisam com mais interesse.
O problema que nos mantém patinando na lama não é o afastamento de Dilma, mas a permanência dos tantos que têm tanto a explicar, a exemplo da boa parte do time ministerial de Temer, além do próprio. Prova que a "justiça" é feita quando interessa, e não sempre que é necessária. Não dá pra ser otimista.
Uma análise pertinente é a do jornalista Denis Russo Burgierman, da revista Superinteressante (http://abr.ai/23NRVMN). Ele lembra que, em meio às asneiras, o principal não foi discutido na votação dos deputados: os indícios sérios dos crimes de Dilma. E que o País está cheio de ciclistas fiscais como ela, inclusive Temer que, "nos curtos períodos em que substituiu a presidente em sua ausência, pedalou três vezes mais que ela", e o próprio relator do processo de impeachment no Senado, Antonio Anastasia, enquanto governador. Outro adepto citado pelo jornalista é o governador paulista Geraldo Alckmin, cujas pedaladas ultrapassariam R$ 300 milhões, "bem menos que os bilhões de Dilma, mas crime igual". E atenta: "Se o Congresso quer seriamente punir Dilma, é importante que se afirme com clareza a disposição de punir de maneira equivalente todos os ciclistas fiscais, independente de partido ou de taxa de popularidade".
Finalizo lamentando e concordando com o roteiro da vida real: "Um processo ilegítimo para punir um mandatário pelos seus processos ilegítimos não é um passo na direção de um país melhor. Não contribui em nada para deixar nossas instituições mais sólidas, justas e democráticas".
sexta-feira, 13 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Centro Pop tem 1ª reunião com moradores do Ibirapuera

Ação de pedintes e falta de opções de lazer estão entre as principais demandas

Daíza Lacerda

A presença de pedintes no bairro e adjacências e limpeza dos entornos foram alguns dos assuntos na primeira reunião entre a coordenação do Centro Pop e moradores do Jardim Ibirapuera, na última semana. Outras necessidades também foram apontadas por representantes de entidades.
Conforme a Gazeta abordou recentemente, moradores têm reclamado de pedintes. A comunidade chegou a se manifestar durante a construção do Centro Pop na região, sendo que a obra foi viabilizada por convênio federal que restringia o uso do prédio para outros fins que não fosse o atendimento à pessoa em situação de rua.
Segundo Joice Campos Toniato, coordenadora do Centro Pop, alguns dos próprios moradores reconheceram que o problema é anterior à construção, levando-se em conta as aglomerações em áreas verdes do bairro. De acordo com ela, foi reconhecida a necessidade da implantação do serviço. A cobrança de providências também foi no sentido de viabilizar opções no bairro, carente de estruturas para lazer, por exemplo.
Joice explica que foram tomadas providências, como a intensificação das abordagens e limpeza da região da mata, inclusive com a retirada de estruturas existentes. Ela ressalta que o público atendido não fica pelo bairro, já que os usuários são levados ao local especificamente para o atendimento.
Sobre as opções para a região, foi discutida a possibilidade do prédio ser usado no período noturno, para aulas de zumba e cursos, como de inglês. As principais demandas de curso serão levantadas com os moradores. Em relação aos equipamentos de lazer, serão estudadas opções como o aproveitamento de áreas.
A próxima reunião está prevista para a primeira semana de junho, à noite, no Centro Pop. A expectativa é que mais pessoas compareçam.
VAZAMENTO
Um usuário do Centro Pop reclamou de vazamentos em duas torneiras, que estariam ocorrendo há semanas sem providências. Joice disse que a conservação também depende do uso e cuidados, sendo que é grande o fluxo de pessoas no local que tomam banho e lavam roupas. Ressaltou que providências são tomadas quando manutenções são necessárias, e que não há nenhum grande vazamento no local.

Publicado na Gazeta de Limeira.
quarta-feira, 11 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Residencial Rubi tem definidos candidatos pré-habilitados

Lista foi publicada ontem e divulga também a condição de excluídos

Daíza Lacerda

A Secretaria da Habitação divulgou ontem a lista de pré-habilitados e excuídos no processo para o Residencial Rubi, que terá 900 moradias pelo programa Minha Casa, Minha Vida. A maioria dos dossiês passaram pela análise da Caixa Econômica Federal, exceto por alguns casos que ainda são avaliados.
O secretário Felipe Penedo explica que 885 candidatos estão pré-habilitados, 53% dos 1.663 participantes do processo. Outros 613 foram excluídos (37%), enquanto 110 têm pendências em análise pelo banco (7%) e 55 precisam regularizar documentação pendente (3%).
Podem recorrer até 23 de maio diretamente na Secretaria apenas os candidatos excluídos devido à renda superior, apontamento feito pela Caixa. Estes deverão comprovar a renda compatível com o programa, de R$ 1,6 mil por família. Outras exclusões, como omissão de cônjuge, foram indeferidas pela Secretaria no decorrer do processo, inclusive com denúncias. A lista divulga a situação também de candidatos que não tiveram o dossiê enviado, especificando o motivo da exclusão, como não comparecimento para assinatura da documentação.
Não será aceito recurso para reanálise nos casos de exclusão por omissão de cônjuge, omissão de dados, informações não
comprovadas, não comparecimento no atendimento, já ter participado de algum programa da Secretaria de Habitação e histórico de ter possuído imóvel. A situação de alguns candidatos é indicada para procurar a Secretaria. Tratam-se daqueles que precisam complementar ou atualizar alguma documentação.
Com o recebimento dos recursos até dia 23, a projeção é que nas primeiras semanas de junho a Secretaria tenha novo aval da Caixa dos processos pendentes. Enquanto isso, é planejado o trabalho com as famílias possivelmente contempladas, como formação do condomínio e sorteio das unidades, o que deve ocorrer entre junho e julho.


Foto: Divulgação Secretaria da Habitação
Dossiês devolvidos após análise da Caixa:
indeferidos por renda superior ainda podem recorrer

Denúncias ainda podem ser feitas

Mal foi publicada a nova lista e a Secretaria da Habitação recebeu denúncia de possível irregularidade com um dos pré-habilitados, que pode levar à desclassificação do candidato. O secretário Felipe Penedo ressalta que toda denúncia recebida será apurada. A pessoa não precisará se identificar, desde que ofereça meios que garantam provas suficientes para a desclassificação.
O primeiro caso recebido ontem tratava-se de omissão de cônjuge, sendo que o denunciante indicou fotos comprovando. As redes sociais têm sido aliadas nas investigações.
Por esse e outros motivos, pré-habilitados podem cair da lista até a assinatura do contrato. Portanto, a lista publicada ontem deve sofrer mais alterações até o fim do processo. (Daíza Lacerda)


Publicado na Gazeta de Limeira.


Antonio de Luna e outras 10 vias passarão por recapeamento


Daíza Lacerda

Foi assinado no início da semana convênio entre Limeira e a Casa Civil do Estado, que destinará verba de R$ 4 milhões para infraestrutura urbana. Com recursos, previstos desde o ano passado, 11 avenidas serão recapeadas total ou parcialmente.
Segundo o secretário de Obras e Serviços Públicos, Marcelo Coghi, os projetos estão prontos desde fevereiro, e a parte burocrática da licitação foi adiantada, para publicação assim que o Estado formalizar o convênio na Imprensa Oficial. A planilha orçamentária apontou custo de R$ 4,168 milhões, mas a expectativa é que as empresas apresentem preço inferior. O que passar do orçamento deverá ser bancado pelo município.
O recapeamento será nas avenidas Antonio de Luna (Jardim Aeroporto), José da Anunciação Fiorentini (Sthalberg), Carlos Zaccarias, Frei João das Mercês e Alcides R. Maduro (Parque Nossa Senhora das Dores), Carlos Kuntz Busch (Egisto Ragazzo), Davi dos Santos (Nova Limeira), Lumiére e Lafayete (Centreville), São Sebastião (Boa Vista) e Virgílio Bassinelo (Belinha Ometto).


Publicado na Gazeta de Limeira.
terça-feira, 10 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Prefeitura abre hoje inscrição de voluntários para evento da tocha

Daíza Lacerda

Serão abertas hoje, por meio do site da Prefeitura de Limeira (www.limeira.sp.gov.br/tochaolimpica), as inscrições para os interessados em trabalhar de forma voluntária no evento da passagem da tocha olímpica no município, que ocorre dia 20 de julho.
São previstos ao menos 200 voluntários, que precisam ter acima de 18 anos e disponibilidade para um treinamento e reunião com o gestor do grupo no dia 18 de julho, às 19h, no Teatro Nair Bello. Apenas pessoas físicas podem participar.
Os interessados deverão preencher o formulário do site, prestando informações como se é deficiente ou idoso, importantes para a organização dos voluntários em cada trecho. Serão aceitos 220 cadastros, que serão selecionados por ordem de inscrição. A sobra de 20 pessoas é para garantir que não faltem voluntários no dia do evento para cobrir o percurso. Os voluntários vão receber um uniforme com camiseta, boné, squeeze para uso no dia da condução da tocha, além de treinamento.
A coordenadora da Central de Voluntários de Limeira, Neuda de Souza Martins, disse que os inscritos passarão a compor o quadro da Central de Voluntários e podem ser chamados posteriormente para trabalhar em atividades culturais, esportivas e sociais desenvolvidas pela prefeitura.
PERCURSO E SEGURANÇA
A chama chega a Limeira dia 20 de julho. O percurso de 6,5 km começa na avenida Major José Levy Sobrinho em frente à Nissan, com início previsto às 11h03, e chegada prevista às 12h09 no Parque Cidade, com fim das comemorações às 12h24.
Uma equipe de 650 pessoas fará o cordão de isolamento do condutor da tocha, com a chama olímpica, durante o percurso. A equipe de segurança contará com diversos agentes da GCM e Polícia Militar, além da participação do Tiro de Guerra e do Corpo Bombeiros. A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana trabalhará com sete veículos e 15 agentes. O Parque Cidade Limeira terá atrações culturais, como música, ginástica olímpica e exposição.

Publicado na Gazeta de Limeira.

Obra na Praça do Museu prevista para terminar em um mês

Daíza Lacerda

Se está complicado para o motorista trafegar no entorno da praça Coronel Flamínio (do Museu), a situação ficou um pouco mais confortável para quem usa o transporte coletivo. Na reforma em curso, foi ampliada a quantidade de assentos para quem espera ônibus nos movimentados pontos da praça.
Já a complicação para os motoristas está com os dias contados: a previsão de conclusão das obras é até a primeira semana de junho, conforme o secretário de Obras e Serviços Públicos, Marcelo Coghi. A movimentação de trabalhadores, máquinas e entulho exige atenção de pedestres e condutores, já que o entorno está parcialmente interditado, com passagem provisória pela rua para quem está a pé.
O lado da praça em frente à rua Treze de Maio está praticamente pronto. A parte do piso foi concluída, mas o novo bolsão de estacionamento para motos ainda não está liberado. No trecho falta ainda o plantio dos canteiros, previsto para as próximas semanas.
Na tarde de ontem, era retirado o piso antigo do quadrante entre a Carlos Gomes e Boa Morte. A escada que era o acesso principal ao prédio histórico será substituída por outra, além de uma rampa. A escada dos fundos do imóvel, onde foi instalado o elevador, também será demolida. Naquele ponto será feito um canteiro entre o prédio e a passagem de pedestres. A banca e quiosque serão remanejados naquele lado da praça.
Coghi explicou que os bancos da praça foram colocados de forma aleatória, já que os pontos de ônibus sofrem mudanças de acordo com as intervenções. Novos abrigos também estão previstos quando for adotada ordem definitiva.


Foto: JB Anthero/Gazeta de Limeira
Obras continuam na praça do Museu durante mais um mês




Publicado na Gazeta de Limeira.

A imoralidade nossa de cada dia

COLUNA RELEITURA - 10/05/2016

A imoralidade nossa de cada dia

Daíza Lacerda

Confesso que assisto versão pirata de filmes. Principalmente aqueles lançamentos que passam longe dos tantos cinemas de Limeira, que oferecem apenas mais horários dos mesmos blockbusters. Nenhum ainda teve coragem de adotar uma linha mais alternativa, sem deixar os lançamentos de lado. Sei que não justifica a prática, e também não faço ideia do quanto eu leso o bolso de produtores e astros fazendo isso. Não gero essas cópias falsas, mas, se estão disponíveis, assisto. Esta é a minha imoralidade consciente. Qual é a sua?
As práticas imorais tidas como "inofensivas" são tão intrínsecas na vida do brasileiro, que muitos devem considerá-las legítimas. Tipo usar vaga especial, em estacionamentos e veículos públicos. Furar fila descaradamente. Usar carteirinha falsa para garantir pagamento de meia entrada em eventos. Comprar de lojas cujos produtos são fruto de trabalho análogo ao escravo. Dificultar a passagem de ambulâncias no trânsito. Falsificar ou usar indevidamente atestados médicos.
Atestar que tem uma doença crônica quando não tem, só para garantir a imunização contra a gripe, é uma das coisas que nos faz entender porque o nosso país é como é. Em meio ao furacão político, cidadãos bradam pela caça aos corruptos. Sabe-se lá quantos deles tirando uma vacina de alguém que realmente precisa, por exemplo.
A situação foi trazida pela jornalista Renata Reis na edição de sábado da Gazeta, e coloca em cheque não só a conduta de pacientes como a de médicos. Pode não ser um crime. Pode não desrespeitar nenhuma lei. Mas é certo? Ano após ano, as vacinas sobraram nos postos. Mesmo com a oportunidade, ninguém procurou se imunizar. E uma vertente nova da gripe tampouco mudou os hábitos, tanto de higienização quanto de educação. Afinal, mesmo sem H1N1, nunca foi bonito espirrar na cara dos outros.
Mas, no país das vantagens, é mais fácil "dar um jeitinho" de conseguir a vacina do que tomar cuidado para evitar o vírus. Deveríamos estar aliviados por estar fora do grupo prioritário, supondo-se ter uma imunidade melhor contra o que de pior a doença pode causar. Mas o brasileiro tem uma cultura de remediar doenças, e não de preveni-las (com a vacina da boa alimentação e atividade física). Daí bate o desespero e a cara de pau.
Exceto pelo que mexe no bolso (alguém relacionou o preço exorbitante de alguns ingressos com a explosão da meia entrada?), não sabemos mensurar o impacto das nossas imoralidades cotidianas. Mas não acredito que haja consciência impune quando o que está em jogo são vidas muito mais vulneráveis do que a nossa. Não acredito que haja justificativa plausível o bastante para atrasar uma ambulância ou tirar a vacina de alguém que pode, de verdade, precisar dela para continuar vivendo.
É sempre um risco generalizar, mas são situações que levam a crer que Renato Russo estava certo, em essência. Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da Nação.

domingo, 8 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Pioneiro, Limeira Clube completa 100 anos

Polo recreativo sobrevive à época áurea dos bailes que movimentavam a cidade

Daíza Lacerda

Em 1916, os atrativos de Limeira se limitavam às praças. Antecedendo a época em que os bailes colocariam a sociedade limeirense para dançar, o Limeira Clube nasceu da união de cinco amigos que talvez não imaginassem que o polo recreativo e dançante que planejavam atravessaria gerações.
"Além dos carnavais inesquecíveis, foram inúmeros bailes e shows com grandes artistas, como Roberto Carlos, Elizeth Cardoso e Altemar Dutra. O clube ainda foi sede de reuniões rotárias. O Rotary Club Centro praticamente foi fundado conosco, em 1939". A recordação é de Antonio Carlos Câmara Leite. Aos 74 anos, a história de vida do atual presidente do conselho deliberativo se mistura à do clube. Seu avô, Rodolpho Forster Filho, consta como um dos primeiros associados no livro que registra a ata de fundação do clube, em 9 de maio de 1916.
VELHA E NOVA CASA
Presidida por Cyro Scartezini, a primeira diretoria foi formada também por Francisco Bernardino de Oliveira, Carlos Borges Teixeira, Nestor José Rodrigues e Joaquim de Barros Cotrim, os fundadores. Hoje, sob a gestão do atual presidente Antonio Celso Scandolera, o clube mantém a estrutura solidificada na década de 1960, quando as quadras começaram a ser construídas no terreno adquirido duas décadas antes.
A primeira sede foi em imóvel onde atualmente está o edifício São José, na Rua Alferes Franco, no Centro. Na época, o local era cuidado pelo major José Levy Sobrinho. Conhecido como clube Fênix, era o que o município tinha de mais parecido com um local recreativo. "Foi feito um acordo para pagamento mensal de 30 mil réis à Santa Casa, como uma espécie de aluguel. A área atual só foi comprada em 1940, de Mário de Souza Queiroz, quando Raul Machado Gomes presidia o clube. Foi aproveitada a área da fazenda e a casa que existia", conta Câmara Leite. As novas construções partiram de 1950, passando por reforma em 1960.
A primeira piscina era uma adaptação do lavador de café existente na fazenda, numa época em que não existia nada no entorno. A movimentada avenida chegaria muito depois do clube, que foi testemunha de tempos em que o município não tinha tanta estrutura, como no abastecimento. "Aproveitamos um poço artesiano para encher a piscina. Era década de 50, e a cidade passava dificuldades com a falta d'água. Muitas pessoas vinham buscar água aqui, com garrafões e até caminhão tanque", rememora. Até hoje a piscina que sedia campeonatos é cheia pelo poço.
NOVOS TEMPOS
Os tempos áureos dos bailes foram nas décadas de 60 e 70, em época que deu origem a muitos casamentos, como garante o conselheiro. Mas a tradição foi se perdendo, assim como a própria cultura de pular carnaval. Hoje, o forte são as equipes esportivas, como as de tênis de campo e natação. "Agora, a principal motivação são as práticas esportivas e eventos sociais, além da nova academia", lista.
Com o tempo, a concorrência chegou, também em reflexo do crescimento da cidade. Ele reconhece que houve fase de defasagem, principalmente de jovens, mas que sempre houve bom relacionamento com outros clubes. Credita a longevidade do clube à dedicação de associados e diretores, principalmente nas dificuldades, que não foram poucas, como ressalta. "Também somos sujeitos à alternância da economia, e temos custos muito altos, a exemplo da energia elétrica", exemplifica.
Para comemorar os 100 anos, o clube organiza um baile, que acontece no próximo sábado, dia 14. Os convites são vendidos a R$ 40 para sócios e R$ 50 para não sócios, sendo que detalhes do evento podem ser obtidos pelo 3404-6565. "É uma comemoração importante. Afinal, não estaremos aqui para celebrar outro centenário", considera, aos risos, o veterano.

Fotos: JB Anthero/Gazeta de Limeira/Reprodução


Antonio Carlos Câmara Leite e o poço que ainda
abastece a piscina, e também garantia água a moradores
Imóvel na rua Alferes Franco foi a primeira
sede, com pagamento de aluguel à Santa Casa
Clube celebra a tradição e se reinventa para
nova geração, tendo os esportes como forte
Publicado na Gazeta de Limeira.

Voluntários poderão se candidatar para evento da tocha olímpica em Limeira

Inscrições serão recebidas por meio do site da Prefeitura, com previsão de 500 participantes

Daíza Lacerda

Limeirenses poderão se voluntariar para os trabalhos do evento da passagem da tocha olímpica em Limeira, em 20 de julho. A Prefeitura abrirá as inscrições na terça-feira, dia 10, que deverão ser feitas por meio do site (www.limeira.sp.gov.br).
De acordo com Gino Torrezan, secretário de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, não haverá restrições no perfil de participante, mas o principal é boa condição física, já que a principal ajuda será na coordenação do público. A previsão é de 500 participantes, que passarão por treinamento. A equipe voluntária deve estar formada até o início de julho.
Limeira receberá a tocha depois de Rio Claro e antes de Americana. Depois, o símbolo olímpico pernoitará na região, em Campinas. A chegada será num comboio com mais de 20 veículos, sendo que 10 devem entrar na cidade. A passagem terá início na avenida Major José Levy Sobrinho, passando pela Boa Vista, Centro e chegando ao Parque Cidade pelo anel viário. No local, deve ficar exposta durante 15 minutos.
ORGANIZAÇÃO
Segundo o secretário, o trajeto deve demandar duas horas de evento. O acesso aos condutores será delimitado por cavaletes. Não haverá estrutura específica para o público, que deverá assistir das calçadas, casas ou comércios. Em alguns pontos, serão feitos bolsões onde ficarão grupos de escolas.
Torrezan lembra que será necessária a colaboração de moradores e comerciantes na véspera, pois carros não poderão ficar estacionados no percurso. Isso deve ser providenciado na noite anterior, sendo que o evento deve ocorrer em horário a ser confirmado entre as 10h e 14h.
Ele ressalta que a segurança dos condutores será feita pela Guarda Nacional, enquanto o respaldo do público será da Guarda Civil Municipal, além da atuação de agentes de trânsito.
A previsão é a troca de condutor a cada 200 metros. Para o município, são previstos cerca de 30 condutores, cujos nomes ainda estão em fase de confirmação para o comitê. Entre os já confirmados está José Carlos da Silva, o Fumaça, veterano do atletismo limeirense.
Nas preparações, está prevista a realização de um evento teste, que deve ocorrer entre o final deste mês e início de junho. O objetivo da simulação é identificar possível pontos que demandem ajustes.


Evento não terá custo para
município, diz secretário


O custo milionário da festa da chegada da tocha olímpica em Brasília despertou a curiosidade sobre o quanto os municípios devem desembolsar nos eventos. No Distrito Federal, que abriu o calendário do revezamento, o custo estimado ficou em torno de R$ 4 milhões. Na capital federal, a tocha desfilou durante o dia todo, em 3 de maio.
Em Limeira, o secretário Gino Torrezan esclarece que não haverá custos, senão os indiretos, da organização e contingente empenhado. Ele explica que a adesão dos municípios foi espontânea, a partir da seleção de 500 cidades pelo comitê.
Há locais nos quais serão promovidos shows. No caso de Limeira, ele explica que não haverá contratações, mas devem ser convidados grupos locais, como bandas marciais durante a exposição da tocha no Parque Cidade, que sediará o término do percurso em Limeira. (Daíza Lacerda)



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quinta-feira, 5 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Alargamento da Via Jurandyr Paixão demandará dois anos de obras

Obra custará R$ 18,7 milhões com recursos de convênio federal e contrapartida municipal

Daíza Lacerda

A Via Jurandyr Paixão de Campos Freire, estrada de acesso ao Horto Florestal e Bairro do Tatu, passará por obras de alargamento a partir da rotatória do Jardim Campo Belo, numa extensão de aproximadamente sete quilômetros.
Os envelopes da licitação foram abertos na última terça-feira, e o processo teve como vencedora a construtora Getel, que fará o serviço pelo menor preço oferecido, de R$ 18.734.681,14. A verba para a obra é proveniente de convênio federal por meio do programa Pró-Transporte, cuja assinatura ocorreu em outubro de 2014. O município arcará com 10% dos recursos. As liberações serão do Ministério das Cidades. Segundo o secretário de Obras e Serviços Públicos, Marcelo Coghi, a totalidade dos recursos já está destinada ao projeto, e não devem ocorrer atrasos, a exemplos de outras obras com verba da União.
No processo licitatório, as empresas tiveram acesso à documentação das concorrentes e abriram mão de recurso, o que leva à projeção de assinatura da ordem de serviço para início das obras até o final deste mês. São previstos dois anos de obras, que devem começar pela altura do Campo Belo, com execução de uma faixa por vez. No entanto, os detalhes ainda serão definidos.
Coghi explica que trata-se de um alargamento, e não uma duplicação, pois não há espaço para canteiro central. Serão duas faixas de cada lado, separadas por concreto. A via receberá ciclofaixa em toda a extensão num dos lados, e calçada do lado oposto. A obra também contempla a iluminação em todo o trecho.
INTERVENÇÕES
Alguns trechos demandam intervenções além da adequação de faixas, a exemplo da entrada do horto, que tem um lago de cada lado da pista. Segundo Coghi, será implantada uma tubulação maior entre eles, já que a atual não dá conta do volume em dias de chuva, causando alagamento. Com isso, a projeção é que a estrada fique um metro mais alta naquela região. Outro local com problemas na enxurrada é uma baixada próxima do casarão do Tatu. A tubulação no local cedeu, e uma nova será construída.
O projeto também prevê três rotatórias, uma no acesso do condomínio industrial, outra no horto e a terceira no atual acesso ao aterro sanitário.


Foto: JB Anthero/Gazeta de Limeira
Obras ocorrerão em toda a extensão
da via entre Campo Belo e Bairro do Tatu

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terça-feira, 3 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Padecer no paraíso?

COLUNA RELEITURA - 03/05/2016

Padecer no paraíso?

Daíza Lacerda

Dia das Mães e Natal devem empatar não só no quesito movimento no comércio, mas também em hipocrisia. Ainda que as proles reconheçam que presente algum vai compensar o sofrimento imensurável que inevitavelmente proporcionamos a quem nos trouxe ao mundo.
Em muitas situações parece perdido o "paraíso" de mães reais dentro da batida expressão de que ser mãe é padecer no paraíso. Em muitas, só vejo o padecer. Claro que o mundo é nutrido também pelo encanto de novas mães (ou nem tão novas assim) como primeira testemunha da evolução ali, na sua frente. O riso que compensa qualquer choro, a feição que vale por todas as noites mal ou não dormidas. Mas, na busca da plenitude da nossa própria vida, penalizamos as mães voluntária ou involuntariamente, já que elas são presas a um cargo perpétuo. Pedir para que elas não se preocupem é uma das principais bobagens que costumamos repetir. Vamos correr os riscos vida afora enquanto elas emendam as preces. E faltam meios para saber até que ponto esse vínculo é mais biológico ou mais cultural. Afinal, também há mães que desapegam.
Sou do time que não pretende colaborar com a densidade demográfica e me espanta, em tempos como o nosso, muita gente ainda arregalar os olhos para isso. Há quem pense que todos têm a obrigação de colocar um filho no mundo como uma "ordem natural das coisas", mas poucos estão abertos a aceitar um descendente homossexual, por exemplo. É uma das questões que os próximos pais têm de estar prontos. Também não custa considerar que, às vezes, gostar muito de crianças pode ser uma boa razão para não tê-las. Afinal, que mundo estamos deixando para as próximas gerações? E que filhos estamos deixando para o mundo?
É recorrente a pergunta sobre quem cuidará de nós na velhice, senão os filhos. Tê-los pensando em amparo no fim da vida pode parecer normal, mas a mim soa como egoísmo. Não faltam exemplos de idosos praticamente jogados pelos cantos porque os filhos não querem ou não podem cuidar, por ter suas próprias vidas e demandas a lidar. Não estou dizendo que não há o dever de cuidar, pois este existe. Mas não acredito que, no modo de vida que deve prevalecer daqui em diante, os filhos devam vir ao mundo com esta obrigação decretada. Passou da hora de termos a consciência de planejar a nossa própria velhice, seja cuidando bem da saúde para viver mais e melhor ou fazendo a poupança para bancar a instituição que vai nos abrigar. Isso não deve ser deixado como um fardo, embora o senso torto indique o contrário. Afinal, os filhos não são criados "para o mundo"?
No Dia das Mães, tentamos compensar de forma material tudo aquilo que deveria ser cotidiano e não necessariamente físico, como justamente o cuidado diário que impeça ao máximo o sofrimento lá no fim. É uma relação complexa dentro de incontáveis variáveis. Está além do nosso saber e entender se há ou haverá mais paraíso do que padecimento a quem se dispõe à aventura da maternidade. A única conclusão possível é do filósofo, quando diz que o coração tem razões que a própria razão desconhece.