sábado, 21 de janeiro de 2012 | By: Daíza de Carvalho

Trânsito lidera ocorrências atendidas pelo Samu em Cordeirópolis

Daíza Lacerda


Serviço teve 282 atendimentos nos três primeiros meses de funcionamento

Acidentes de trânsito foram a maior motivação de chamados ao Samu nos três primeiros meses do serviço em Cordeirópolis, que teve início ao mesmo tempo que em Limeira, em 1º de outubro de 2010.
"Recebemos de três a quatro chamados por dia e, dos 40 traumas registrados nas ocrrências de acidente de trânsito, pelo menos metade é com motos", disse a secretária de Saúde do município, Kelen Cristina Rampo Carandina.
No primeiro mês foram 87 atendimentos. Em novembro, 93, e dezembro fechou com 102, embora para este último a secretaria ainda não tenha o balanço de causas e perfil dos atendidos.
Antes do Samu, o município atendia com uma UTI móvel, usada principalmente para fazer remoções de pacientes. "Os mesmos profissionais continuam com o Samu. Porém, temos a segurança da regulação com um médico na retaguarda", diz ela.
Os casos de maior complexidade são encaminhados para Limeira.

MAPA DOS ATENDIMENTOS
A maioria dos atendimentos foram no Jardim Progresso, Bela Vista, São José e Santa Luzia, que são áreas maiores. No período, foram 32 ocorrências nesses locais. No Bairro do Cascalho foram 14, enquanto a zona rural registrou 9 e as rodovias, 12.
Adultos de 21 a 40 anos predominam no perfil de atendidos, com 66 pessoas. Em seguida vem a população de 41 a 60 anos (35) e de 0 a 20 anos (24).
Entre os idosos, as emergências são devido a acidente vascular cerebral (AVC) e enfarto. Entre as crianças, queimaduras. Acidentes de trabalho, quedas, convulsões, emergências clínicas e casos de hipo e hipertensão também são registrados. Os atendimentos incluem ainda casos psiquiátricos e de agressão física. No período, foram atendidas 92 mulheres e 63 homens.
Kelen avalia que a população sente maior segurança com o serviço, que é muito usado. O técnico de enfermagem Bruno Proni Bonfanti e o condutor Valdemir Augusto dos Santos, alguns dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento, também têm a mesma impressão, e trabalham para manter essa segurança para as vítimas, mesmo quando a situação não é das melhores. "O nosso trabalho é fazer o melhor para que dê tudo certo no atendimento. Se a pessoa teve um trauma, faremos o possível para que não não haja consequências maiores. Tentamos minimizar os riscos", explicam.



Kelen mostra o balanço dos primeiros meses: trânsito lidera entre as ocorrências
Kelen mostra o balanço dos primeiros meses: trânsito lidera entre as ocorrências



População pode - e deve - contribuir
com otimização do atendimento

Apesar de toda a preparação, a prática pode ser prejudicada na falta de colaboração da população, como salientam o técnico de enfermagem Bruno Proni Bonfanti e o condutor Valdemir Augusto dos Santos. Aglomerações e chamados que não são de urgência, além da falta de compreensão no trânsito, são entraves no trabalho. "Quem não atrapalha, ajuda muito. Lidamos recentemente com um familiar desesperado que ia em direção à vítima. É um estresse emocional e compreensível. Porém, a área já estava isolada", diz Bonfanti.
"No trânsito, mesmo com sirene e giroflex, as pessoas não dão passagem. Já teve motorista na minha frente parado conversando com outro na calçada, enquanto estávamos em atendimento de urgência. Por outro lado, um civil parou seu carro num canteiro e começou a sinalizar aos outros motoristas para ajudar em nossa passagem", compara Santos.
O chamado para situações não emergenciais também atrapalha e já precisaram orientar pacientes neste sentido já que, enquanto foram chamados para cuidar de um corte pequeno, onde a vítima poderia ser levado ao hospital em veículo comum, do outro lado da cidade poderiam necessitar de atendimento rápido, de fato, o que prejudicaria. "As pessoas precisam ter consciência do que é urgente. Resfriados, febre e enxaqueca são coisas para ambulâncias simples. Enquanto isso, outros podem ter convulsão ou enfarto, além da dos acidentes e os chamados irregulares prejudicam esse atendimento", esclarecem.
Embora haja caso isolado de trote no atendimento, Kelen diz que isso não é um problema, mas ainda lidam com os chamados não urgentes. "O que pedimos é que a população colabore. Principalmente porque há um protocolo e quem pede o socorro deve responder todas as perguntas", frisa. O momento, crítico para quem pede a assistência, é essencial para determinar para que tipo de atendimento os profissionais devem se preparar. (DL)



Samu de Cordeirópolis tem quase 300 atendimentos nos 3 primeiros meses de funcionamento
Samu de Cordeirópolis tem quase 300 atendimentos nos 3 primeiros meses de funcionamento

Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa





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