sexta-feira, 20 de janeiro de 2012 | By: Daíza de Carvalho

RPM apresenta bom e velho rock com novas composições

Daíza Lacerda


Tecladista fala sobre nova turnê e o que público pode esperar do show amanhã, no Gran

Nos anos 80 Limeira vibrou ao som ao vivo de "Olhar 43", "Alvorada Voraz" e "Revoluções por minuto" na passagem da banda RPM. Após anos longe dos palcos - e das gravadoras - na década de 90, a formação original com Paulo Ricardo (vocal e baixo), Luiz Schiavon (teclados), Fernando Deluqui (guitarra) e Paulo P.A. Pagni (bateria) está de volta com os clássicos da carreira e as novas composições do recém-lançado "Elektra", nome que dá o tom do que os fãs podem esperar do show de amanhã, no Gran São João.

É o que garante Schiavon, que falou à Gazeta. "Começamos a compor no final de 2010 e sabíamos que a possibilidade da volta dependeria de um trabalho inédito bacana", explica. A dose foi repetida na união que deu tão certo no início da banda, na "maneira particular" em que ele Paulo Ricardo fazem as composições e arranjos, que dá ao novo álbum a sonoridade característica da banda, assegura o tecladista.
Dirigido pelo diretor teatral e de musicais Ulysses Cruz, a produção do show teve cuidado especial na iluminação, cenografia, e projeções. "O laser, caracterizado em nossos shows, realça o clima das canções, mas a motivação é a música", completa.

MÚSICA E PÚBLICO
Se não pode contra a tecnologia, una-se a ela. Foi o que a banda fez ao lançar os primeiros singles de "Elektra" no site do grupo. Apesar de o CD duplo chegar ao mercado há pouco tempo, o retorno já pode ser medido. "A primeira música lançada do álbum está entre os 20 primeiros lugares nas rádios do País, o que não é fácil para quem ficou dez anos parado", considera Schiavon.
E as faixas que apontam como novos hits está na boca do público. "Nos shows, a moçada têm cantado as músicas novas. Quando liberadas para downloads, as faixas tiveram muitos acessos", comemora.
Além da nova geração conectada, a que acompanhou o estouro do rock nacional dos anos 80 também é fiel nos shows e ambas têm aprovado o novo material. "Essa é a nossa turnê mais divertida, com um pessoal novo e plateias ótimas. Estamos mais maduros como músicos e como pessoas, então curtimos muito, e isso se estende ao público".

ROCK BRAZUCA E PIRATARIA
Sobre fazer rock no Brasil nos anos 80 e agora, Schiavon reflete que atualmente há pouca gente em cena, com menor participação do estilo e muito pop adolescente, se comparada à participação e preocupação política e social refletidas nas composições daquela época.
Se o velho público novo não deixa de prestigiar a banda nos novos tempos, foram necessárias algumas mudanças no que se refere ao mercado. E, nisso, não há prejuízo. "Apesar dessa menor participação, por outro lado, o mercado da música está aquecido", considera.
E, quem toca a "pirataria nas onda do rádio" emenda em outra questão que divide os músicos. "Dizem que a pirataria, os downloads ilegais, prejudicam as bandas. Isso prejudica a indústria fonográfica. Porque os shows vão muito bem, obrigado!", atesta, defendendo maneiras mais eficientes de vender a música como mídia. Em vez de ver a internet como inimiga, usaram o seu poder de divulgação - ou de fazer revolução.
O último álbum inédito foi lançado em 1989. Em 2002 voltaram à estrada com o projeto Acústico MTV, com seis músicas novas e regravações. Para que ninguém fique entre a cruz e a espada, Schiavon lembra que nenhum hit ficará de fora, e a plateia vai vibrar também com o que há de novo. "Será um show divertido", finaliza. Confira onde garantir o ingresso no Caderno de Lazer.



RPM, formado por P.A., Fernando Deluqui, Luiz Schiavon e Paulo Ricardo, toca amanhã no Gran
RPM, formado por P.A., Fernando Deluqui, Luiz Schiavon e Paulo Ricardo, toca amanhã no Gran

Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa.




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