terça-feira, 31 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Rolezinho leva Conselho Tutelar a investigar faltas e evasão escolar

Em visitas, conselheiras identificaram presença mínima em salas de aula

Daíza Lacerda

Reclamações e denúncias relacionadas à aglomeração de adolescentes nas noites de sexta-feira no Centro acima levaram órgãos de segurança e proteção a relacionar a situação com faltas injustificadas e evasão escolar, que seriam uma das causas do rolezinho.
A partir de reuniões envolvendo membros da segurança municipal e estadual e Judiciário, o Conselho Tutelar I começou a visitar escolas e comprovou a situação. Numa escola, em plena terça-feira, uma sala com 32 alunos na lista tinha apenas 2 presentes.
As visitas surpresa vão continuar, conforme as conselheiras Luziléia de Jesus e Ludma de Oliveira. A verificação está entre as atribuições do Conselho, que nem sempre tem boa receptividade de gestores escolares, embora a maioria coopere. "O Conselho tem de apurar as denúncias, inclusive quando é o adolescente violando os próprios direitos. Eles também têm deveres a cumprir. Os responsáveis legais têm de estar cientes", reforçam. Elas também têm percorrido escolas com palestras sobre os direitos e deveres do adolescente.
Os pais dos ausentes são notificados e orientados a procurar o Conselho, já que muitos sequer imaginam onde os filhos estão, de fato. Já houve caso de uma adolescente ser socorrida pelo Samu, prestes a ter um coma alcoólico no rolezinho, quando os responsáveis acreditavam que a filha estava na escola.
Para evitar situações como essa, elas salientam a importância da participação dos pais não só na observação do comportamento dos filhos como na situação da escola. Numa instituição, pais fizeram um abaixo-assinado reivindicando melhorias na estrutura, como a segurança e número de funcionários. O exemplo deve ser seguido pelos responsáveis que identificarem situação de risco ou omissão da direção, recorrendo ao Conselho.
"Há reclamações como a falta de funcionários. É preciso no mínimo dois inspetores de alunos em cada período. Outra questão é da segurança, devido à aproximação do tráfico na porta ou entorno da escola, e também a venda de bebidas nas proximidades". Elas avaliam que a resistência em algumas unidades ocorre devido à exposição. "A maioria sequer registra boletins de ocorrência por ato infracional dentro da própria escola, o que é dever de quem estiver presente, não necessariamente dos pais", esclarecem.
As conselheiras lembram que todas as denúncias são apuradas e os relatórios enviados à Promotoria da Infância e Juventude. Elas podem ser feitas pelo Disque 100, 3442-8629 em horário comercial ou 153 em outros horários.


Situação é pautada no Conseg Centro/Sul

A situação do rolezinho e das faltas injustificadas nas escolas foi abordada na última reunião do Conseg Centro/Sul, no início do mês. Foi solicitada a presença de representantes da Diretoria de Ensino e das escolas Castelo Branco, Brasil e Ely de Almeida Campos.
Representante da Diretoria de Ensino, Jonas Beltrão de Oliveira considerou "que é necessária a criação de uma rede de acompanhamento e de estratégias para solução deste problema envolvendo jovens, com a descentralizações das ações". Sobre a prevenção de faltas, informou que a rede estadual executa desde outubro de 2015 resolução que prevê o controle de faltas. "Com 10% de faltas, os pais do aluno são notificados e ficam cientes da necessidade de tomarem providências para evitar as faltas. Ao atingir 20% de faltas, o caso é encaminhado para o Conselho Tutelar e Promotoria Pública".
José Roberto Ferreira Alves representou a Secretaria de Segurança Pública e, entre as providências cobradas para os locais dos rolezinhos, informou que a poda de árvores foi efetuada e que outras providências como a identificação de traficantes que atuam na região seriam encaminhadas. (DL)

Publicado na Gazeta de Limeira.

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