domingo, 29 de maio de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Melhorias são promessas no Jd. Cordeiro II

Mais imóveis apresentam falhas estruturais após o desabamento do telhado de um deles

Daíza Lacerda

Numa casa do Jardim Cordeiro II, em Cordeirópolis, na qual moram seis pessoas, incluindo um bebê de dois meses, a correria começa quando o tempo fecha. Naquela unidade do bairro formado por 60 residências entregues a famílias de baixa renda por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, os plásticos já ficam embaixo das camas para cobrir os móveis quando começa a chover. Por meio das telhas mal colocadas, a chuva é tão forte dentro quanto fora da casa. É o que testemunham a empregada doméstica Elizângela Maria de Oliveira Pereira, de 38 anos, a diarista Gerlaine Aparecida de Oliveira, de 32, mãe do bebê, e a dona de casa Ivonete de Oliveira, de 65 anos.
Elas se preocupam não só com o madeiramento, mas com a umidade deixada nas paredes. "Quando começa a ventar, já colocamos os plásticos. Durante a chuva, é criança no colo e edredon na cabeça para não se molhar", contam.
Há mais de um ano que elas e outros moradores com problemas estruturais nas casas esperam providências. Em março do ano passado, o telhado de uma das casas desabou, evidenciando a fragilidade das construções, que foram entregues com mais de um ano de atraso. A obra foi começada por uma empresa e terminada por outra, e as casas entregues sem qualquer tipo de acabamento.
A população local se ressente do descaso com os beneficiários. "Jogaram as chaves e quem quisesse que pegasse. O prefeito só apareceu aqui recentemente, por causa do asfalto. Antes disso, jamais", contou uma moradora. Não houve uma entrega ou inauguração formal do bairro.
ASFALTO
Faz mais de um mês que a Prefeitura de Cordeirópolis anunciou o início da pavimentação. A obra é divulgada em placa que anuncia o serviço, previsto num prazo de 90 dias e ao custo de R$ 541 mil para 5,6 mil m². No entanto, na última semana, apenas parte de algumas vias haviam recebido cascalho na preparação para o novo piso.
Enquanto isso, as famílias improvisam como podem contra o barro e sujeira nos dias de chuva. A maioria ainda não possui muro ou o quintal cimentado, e alguns apelaram para uma camada de concreto na entrada das casas. "Cadê o asfalto, que estamos precisando? Quando chove, vira uma barreira doida. Sem contar as casas que já estão caindo. Vieram, mas nem olharam direito", informou a dona de casa Alice Pereira, de 80 anos. A estrutura das casas, além daquela do bairro, também é lembrada pela aposentada Alzira Maria de Oliveira, de 76 anos. "As casas estão bem ruins. É madeira querendo cair, e casa escorada por dentro", informa.
PROVIDÊNCIAS
O departamento Jurídico da Prefeitura informou que "a obra é de responsabilidade do banco Família Paulista, que construiu e recebeu recursos por meio do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Ao município coube a infraestrutura, que foi entregue, e o asfaltamento que já está sendo realizado com recursos próprios". A Secretaria esclarece que "o município fez um levantamento técnico das melhorias que precisam ser feitas nos imóveis e notificou o banco Família Paulista para que o serviço seja feito. A partir disso, foram intermediadas reuniões entre moradores, banco e construtora para que os reparos fossem realizados. Cabe agora ao banco dar sequência".


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