quinta-feira, 7 de abril de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Projeto prevê construção de casas para assistência às mães

Daíza Lacerda


Limeira receberá um lar planejado para mães que estão em locais invadidos ou não têm para onde ir, como alternativa à rua ou moradia em condições precárias. Esta é a proposta do Lar "Uma nova esperança", organização não governamental (ONG) que começou os trabalhos, mas depende de doações.

Com foco na criança, a ideia é que as mães trabalhem e guardem dinheiro para comprar a própria casa, enquanto os filhos são assistidos pela instituição. No período oposto, a mãe continua responsável pela manutenção da casa e, também, da educação da(s) criança(s).
O projeto foi idealizado por Mário de Araújo e Helena Abdalla Gomide, presidente e vice da ONG. "Sempre fiz trabalho social no Ernesto Kühl, quando pude detectar o que não dava certo, com um trabalho que parecia uma gota de água num oceano de problemas. No José Cortez também, meninas novas e grávidas, onde dávamos orientações. Mães com vários parceiros, ou com marido preso, além de viúvas. Mas existe ainda o problema do tráfico, que é muito forte", diz.
A partir dessas problemáticas, ela soube do projeto desenvolvido em um lar de Rio Claro, que batia com as necessidades das pessoas nessas situações em Limeira. "É um lugar para deixar a criança fora da rua, mas em local seguro com as mães, para desenvolver de forma saudável a ideia de família", acrescenta.
Um empresário idealizador doou um terreno de 4,5 mil metros quadrados para o projeto, na Rua Limeira, 960, na Vila Queiroz, que foi o ponto de partida para que a ideia se torne realidade.

REGRAS
O lar abrigará até 10 famílias, uma em cada casa, para atender mães com pelo menos quatro filhos. A mãe deverá trabalhar e depositar 60% do salário em uma poupança em seu próprio nome, cujo comprovante será exigido. A permanência no local será de quatro anos, tempo para que guarde cerca de R$ 18 mil a serem destinados para a casa própria.
Os filhos receberão assistência como encaminhamento à escola pública e cuidados de profissionais. Mas o sucesso dependerá da cooperação da mãe, que deverá seguir 12 "leis" fortes, como não engravidar. "Não temos ilusões de que será fácil ou faremos milagre, pois este lar em Rio Claro ajudou 49 famílias em 45 anos. Lidaremos com pessoas difíceis, mas acreditamos que a criança forçará a mãe a ficar, pois terá comida, brinquedos, além de cursos profissionalizantes para as mães. Queremos que se tornem melhores, pois elas não precisarão se preocupar com aluguel, conta de água ou luz, mas em trabalhar e cuidar da casa e dos filhos", explica Helena.

COMO AJUDAR
A instituição disponibiliza um boleto no qual cidadãos e empresas podem contribuir, e também por depósitos na conta corrente 19.597-9 da agência 3383-9 do Banco do Brasil. A construção está orçada em R$ 400 mil, o que seria coberto com cinco mil doações de R$ 80. "Se em dois meses conseguirmos essa quantia, as casas podem ficar prontas em outubro", estima.
Para ajudar na arrecadação, a ONG organiza um almoço do Dia das Mães no Samsara, dia 8 de maio. Os convites custam R$ 40
Não só a construção como o trabalho a ser desenvolvido depende de parceiros, também para o atendimento. Por isso, independentemente de religiões, serão necessários voluntários na área da saúde, educação e assistência social.
"O trabalho não é só para essas famílias que precisam. Podemos ajudar 10 crianças em quatro anos. Serão 10 vidas deles, mas quantas nossas? Criança na escola é menos bandido na rua, menos pessoas assaltadas, violentadas ou mortas", reitera. (DL)







0 comentários:

Postar um comentário