sábado, 30 de abril de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Com mais de 8 raios por km² ao ano, densidade quase triplica em Limeira

Daíza Lacerda


A densidade anual de raios por km² em Limeira chegou a 8,3432 no biênio de 2009 e 2010, num saldo quase três vezes maior do que o de 2007 e 2008, quando o município teve 3,2509 raios.

Os números são do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que divulgou, nesta semana, o novo ranking de incidência de raios nos municípios pertencentes aos estados cobertos pela Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas, para o biênio 2009-2010.
Para toda a área monitorada, que engloba os estados do Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste do País, a incidência de raios no último biênio se manteve estável em relação aos biênios anteriores, com variações inferiores a 5%. Entretanto, considerando somente as cidades acima de 200 mil habitantes, que possuem maior urbanização, houve um aumento de 11% em relação à média dos dois últimos biênios. Limeira se enquadra neste panorama e ocupa a posição 418 no ranking.
Quanto mais chuva, mais raios, conforme explica a meteorologista do Cepagri, da Unicamp, Ana Ávila. Ela lembra que foi registrada alta incidência de chuvas nos últimos anos, o que proporciona maior risco para eventos extremos num curto espaço de tempo.
Há ainda as ilhas de calor nos centros urbanos, que aumentam a incidência de raios. “Há maiores chances de tempestades associadas em aglomerados urbanos. É um conjunto de alterações que confirmam o que modelos apontaram anteriormente”, explica.
O professor da Unicamp, Hiroshi Paulo Yoshizane, também atenta para a incidência de descargas elétricas predominantes em áreas urbanizadas, nos locais que retêm calor, principalmente no verão. “São dias muito chuvosos, com nuvens carregadas de energia elétrica como a supercélula, conhecida como cúmulos-nimbos”.

TRÉGUA
Com a chegada do outono, porém, Yoshizane diz que agora a tendência é de chuvas frontais, leves e intermitentes como a de quarta-feira, com extensão de 200 a 300 quilômetros.
A incidência de raios deve voltar no fim da primavera, quando reiniciam as chuvas localizadas, mas ainda assim pode variar o padrão de intensidade delas.

Esquenta após madrugada mais fria do 
ano, mas temperatura deve voltar a cair 

A chuva e súbita queda de temperatura que pegaram o limeirense de surpresa nesta semana, culminou com a madrugada mais fria do ano, que chegou aos 14,1ºC registrados de quarta para quinta-feira.
A mudança foi devido à chegada de uma massa polar na região, conforme explica o professor Hiroshi Paulo Yoshizane, da Unicamp. Mas, depois de uma sexta-feira de sol e menos fria, com mínima de 15,5ºC de quinta para sexta-feira, a temperatura deve cair novamente a partir da noite deste domingo. “Virá uma nova instabilidade, com frente fria e tendência chuvosa”, avisa o professor, reiterando que as temperaturas podem ser até inferior à mínima registrada.
A semana começou com temperatura mínima de 19 graus e chegou a marcar 32ºC na segunda-feira. Na terça-feira já foi registrada queda, além do aumento da velocidade máxima do vento que subiu de 21 km/h para 26,5 km/h nesses dias.
A umidade do ar está na faixa dos 80%. Neste final de semana, mesmo com sol, a temperatura deve ficar entre 15ºC e 20ºC. (DL)



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