domingo, 10 de abril de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Notebook ganha preferência na troca, mas desktops podem ter “sobrevida”

Daíza Lacerda

Os notebooks, que num passado nem tão distante não passavam de peças de luxo, agora tomam conta não só das prateleiras, como da preferência do consumidor. Mas quando é vantajoso “encostar” o desktop, o computador de mesa, para optar pela mobilidade dos notes?

Dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apontaram que, em 2010, a venda de notebooks puxou o desempenho do segmento, que faturou cerca de R$ 40 bilhões no ano passado. As vendas de notebooks subiram 39% em 2010, em relação a 2009, com mais de sete milhões de produtos comercializados. Foi a primeira vez que a venda de desktops foi superada.
De olho nessa tendência, além da própria necessidade, a estudante Laura do Nascimento Bühl, 20, abandonou o computador usado por cinco anos para aderir ao notebook, em julho passado. “O computador já havia ido para o conserto diversas vezes, não tinha mais jeito. Já tinha a intenção de comprar um notebook quando comprei o desktop. Mas, naquela época, não era tão acessível”, explica.
Tão acessível, que a popularização dos notebooks derrubou também o preço dos desktops. Por isso, na ponta do lápis, em muitas situações o upgrade (atualização com novas peças) do velho computador pode ser a melhor opção, como opina o professor de informática Maikol Marques, 23. “O computador ainda tem as peças mais baratas, e não é em todo lugar que se consegue manutenção para notebooks, que é cara”, pondera.
Tudo depende do uso e da configuração da máquina. Enquanto a adição de memória ou de um disco rígido maior pode sair na faixa de R$ 400, diversos modelos de notes são encontrados até R$ 1 mil. Mas, quanto mais defasado o desktop, mais investimento será necessário, se o modelo permitir.
“Se a pessoa precisa para trabalho e constante manuseio, o ideal é o notebook. Se já for um uso mais avançado, com determinados programas de edição, o melhor é investir no desktop. Em termos de hardware, ainda não dá para descartar totalmente os computadores de mesa”, diz Marques.

SOBREVIDA E MERCADO

Maurício Lourenço, da Controle Informática, também salienta que em muitos casos ainda compensa trocar peças para uma sobrevida do computador. “Não são todos que optam pela troca. Um computador completo custa na faixa de R$ 900, enquanto o notebook custará pelo menos 20% a mais”, exemplifica.
Guardadas as diferenças de configurações, que determinam os preços, apesar desta opção de upgrade, na loja, a venda maior de notebooks sobre os desktops começou a ser percebida também no ano passado, e alavancou ainda a venda de outros periféricos e acessórios, como os roteadores (para compartilhar a mesma conexão de internet banda larga entre os computadores e notebooks) e pastas, além de mouses e teclados auxiliares.

O que fazer com o computador velho?

Primeiro, foi a onda dos monitores LCD, em detrimento dos CRT (de tubo), que tornaram-se estorvo em muitos locais, na falta de onde descartá-los. O problema abrange agora as máquinas que já não têm mais serventia, além de impressoras também defasadas.
Laura Nascimento, por exemplo, depois dos cinco anos de uso e inúmeros consertos, destinou o computador para a reciclagem, ao comprar o notebook. Para quem cogita a venda dessas peças, o cenário é desanimador, pois são comercializadas como sucata. Alguns locais já regulamentam leis prevendo áreas e regras para o destino desses produtos, assim como é feito para pilhas e baterias de celulares.
Em Limeira, embora não haja lei específica para tal, há um local que recebe há dois anos esse tipo de lixo, na Rua Capitão Manoel Ferraz de Camargo, 351, Jardim Piratininga. “Até chegam aqui coisas que funcionam, mas são obsoletas”, explica Alcides Assis de Oliveira, 35, que cuida do espaço. Até mesmo notebooks já foram descartados lá.
Segundo Oliveira, cada coisa tem destino certo: metal, plástico e vidro dos monitores, depois de removidos o cobre e placas, que seriam os itens de maior valor, eles até compram. Um monitor vale R$ 2 e uma CPU, R$ 4. Pelo menos 50 monitores são deixados no local, por semana, o que evidencia a necessidade de opções para o destino desses materiais.
“No plástico, são pagos R$ 0,02 por quilo. Então é preciso juntar bastante”, diz. Calculadoras antigas, videocassetes e até mesmo DVDs completam os itens abandonados que ficaram para trás no avanço tecnológico.
Oliveira explica ainda que muitas peças são compradas e montadas para venda barata dos produtos. No início, a demanda era pouca. “De um ano para cá, não procuram nem vender, só se livrar mesmo”.  



Publicado na Gazeta de Limeira.



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