Aprendendo a voar, filhote escapou no domingo e voltou no dia seguinte ao zoo
Na tarde de segunda-feira Valdir Romanezi, 41, que trabalha próximo do Zoológico, no Centro, ouviu grasnados de uma arara. "Isso chamou minha atenção. Ouvi o dia todo e depois pude vê-la voando alto entre as árvores do zoológico", disse.
O "passeio" da ave, que é um filhote de Arara Canindé começou no domingo, como explica a bióloga do zoológico, Ana Cláudia de Abreu Sorg. "Ela escapou no domingo à tarde. É um filhote que nasceu aqui e estava num viveiro separado, e acabou escapando por um descuido. Estivemos monitorando e praticamente a vencemos pelo cansaço, pois ela voltou quando já estava exausta e com fome".
A ave ainda estava aprendendo a voar, e parou num galho bastante alto, quando houve a tentativa de resgate. Apesar de se manter perto do zoológico, a escapada incluiu arredores fora do espaço.
Com cerca de seis meses de idade, o animal não aparenta ser um filhote devido ao porte grande, apesar de chegar à fase adulta apenas com um ano de idade. O zoo tem sete animais da espécie, dois deles filhotes, que ainda recebem cuidados especiais na alimentação e começam a desmamar agora. Depois da "aventura", a arara voltou aos cuidados da equipe cansada e faminta. "É um animal bastante manso, criado por nós, o que acabou abrindo uma brecha para a fuga, o que é raro de acontecer", reitera Ana.
Fora do zoológico o encontro com animais silvestres pode despertar reações que, mesmo com objetivo contrário, interferem no desenvolvimento do animal. "A primavera é época de reprodução de muitas espécies, então é comum encontrar filhotes, principalmente aves, que caem dos ninhos, às vezes aprendendo a voar. Na maioria das vezes os pais estão por perto, então é importante que quem veja não tente interferir", salienta a bióloga.
Ela conta que desta forma muitos animais chegam ao zoológico, que nem sempre pode acolhê-los. E tirá-los do habitat pode prejudicar o seu desenvolvimento e, no intuito de "salvar", prejudica o animal.
Ao encontrar um animal silvestre a pessoa deve contatar o zoológico (3442-7418) ou o Pelotão Ambiental (3443-6451).
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