Encontro abre participação de Limeira em rede de cidades com pesquisas na área
Os meios de entender fenômenos para planejar ações no que se refere às mudanças climáticas foi a pauta de ontem no Seminário sobre Gestão de Desastres Ambientais, Vulnerabilidade e Políticas Públicas Urbanas, realizado na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA/Unicamp).
O campus recebeu especialistas da área, como Agostinho Tadashi Ogura, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Ele defendeu que os processos de mudanças climáticas precisam ser melhor acompanhados e cita o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que terá a função de verificar condições para alerta de risco - e não de chuva. "O monitoramento é para casos de potencial de destruição. Mas, em outra ponta, é preciso um plano preventivo e ações para quando houver o alerta", explica.
O funcionamento será em cidades-piloto, mas os municípios podem ter iniciativa de implantar sistema semelhante por conta, o que já acontece em algumas há decadas, como lembra Ogura.
Já Lutiane Queiroz de Almeida, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), concentra suas pesquisas no mapeamento e medição de vulnerabilidade. "A ideia é que os dados possam nortear políticas públicas e investimentos nos acessos à água, esgoto e drenagem", diz. Começar a entender o problema para "remediar" de forma mais completa, agindo não apenas nas consequências, mas nas causas, é o que falta na gestão dos municípios que sofrem com desastres, lembra ele.
Para o professor Carlos Etulain, da FCA, para reconhecer os cenários que desafiam as políticas públicas é preciso promover a reflexão e ação que envolvam a universidade e centros de pesquisa, mas também a comunidade e gestores do município. "O encontro é para preparar a sociedade e instituições para se informarem sobre problemas contemporâneos. Além dos riscos ambientais, há a dinâmica econômica, já que existem as populações mais vulneráveis, com menor acesso aos recursos, que se deslocam para as periferias e sofrem as principais consequências dos desastres climáticos. É preciso descentralizar e aprofundar o debate", defende.
Com o encontro, a ideia é que estudos neste sentido comecem a ser desenvolvidos no município, com iniciativa da própria FCA. Mais temas discutidos pelos pesquisadores de problemáticas aplicáveis à realidade de Limeira podem ser conferidos na seção Biodiversidade, na edição do próximo domingo da Gazeta.
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