quinta-feira, 20 de outubro de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Ambiente e políticas públicas para desastres são discutidos na FCA

Daíza Lacerda


Encontro abre participação de Limeira em rede de cidades com pesquisas na área

Os meios de entender fenômenos para planejar ações no que se refere às mudanças climáticas foi a pauta de ontem no Seminário sobre Gestão de Desastres Ambientais, Vulnerabilidade e Políticas Públicas Urbanas, realizado na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA/Unicamp).
O campus recebeu especialistas da área, como Agostinho Tadashi Ogura, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Ele defendeu que os processos de mudanças climáticas precisam ser melhor acompanhados e cita o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que terá a função de verificar condições para alerta de risco - e não de chuva. "O monitoramento é para casos de potencial de destruição. Mas, em outra ponta, é preciso um plano preventivo e ações para quando houver o alerta", explica.
O funcionamento será em cidades-piloto, mas os municípios podem ter iniciativa de implantar sistema semelhante por conta, o que já acontece em algumas há decadas, como lembra Ogura.
Já Lutiane Queiroz de Almeida, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), concentra suas pesquisas no mapeamento e medição de vulnerabilidade. "A ideia é que os dados possam nortear políticas públicas e investimentos nos acessos à água, esgoto e drenagem", diz. Começar a entender o problema para "remediar" de forma mais completa, agindo não apenas nas consequências, mas nas causas, é o que falta na gestão dos municípios que sofrem com desastres, lembra ele.
Para o professor Carlos Etulain, da FCA, para reconhecer os cenários que desafiam as políticas públicas é preciso promover a reflexão e ação que envolvam a universidade e centros de pesquisa, mas também a comunidade e gestores do município. "O encontro é para preparar a sociedade e instituições para se informarem sobre problemas contemporâneos. Além dos riscos ambientais, há a dinâmica econômica, já que existem as populações mais vulneráveis, com menor acesso aos recursos, que se deslocam para as periferias e sofrem as principais consequências dos desastres climáticos. É preciso descentralizar e aprofundar o debate", defende.
Com o encontro, a ideia é que estudos neste sentido comecem a ser desenvolvidos no município, com iniciativa da própria FCA. Mais temas discutidos pelos pesquisadores de problemáticas aplicáveis à realidade de Limeira podem ser conferidos na seção Biodiversidade, na edição do próximo domingo da Gazeta.



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