domingo, 27 de fevereiro de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Insegurança em escolas preocupa pais e moradores; cresce procura pela GM

Carlos Gomide
Daíza Lacerda

A Guarda Municipal de Limeira, por meio do Pelotão Escolar, recebe em média 10 ligações diárias de pais solicitando segurança em portas de escolas. Para a inspetora Rita de Cássia Florêncio, responsável pelo grupamento, esse número aumentou em 2011, se comparado à média diária de 2010.

As ligações são feitas à base do grupamento e ao Centro de Operações da Guarda Municipal (COP), normalmente em horários da saída do período diurno. A maioria dos casos são pais de alunos que se sentem preocupados com a presença de pessoas estranhas na porta dos estabelecimentos de ensino do município, tanto da rede municipal, quanto da estadual.
A grande aglomeração de pessoas nas portas das escolas também gera reclamação de vizinhos, que se sentem incomodados com adolescentes que tomam as calçadas, e as bicicletas lideram o ranking de reclamações. "O que tem de adolescente que vai de bicicleta e motos para a porta das escolas ficar matando o tempo, não é brincadeira!", exclamou a agente que acredita que seria interessante criar um mecanismo para apreender bicicletas de procedência desconhecida. Na última operação feita há cerca de 10 dias, um adolescente foi surpreendido conduzindo uma moto sem documento.
A maioria das solicitações são de brigas entre alunos. Um fato que, segundo a inspetora, chama a atenção é que a maioria das brigas envolve meninas, e o motivo é sempre o mesmo: namorado. O Pelotão Escolar conta hoje com 11 agentes para fiscalizar as cerca de 90 escolas do município. Mesmo com o número pequeno de agentes, as rondas são feitas diariamente. "Temos de nos redobrar e às vezes pedir apoio a viatura do setor", disse a inspetora.
Rita explicou que há diferentes tipos de ocorrências; aquelas que são possíveis resolver no local, - como uma briga, por exemplo - e aquelas que precisam ser enviadas à delegacia de polícia, pois envolvem crimes.

INTERIOR

A corporação também interfere, quando solicitada, no interior do estabelecimento. Nesta semana, um adolescente de 12 anos foi pego dentro da Escola Estadual Mário Covas com uma faca. Na semana passada, a Gazeta mostrou um caso de outro aluno, que pulou o muro da Escola Dom Idílio José Soares, trazendo consigo uma réplica de pistola.
Em ambos os casos, os jovens foram levados às delegacias onde os casos foram registrados, o objeto apreendido e os alunos entregues aos responsáveis.

Medo toma conta da vizinhança da escola Gabriel Pozzi

Pichações, lixo jogado e ameaças preocupam os moradores da Rua Cesariano Ferreira, na Vila Piza, em frente da EE Gabriel Pozzi. A aglomeração de jovens, inclusive os que não são alunos, tem aumentado a insegurança.
Uma moradora relata que, além da pichação feita em seu muro na sexta-feira passada, jovens reviraram o lixo em seu portão. Depois de sair para ver o que estava acontecendo, os jovens, na faixa dos 16 anos, começaram a dar pontapés no portão e a xingá-la, gritando. “Moro no bairro há nove anos e o problema é frequente, mas se acentuou com o início das aulas. Procurei a polícia e tive que ouvir que deveria fazer um abaixo-assinado para aumentar a ronda na rua, mesmo pagando todos os impostos que pago para ter segurança”, desabafa.
Outro morador conta que é comum jovens enrolando baseados em plena luz do dia, em frente à escola, além de meninas brigando após o fim das aulas. “É um problema. Precisamos de ronda mais ostensiva. Marmanjos ficam ao redor quando alunos saem, jogando pacotes. Coisa boa é que não deve ser”, observa.
Os moradores acentuam ainda o desrespeito dos alunos com o prédio, usado por eles próprios, já que a escola está com a fachada, inclusive o muro, pichados. Os vizinhos ouvem vidros sendo quebrados dentro da escola. “O pior é que se vamos tirar satisfação, somos ameaçados. Isso é falta de educação familiar e a bomba estoura na escola. Os pais acham que a escola tem de educar, mas é papel deles ensinar valores”, declara outro morador.
A Polícia Militar foi questionada sobre a frequência das rondas e que medidas podem ser tomadas diante da situação, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.


Moradores reclamam de falta de segurança em porta de escola Gabriel Pozzi, na Vila Piza
Moradores reclamam de falta de segurança em porta de escola Gabriel Pozzi, na Vila Piza

Publicado na Gazeta de Limeira


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