quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Dia seguinte da chuva foi de limpeza e retirada de árvores; lixo ainda é problema

Daíza Lacerda

A chuva de anteontem deixou, além do susto, um dia de muito trabalho nos locais afetados com alagamentos e enxurradas, tanto para a limpeza como para a retirada de árvores. Choveu anteontem o correspondente a 71 milímetros (mm), a maior precipitação do mês, além de ventos que chegaram a 38,5 km/h.
Além desses transtornos, cerca de 18 mil clientes da Elektro, concessionária de energia elétrica, tiveram o fornecimento de energia interrompido em várias áreas da cidade, durante quatro horas, devido a raios e quedas de árvores.
No Conselho Tutelar, que fica na Rua Capitão Bernardes Silva, a água chegou a 30 centímetros de altura e molhou arquivos de processos, além de cinco computadores. De acordo com a conselheira Neuda Maria de Souza Martins, a manhã de ontem foi de muito trabalho para tirar a sujeira e lavar o local. A falta dos computadores também comprometeu o atendimento. “Até atendemos, mas não tivemos como emitir ofícios. Já informamos à juíza a situação e pedidos uma semana para a normalização dos trabalhos”, explicou.
De acordo com Neuda, é a primeira vez que o local tem enchente, o que decorreu devido à cheia do Ribeirão Tatu. O prédio tinha manutenções previstas no telhado e calhas. Foi pedida uma revisão geral nas dependências.
A conselheira pede compreensão de quem precisar do trabalho do órgão, já que é preciso esperar que os computadores sequem para saber quais os danos. Quanto aos processos, ela enfatiza que, apesar de molhados, nenhum foi perdido. “Acredito que em dois dias o trabalho seja normalizado. Para isso, espero que não tenhamos mais imprevistos”, disse.

PERIGO NO CÓRREGO
A Rua José de Michielli, na divisa do Jardim Glória e Manoel Francisco, onde parte do asfalto cedeu sobre uma tubulação que passa por um córrego, foi na tarde de ontem motivo de curiosidade dos moradores e interesse perigoso das crianças.
A dona de casa Elenice Gomieres de Souza, 42, preocupa-se com a situação. “O problema agora é o início das aulas. A movimentação dos moradores daqui é toda para o sentido do Glória, principalmente para ir à escola. A rua era a principal via de acesso. Só espero que o conserto não demore tanto como o da Ponte Preta”, disse.
Elenice lembra, no entanto, que os trabalhos de alargamento do córrego e colocação de pedras nas extremidades com a rua, feitos na semana passada, melhoraram muito a situação, embora uma das ruas que fazem margem (Oscar Ferreira dos Santos), apresente rachaduras.
Já a moradora Maria Aparecida Amalf, 61, se preocupa com o poste que ficou na estreita passagem da calçada que não cedeu. “Está perigoso, se cair será outra tragédia”, comentou.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Miquéas Balmant, a passagem foi um dos locais de situação mais grave, além da queda de alguns muros e outros danos em vias públicas no Centro, Cecap e Jardim Santa Eulália.
Balmant explica que a Defesa Civil está em alerta, e que, apesar das ocorrências, não foram necessários desalojamentos. “Ainda assim é importante que as pessoas tenham atenção com a estrutura de suas casas, na parede, teto e telhados. Se a limpeza das vias de escoamento da casa já foi feita, deve ser feita também após a chuva”.

QUEDA DE ÁRVORES
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Domingos Furgione, nem todas as árvores caídas (18) foram retiradas ontem. “A retirada obedece a algumas prioridades. A primeira é se coloca vidas em risco, como quando a árvore cai sobre uma casa ou rede elétrica. A segunda é se obstrui vias públicas, interferindo na passagem de veículos e pessoas”, explicou.
De acordo com ele, as quedas diminuíram 50% em relação ao ano passado. “Começamos um trabalho preventivo em maio passado, vistoriando árvores de médio e grande portes em todos os bairros. A cidade tem cerca de 55 mil delas, e o trabalho continua neste ano”, disse.


Autoridades fazem apelo para que a população destine lixo corretamente

Tanto o coordenador da Defesa Civil, Miquéas Balmant, como o secretário de Meio Ambiente, Domingos Furgione, enfatizaram a necessidade de atenção com o lixo, já que anteontem foi grande a quantidade de sacos levados pela chuva.
“O lixo contribui no somatório de problemas e na redução da capacidade de escoamento. Não é para ser deixado no chão”, disse Balmant.
Furgione cita que o perigo vai além. “Encontramos sofás, geladeiras e fogões dentro de galerias pluviais, além do lixo doméstico em sacos. Não se deve colocar o lixo nem antes, nem depois, mas no horário de passagem da coleta”, orienta Furgione.
O uso de lixeiras também é outro meio de impedir que a enxurrada leve os sacos de lixo e que estes parem em locais de escoamento de água.

Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa.


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