domingo, 27 de fevereiro de 2011 | By: Daíza de Carvalho

Clientes aprovam reabertura do Shopping Pátio, mas ainda há funcionários inseguros

Daíza Lacerda

Funcionários e clientes se mostraram dividos em relação à reabertura do Shopping Pátio Limeira, na manhã de ontem, após liminar do Tribunal de Justiça expedida anteontem. Enquanto frequentadores aprovam a medida que permite a reabertura, sobretudo devido às poucas opções existentes na cidade, funcionários se mostram inseguros.

Momentos antes da reabertura, o movimento era da entrada de funcionários, mas muitos deles se recusaram a falar com a imprensa. Entre os ouvidos, a maioria preferiu não se identificar.
"Não via a hora de voltar a trabalhar, ficar em casa é que não dá. Espero que tudo isso seja resolvido logo", disse a vendedora Beatriz de Fátima, 31, que trabalha no local há quatro anos.
Outra funcionária relatou que a reabertura é positiva, já que a cidade tem poucas opções, mas preferiu não se pronunciar a respeito da segurança do prédio.
"Para quem, como eu, ganha por comissão, a reabertura é uma ótima notícia. Medo da situação eu não tenho, mas fico insegura", declarou a vendedora Regiane Tatiane de Oliveira, 20.
Clientes do shopping se mostraram contentes com a reabertura. "Não acho que deveria ficar fechado, pois não tem cabimento ir a outras cidades comprar se temos o shopping aqui", disse Fátima Aparecida Rodrigues, 56, que tem o apoio da filha Cintia Kelly da Silva, 23. "Limeira já não tem lugares para ir, e o que tem é fechado? Assim fica difícil, por isso deve permanecer aberto", declara ela. Outros clientes ouvidos antes da abertura do shopping eram da mesma opinião, como o pedreiro José Pedro da Silva, 62. "Continuarei frequentando. Me sinto seguro, se não tivesse condições, não teriam aberto novamente".
Já a estudante Mariane Lopes, 17, já pensa diferente. "É a única opção para os jovens, mas a localização é totalmente inadequada. Acho que não deveria estar aberto com tantas pendências. Não voltaria a frequentar o shopping até que a segurança fosse atestada pela vistoria dos bombeiros", diz.
A auxiliar de escritório E.L.F., 30, hesitou para entrar no estabelecimento após a abertura, na manhã de ontem. "Acho que deveria resolver tudo na área em que houve a queda do teto, e daí sim abrir. Só estou aqui porque não achei uma roupa que precisava no comércio do Centro, e sei que aqui encontraria. No entanto, deixo meu carro na rua e não no estacionamento, e procuro ir nas lojas próximas às portas de saída", explica.

(IN)SEGURANÇA
As saídas são pontos de preocupação de um funcionário que preferiu não se identificar. Para ele, no dia do incidente, ficou provado que as saídas não são suficientes numa emergência, devido à quantidade de pessoas que estavam no local e o tempo necessário até que todas saíssem. "Quem estava lá viu que as pessoas não conseguiam sair. Era muita gente e poucas escadas, sem contar que faltam itens de acessibilidade como mais rampas e opções de entrada. Seguro ninguém está, mesmo quem diga que está tranquilo", disse.
O funcionário acrescenta ainda que todos os lojistas foram orientados a não se pronunciar para a imprensa, motivo pelo qual não se identificou. "As escadas estão cobertas com panos e não há segurança no caso de um incêndio. Acho que deveria ser reaberto só quando tudo estivesse resolvido, para a nossa segurança e a dos clientes.
Outra vendedora disse temer pelo seu emprego diante do fechamento, embora não houvesse ameaças neste sentido. Segundo ela, houve um primeiro incidente antes da queda do teto do piso superior, quando houve danos em um dos banheiros, mas de madrugada. "Isso ninguém viu e eles não falam tudo. Às vezes parece muita ganância, porque os donos de lojas se preocupam com as vendas e as contas, mas não se uma pessoa corre risco de vida ou não".

Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa. 





0 comentários:

Postar um comentário