sábado, 2 de fevereiro de 2013 | By: Daíza de Carvalho

Órgãos fecham o cerco contra despejo clandestino de tóxicos


Apesar da queda de lançamentos irregulares, dificuldade é de identificar autores

Daíza Lacerda

O descarte de material tóxico por indústrias na rede de esgoto é um problema que terá maior atenção dos órgãos fiscalizadores neste ano. Concessionária de água e esgoto de Limeira, a Foz do Brasil conta com denúncias, que podem ser anônimas, para fechar o cerco sobretudo a pessoas com atuação clandestina.
O problema foi apresentado ontem na reunião do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) por Mona Lisie Pavan Ribeiro, representante da área de Meio Ambiente da empresa. "O lançamento desses materiais na rede prejudica o tratamento. Teremos uma postura mais severa com as indústrias que não atendem à legislação. Por isso, quem souber de alguma irregularidade ou sentir cheiro forte, pode denunciar pelo site ou direto na sede da Foz, sem precisar se identificar".
Vigilância Sanitária e Secretaria de Meio Ambiente devem compor a fiscalização, além da Polícia Civil. Presente na reunião, o delegado assistente da Seccional de Limeira, Luís Roberto Villela, mostrou o interesse do órgão de segurança acompanhar os casos, já que o uso de alguns produtos são controlados e exigem autorização para manuseio. O uso desautorizado pode levar à prisão.
Mona Lisie explicou ainda que a legislação específica prevê que as indústrias devem atender parâmetros que limitam o lançamento, sendo que as substâncias devem ser tratadas antes disso. Mas o que chega à rede são metais pesados acima desses limites. "Em 2005 detectamos mais de 600 lançamentos irregulares na rede de Limeira. No ano passado, foram 100, redução devido à fiscalização. No entanto, é difícil monitorar o que vem de todos os bairros e o maior desafio são as empresas que atuam clandestinamente", expôs.
O despejo ilegal é mais grave pois, além do uso de tóxicos, são pessoas que não adotam os equipamentos de proteção individual, entre outras irregularidades. Quatro equipes da empresa atuam na identificação: a de meio ambiente, rastreamento, monitoramento e comercial. Com cerca de mil estabelecimentos desse tipo que podem liberar tóxicos se não adotarem os processos corretos, o filtro pode não pegar todos os lançamentos.
Com atuação conjunta da polícia, a ideia é que, com punição dos responsáveis pelos lançamentos ilegais, a prática tenda a ser reduzida. "Às vezes identificamos o problema num lugar, mas a pessoa muda para outro", disse ela, sobre a dificuldade.
Uma das substâncias mais encontradas é o percloreto, produto altamente corrosivo. "A causa do problema varia. Pode ser desde ineficiência da empresa a falha humana. Nem sempre é ma fé", considera ela.
Denúncias podem ser feitas pelo www.fozdobrasil.com.br/, selecionando a cidade de Limeira, ou na sede da empresa, que fica na Rua Tiradentes, 943, Centro. O telefone é 0800-771-0001.

Publicado na Gazeta de Limeira.


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