sábado, 2 de março de 2013 | By: Daíza de Carvalho

Delitos em repúblicas e bebida entre menores preocupam

Problemas foram levados por representantes de instituições ao Conseg

Daíza Lacerda

A preocupação com estudantes em repúblicas ou em festas com consumo de bebidas por menores foi levada ao Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), que realizou ontem a segunda reunião do ano.
Representante da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA/Unicamp), instituição que sediou o encontro, o docente Jorge Luís Florêncio relatou o problema da alta de roubos e furtos nas repúblicas próximas à unidade, principalmente entre os meses de fevereiro a maio. Outra dificuldade é da falta de conhecimento dos alunos, maioria vinda de outros municípios, sobre a dinâmica e geografia de segurança da cidade, e como proceder nesses casos.
Foi discutida a possibilidade de palestras orientativas entre os órgãos de segurança e os alunos, porém, o capitão Ikeda, da 5ª Companhia da Polícia Militar, explicou que muitas vezes a postura dos próprios estudantes atraem criminosos. "Quando o estudante chega, a primeira coisa que faz é mostrar para todos que é uma república. Daí o bandido sabe os horários de aula e se aproveita quando a casa está vazia. O mesmo serve para residências de mulheres, quando esperam a chegada delas e para veículos nas imediações. Depois das ocorrências é que começam a tomar precauções", expôs.
Florêncio também solicitou providências da Secretaria de Transportes, que não teve representante na reunião, para a colocação de travessia elevada na portaria de pedestres. "Seria necessário ainda algum tipo de bloqueio para que alunos não desçam do outro lado da via, para evitar a travessia, já que é grande o tráfego de caminhões". A demarcação de vagas para vans seria uma das soluções, porém, existe a questão da regulamentação do transporte intermunicipal. Representantes da Unip também relataram dificuldades nesse quesito, principalmente pelo acesso ser por uma rua estreita e sem saída, com portaria única.
BEBIDA PARA MENORES
A diretora acadêmica do Colégio Técnico de Limeira (Cotil), Maria de Lourdes Zaros Giraldello, expôs situação das festas com bebida alcoólica e presença de alunos menores de idade. "O problema não é a festa, mas a bebida, que tem efeito devastador. Chamam de churrasco, mas não tem carne. São promovidas por maiores, mas alunos de 14 anos são suscetíveis a esses eventos", preocupou-se.
Ela relatou que, numa dessas festas, a polícia foi chamada pelo 190. "Disseram que mandariam uma viatura. Daí, chamariam a Guarda Municipal. Mas nada foi feito. Os pais querem saber a quem recorrer".
O capitão da PM disse que a fiscalização é mais complicada depois da festa instalada. "É preciso verificar antes e responsabilizar. Uma ou duas viaturas para 400 pessoas é um risco, e deve-se acionar o Conselho Tutelar. Quando tiver a notícia da festa, é preciso relatar os casos para o Ministério Público acionar quem faz. Além disso, os pais devem conversar e orientar os filhos", defendeu.
Maria de Lourdes, no entanto, justificou que esse controle é difícil, já que muitos alunos são de fora. Outro problema é a identificação dos eventos. "Como a divulgação é feita boca a boca, só sabemos quando acontece", lamentou.

Florêncio, à direita: preocupação com roubos e furtos nas repúblicas
Florêncio, à direita: preocupação com roubos e furtos nas repúblicas

Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa. Original em pdf aqui.


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