quinta-feira, 3 de novembro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Pelo respeito ao direito de não querer filhos

É disso que eu falo quando falo que não, filhos não estão não planos, nem agora e nem depois, que sinto muito em decepcionar as expectativas da sociedade em não ter o dom da coisa. E imagino o tamanho da guerra desta socióloga só pelas reações que já tive ao manifestar essa tendência à não maternidade, sem enveredar muito na discussão. É um assunto muito complexo, que respinga em questões ainda mais delicadas como o aborto (que ainda acho absurdo ser uma decisão de Estado, e não das pessoas). Mas imagino que respeitar a decisão alheia, de ter ou não ter, já seria um bom começo.

"Porque há uma percepção de que este debate é perigoso para o Estado e para a ordem social, que estabelece que a essência das mulheres na vida é serem mães. E eu proponho que é possível não ser mãe e também ser e depois se arrepender. O problema é que não há um roteiro alternativo. As pessoas não conseguem imaginar outras opções porque a imaginação está tomada por um discurso único, segundo o qual para ser feliz é preciso ter filhos. Eu não digo que a vida sem filhos será perfeita. Pode ser uma vida difícil, mas suficientemente boa".

Orna Donath: “O instinto materno não existe”

http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/27/estilo/1477586348_982538.html

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