domingo, 13 de novembro de 2016 | By: Daíza de Carvalho

Crise, inflação, correção e atraso impactam contas do Ceprosom

Em alguns casos, despesa mensal com serviços quase dobraram neste ano

Daíza Lacerda

O crédito suplementar de R$ 3,1 milhões pedido pelo Ceprosom para fechar as contas de 2016 foi justificado pela autarquia com outros fatores além do aumento da demanda de atendimentos. Além da elevação da procura por atendimentos e benefícios sociais, o aumento no custo de produtos e serviços, reajuste salarial e atraso de repasses federais levaram a autarquia a quase dobrar o pedido de ajuda financeira, na comparação com o ano passado.
Renata Chiari, assessora executiva do Ceprosom, lembra que o crédito requisitado em 2015 foi na ordem de R$ 1,8 milhão. Se o orçamento previsto para 2016 não foi suficiente, são grandes as chances da projeção para 2017 também ficar abaixo do necessário, se a demanda de atendimento mantiver a mesma. "O atendimento aumentou mais do que o dobro, mas não cortamos nenhum serviço, o que não ocorreu em outros municípios da região. Cumprimos o pagamento de fornecedores", informa.
Os recursos previstos para 2016 foram de R$ 27,106 milhões de verba municipal, R$ 3,191 milhões da federal e R$ 636 mil em verba estadual. Ainda não foi fechado o valor executado até o momento, mas, até outubro, o repasse federal havia totalizado R$ 2,2 milhões, com atrasos desde o início do ano em alguns casos. Segundo Renata, o atraso também ocorreu no ano passado, mas foi saldado, o que ainda é dúvida para este ano, contribuindo para o pedido de ajuda financeira mais dispendioso.
Para 2017, o orçamento da autarquia enviado à Câmara prevê R$ 27,217 milhões da fonte municipal, R$ 3,493 milhões da federal e R$ 599 mil da estadual. Apesar da queda prevista para o próximo ano, os repasses do Estado estão em dia, conforme Renata. Neste ano, os convênios estaduais foram marcados pela lentidão devido aos repasses tímidos, como na construção do novo Fórum e retomada da escola do Jardim Lagoa Nova, ainda ensaiada. No âmbito federal, alguns convênios seguem inconclusos à espera de verba, como a reforma da praça de esportes do Cecap.
CUSTOS
Mais pessoas desempregadas buscando benefícios como alimentação ou moradia não foi o único impacto. O aumento dos preços dos alimentos, por exemplo, representou quase o dobro do custo das cestas básicas, de um ano para outro. De acordo com Renata, no ano passado, a despesa mensal média era de R$ 37 mil para as cestas básicas, o que aumentou para R$ 66 mil neste ano (alta de 78%). A locação social subiu de 88 para 107 casos, num custo mensal que passou de R$ 41.537 para R$ 63.179 mensais (53%). Acolhimento de idosos, que passou de 22 para 31 pessoas, foi de R$ 30.140 para R$ 46.693 mensais (56%).
Outros tipos de assistência ampliados neste ano também representaram custo extra, como a implantação da Casa de Acolhida e a conclusão do reordenamento de abrigos de crianças e adolescentes. Neste último, as casas-lares equipadas foram de duas para quatro, dentro do convênio com a ONG Aldeias SOS Brasil, que no primeiro ano custa R$ 1,5 milhão à autarquia. 
Ela cita que o reajuste salarial de servidores também teve impacto significativo na folha de pagamento, que corresponde a 48% do orçamento da autarquia.
Renata salienta que todos os serviços tiveram aumento na demanda, mesmo aqueles que não dependem de recursos municipais, como o Bolsa Família, de transferência de renda do governo federal. Esse aumento foi observado o ano inteiro, sem um período de pico específico.

Publicado na Gazeta de Limeira.

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