domingo, 13 de março de 2011 | By: Daíza de Carvalho

"As mães de Chico Xavier" completa trilogia no centenário do médium

Daíza Lacerda


Os cinemas receberão no dia 1º de abril mais uma produção com histórias ligadas ao médium Chico Xavier. "As mães de Chico Xavier", dos diretores cearenses Glauber Filho e Halder Gomes, completa a trilogia de filmes sobre ele, finalizando ainda as comemorações do ano centenário do médium, completo em 2 de abril de 2010.

Co-produtor do longa, Ricardo Rihan, da Lighthouse, esteve na Gazeta para falar do lançamento, que estará presente em todos os shoppings do País, com cerca de 400 cópias, tanto quanto os sucessos de público "Chico Xavier", dirigido por Daniel Filho (3,5 milhões de pessoas) e "Nosso Lar" (mais de 4 milhões).
O primeiro filme, que estreou na data exata do centenário, foi baseado no livro "As Vidas de Chico Xavier", do jornalista e escritor Marcel Souto Maior, também com co-produção da Lighthouse. A nova estreia é inspirada em outra obra do autor, "Por Trás do Véu de Isis".
O filme conta três histórias reais de mães que perderam seus filhos, e recebem cartas consoladoras de Chico Xavier. "É uma homenagem às mães como núcleo da família, além de abordar os valores familiares", lembra Rihan.
Rihan vê as produções como uma distribuição equilibrada no centenário, contemplando em aspectos distintos da vida do médium. A primeira, com a biografia, que contempla as fases de sua vida; a segunda, que retrata a "colônia espiritual", psicografadada pelo médium, que é best seller literário, e a terceira, que, conforme Rihan, era o que mais gratificava Chico Xavier: o consolo às mães. "As conexões eram uma forma de aliviar a dor, e ele dizia que a saudade é sentida nos dois mundos, não só por quem está aqui".
A identificação de mães com situações das personagens é praticamente certa. "O filme emociona e, apesar de ser um drama, ele termina para cima, de forma que as pessoas sairão do cinema renovadas, e não deprimidas", garante.
Ele ressalta ainda que o filme respeita todas as crenças religiosas, inclusive evangélicas, sem viés dogmático.

PRODUÇÃO E ELENCO
A produção foi filmada no verão passado, na serra cearense, além da cidade natal de Chico Xavier, Pedro Leopoldo (MG). O filme foi feito em película 35 mm e não em gravação digital, o que possibilita maior qualidade de imagem.
O filme é baseado em acontecimentos reais e conta a história de três mães, vivendo momentos distintos de suas vidas, que veem sua realidade se transformar. Ruth (Via Negromonte), cujo filho é um jovem que enfrenta problemas com drogas; Elisa (Vanessa Gerbelli), que tenta superar a perda do filho junto com o marido, o pequeno Theo (Gabriel Pontes); e Lara (Tainá Müller), uma professora que enfrenta o dilema de uma gravidez não planejada, se cruzam quando recebem conforto e reencontram a esperança de vida por meio do médium.
A produção apresenta ainda o ator Nelson Xavier, que revive o papel de Chico, Herson Capri, que interpreta Mário, marido de Ruth, Caio Blat, vivendo um jornalista que quer investigar o médium, e Neuza Borges, a cuidadosa governanta de Elisa e Guilherme (Joelson Medeiros).
A produção é da Estação Luz Filmes, com co-produçãoda ATC Entretenimento, Lighthouse e Associação Estação da Luz. O longa terá ainda apoio promocional da Globo Filmes e TeleCine.
O trailer pode ser visto no site oficial do filme: http://www.asmaesdechicoxavier.com.br/.


FESTIVAIS E ESTREIA
Antes de sua estreia comercial, "As Mães de Chico Xavier" percorrerá um pequeno circuito de festivais temáticos. Estão programadas 20 pré-estreias em capitais, além da abertura do 1º Festival de Cinema Transcendental, em Brasília (DF), que começa dia 24. Em seguida o Filme encerra a Mostra de Cinema Transcendental, primeira do gênero realizada no Brasil. A exibição acontece em Fortaleza (CE), no dia 31.
Paralelo ao filme, será lançado outro livro de Marcel Souto Maior sobre os bastidores da produção, com fotos, histórias e curiosidades, além do impacto do trabalho sobre os atores e produtores.


Comum em Hollywood, Brasil "inaugura" 
cinema transcendental como novo gênero

As produções espiritualistas que chegam com o gênero transcendental sucedem o precursor "Bezerra de Menezes - O diário de um espírito", documentário que foi transformado em ficção em 2008, assistido por 500 mil pessoas.
O filme fez parte de um projeto sem fins lucrativos, cujas exibições eram com entrada mediante doação de alimentos, em prol de entidades do Ceará.
"São projetos para impactar, com mensagens de amor e fraternidade. Queremos usar o poder do cinema para tentar construir um mundo melhor, mostrar que as coisas boas também acontecem", ressalta Rihan, que vê o espiritismo como um projeto de educação, não científico, mas que aborda a moral e princípios éticos.
Quanto à expectativa do "novo gênero", Rihan discorda que seja um modismo. "É uma literatura muito rica, com conteúdo para muitas produções. É um jeito de mostrar que o materialismo está morrendo e as pessoas procuram mensagens elevadas, para construção de um mundo melhor, que elas têm necessidade de acreditar num futuro de paz e amor", diz ele, lembrando que, embora nunca tenham sido enquadradas em nenhum gênero como é feito no Brasil agora, produções hollywoodianas abordam o espiritualismo há muito tempo, como no recente "Além da Vida", e ainda "Sexto Sentido" e "Ghost".
"É uma vertente com vida longa, sobretudo porque o cinema brasileiro está na melhor fase de todos os tempos, não só pelos sucessos de Chico Xavier e Tropa de Elite, mas porque o número de salas está se expandindo", analisa.
Com 1h40 de duração, foram investidos R$ 4 milhões na produção de "As mães de Chico Xavier", além de outros R$ 3 milhões em cópias e marketing. Somado o público de Bezerra de Menezes, que "inaugura" o gênero, e os dois primeiros filmes sobre Chico Xavier", a expectativa dos produtores é de ultrapassar, com os filmes, o recorde de Tropa de Elite 2, que teve mais de 10 milhões de espectadores.



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