Daíza Lacerda
"Para desafogar o trânsito, Limeira precisaria de pelo menos quatro viadutos". A afirmação é do secretário de Obras e Serviços Urbanos, Celso José Gonçalves.
Segundo ele, são planejadas pela Prefeitura intervenções em quatro locais do município. No entanto, não há verba garantida em convênios para esses projetos, que o município deve pleitear nas esferas estadual e federal e, em último caso, bancar com recursos próprios. "Deve acontecer neste semestre uma visita com representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), para discutir projetos e adaptações", informou.
Na linha de frente entre os projetos que podem receber repasse do DNIT, está a construção de um viaduto entre a Rua Senador Vergueiro e Rua Boa Vista, como alternativa do acesso de bairros como Vila Queiroz ao Centro, obra que já tem projeto pronto. A construção, já anunciada anteriormente pela Prefeitura, teria orçamento prévio de R$ 15 milhões, embora a estimativa, considerando interferências da obra, chegue a R$ 22 milhões. "É extremamente necessária para interligação de área industriais e educacionais, e não há outro jeito, se não for um viaduto, para transpor o ribeirão e linha férrea", lembra
Outra obra, em pré-projeto na Secretaria de Planejamento, seria o viaduto de acesso à Avenida Lauro Corrêa da Silva, sobre a rotatória Roberto Antônio de Campos, conhecida como Barroca Funda. Seria uma passagem direta de quem vem da Avenida Santa Bárbara para bairros como Adélia Cavichia Grotta, Jardim Aeroporto, Jardim do Lago e São Lourenço. "É trabalhado o orçamento de R$ 6 milhões, mas pode chegar a custar R$ 25 milhões devido às intervenções, como desapropriações", explicou Gonçalves.
O secretário disse que até o final do ano deve ficar pronto o projeto de duplicação do viaduto Paulo Natal, no anel viário, orçado em R$ 15 milhões. Apesar de mais longo, não precisaria de alças de acesso, que já existem, embora exigisse interferência na linha férrea e Ribeirão Tatu, complicadores numa possível obra de ampliação.
Outra saída, para aliviar também a entrada na cidade, seria outra duplicação, no viaduto Jânio Quadros, que liga a Boa Vista ao Centro, um dos acessos de quem chega a - ou sai de - Limeira pela Rodovia Anhangüera.
VERBA
Embora os projetos estejam em execução, Gonçalves lembra que a implantação depende de dotações orçamentárias, que leva à necessidade de angariar recursos. Considerando que estes sejam viabilizados em convênios, se não bancados por dotações próprias do município, será necessário determinar prioridades. "É preciso estudo de viabilidade e necessidade do município, no qual são analisados critérios técnicos e operacionais".
Para começar a ver luz no fim do viaduto neste ano, licitações deveriam iniciar até junho ou após outubro, devido ao período eleitoral. Entre esses meses, por lei, não há repasse de verbas.
No entanto, considerando o "alívio" de obras pendentes em execução, como a duplicação do anel viário, essas em planejamento já podem entrar em pauta para o próximo orçamento municipal, como exemplifica Gonçalves
MOBILIDADE URBANA
Mesmo que todos esses projetos se tornem realidade em Limeira, até que sejam concretizados, o município terá outras necessidades, se o crescimento da frota continuar no ritmo atual. A frota dobrou numa década, passando de 88.460 veículos em 2002 para os 177.117 atuais. Criar vias que "abriguem" tantos veículos e vagas de estacionamento será um desafio ainda maior do que hoje.
"O que fazemos hoje é um trabalho para remediar o que era para ter sido executado décadas atrás", justificou o secretário, sobre a carência de planejamento a longo prazo.
Com a prioridade dos carros, sobretudo pelo conforto, e a consequente falta de espaço, Gonçalves diz que a saída seria um planejamento urbano regional, que envolveria, entre vários itens e iniciativas, qualidade do transporte público, para a aceitação popular, além da educação no trânsito.
Publicado na Gazeta de Limeira. Original em pdf aqui.
- Viaduto de acesso à Avenida Lauro Corrêa
é um dos planejados pela Prefeitura
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