quarta-feira, 19 de maio de 2010 | By: Daíza de Carvalho

Transplantados alertam riscos da descoberta tardia da Hepatite

Daíza Lacerda

Hoje é o Dia Mundial de Combate às Hepatites, causa que mobiliza vários grupos para alertar e conscientizar sobre a doença. Um deles é o grupo de apoio Revendo a Vida, que atua de forma a melhorar a qualidade de vida do portador e sua família. A descoberta tardia da doença levou portadores a precisarem de transplante.
A doença viral, que não apresenta sintomas, causa inflamação no fígado, e pode evoluir para uma cirrose ou câncer, se o diagnóstico for tardio. Segundo a psicóloga Solange Dantas Ferrari, coordenadora do grupo, que foi criado em 2003, cerca de 20% dos portadores podem ter cura espontânea, enquanto o restante desenvolverá a doença, que tem progressão lenta até tornar-se crônica. "Alguns levam até 25 anos para chegar à cirrose, que é o dano maior que a doença causa, ou então a um câncer hepático, onde há necessidade de se fazer um transplante de fígado", explica.
Exame de sangue determina a presença ou não do vírus. Para a Hepatite C não há vacina, daí a importância da prevenção, como o não compartilhamento do uso de seringas e agulhas, escovas de dentes, aparelhos de barbear e alicates de unha. É recomendado ainda o uso de preservativos nas relações, além de material descartável ao fazer tatuagens ou colocação de piercing.

TRANSPLANTES
A aposentada Terezinha Cavinato, 63, fez transplante de fígado há oito anos e meio. Tinha 46 quando recebeu o diagnóstico de Hepatite C, dois anos após iniciar tratamento, após cirrose hepática. "Com o resultado, os médicos acreditavam que eu tinha a doença há pelo menos 10 anos. Possivelmente fui infectada por agulha ou material não descartável, pois havia feito várias cirurgias", lembra.
O diagnóstico evoluiu para câncer, o qual ela tratou por um ano e meio, enquanto estava na fila do transplante, feito em dezembro de 2001. "Foi um verdadeiro presente de Natal. Usei medicameto contra rejeição e evito tudo o que pode causar algum tipo de infecção, já que o organismo fica mais frágil após o transplante. Nunca mais tive internação, mas faço exame de rotina a cada três meses", conta.
A doença também já estava em estágio avançado quando o analista de confiabilidade Jorge Cristóvão, 47, a descobriu. "Fiz tratamento com medicação, que não teve resultado, até chegar em complicações que exigiam o transplante", diz. Até lá, sofreu cãibras, dores de cabeça, barriga d'água, inchaço e fraqueza. Embora nem todos os sintomas tenham sido totalmente erradicados, está melhor após a cirurgia, mantendo o tratamento com medicação, com a doença negativada.
Ele faz um apelo à prevenção. "Para quem descobre cedo, há grandes chances de cura. É preciso que as pessoas se atentem aos exames, para que não passem pelo mesmo que passei", enfatiza.
O grupo Revendo a Vida tem reuniões todas as quintas-feiras, às 19h30, na Rua Alferes Franco, 1.241. A entrada é franca. 

0 comentários:

Postar um comentário