sábado, 13 de março de 2010 | By: Daíza de Carvalho

Limeira-Cordeirópolis para em novo protesto por melhorias

Daíza Lacerda

O fim da tarde de ontem foi marcado por feições de cansaço e mau humor junto ao buzinaço e reivindicações de melhorias na Rodovia Dr. Cássio de Freitas Levy, a Limeira-Cordeirópolis. Sindicalistas, vereadores de Cordeirópolis e moradores protestaram no pedágio, pedindo a duplicação da via.
O movimento, batizado de “Em defesa da vida”, pede ainda o funcionamento das duas cabines de pedágio em tempo integral, além de mais funcionários e sistema de drenagem. “A rodovia precisa de segurança, já basta de mortes. Precisa de duplicação urgente. Onde está sendo investido o dinheiro do pedágio? Enquanto não melhora, as mortes continuam”, declarou Ivanice Silveira Santos.
Vereador da cidade vizinha, Francisco Rodrigues Mendes afirmou que os contatos com autoridades de Limeira têm fracassado. “A Prefeitura não nos atendeu e a Câmara, apesar de ter marcado audiência, desmarcou”, alega. Ele acrescenta ainda ter ficado surpreso com o esquema de isenção do pedágio para alguns veículos, fato revelado pela Gazeta na última quarta-feira. “Não tínhamos conhecimento dessa injustiça”, diz Mendes.
Participantes do movimento se preocupam sobretudo com o perigo acentuado em dias de chuva, quando os veículos aquaplanam. “Dizem que há imprudência dos motoristas, mas que condições de segurança a via oferece? O chão molhado é liso quando chove e cheio de buracos”, diz outra moradora.
Em horário de fim de expediente, motoristas acostumados aos problemas da via e mesmo os que a desconheciam não escondiam a irritação. Uma família vinda do litoral passou pela rodovia como atalho para evitar o pedágio da Rodovia Anhangüera. “É a primeira vez que passamos por aqui e esta é a recepção”, disse um dos ocupantes do veículo, que não quis se identificar.
Já os “íntimos” do local não hesitaram em listar os problemas. “Passo à noite pelo menos três vezes por semana e já vi de tudo, como animais na pista, sem contar os buracos. A situação não corresponde à ideal com a cobrança do pedágio”, diz o professor João Mendes, 28, que mora em Cordeirópolis e trabalha em Limeira. O autônomo Mauro Sérgio Gullo, 63, também reclama do perigo. “Passo por aqui desde quando esse pedágio passou a existir. Não tenho horário para passar, mas sempre é perigoso, principalmente na baixada depois da ponte, onde enche d’água”, reclama.
A Prefeitura de Limeira informou que a licitação para a obra de alargamento da área próxima à ponte está em andamento. “A concorrência pública foi aberta no dia 4 de março e está em fase de análise dos documentos das empresas. Após a publicação das habilitadas a participar do processo licitatório, haverá prazo para recurso e, após isso, serão abertos então o envelope 2, que contêm as propostas das empresas. Após o julgamento das propostas será definida a empresa vencedora e, após o contrato, a obra será iniciada”, informou a assessoria.
Está previsto na obra o alargamento da ponte e o desmonte de rocha, próximo a ela. A Prefeitura lembra ainda que “o dinheiro arrecadado pelo pedágio é aplicado em melhorias desta via, como as manutenções que já foram executadas e obras como esta que será feita”.

Publicado na Gazeta de Limeira, também na capa.

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