domingo, 25 de maio de 2014 | By: Daíza de Carvalho

A paixão pela bola e o sonho dos jogadores mirins

Estrelas do futebol inspiram crianças que verão a Copa pela primeira vez

Daíza Lacerda

Se tem uma coisa que eles levam a sério, é a bola. Não tem tempo feio para jogar futebol, garantem. Há hora e local para os treinos, cada dia num campo. Nas "folgas", a bola rola na rua ou na escola.
A disputa era no campo do Jardim Morro Branco numa manhã da última semana. Entre os aspirantes a craques, garotos de 9 a 13 anos. Alguns não se recordam de ter acompanhado uma Copa. Outros têm erros bem vivos na memória, como gols contra e adversários para quem a nação verde e amarela perdeu. Uma coisa é unânime nos times: todos almejam, um dia, dar show em campo numa Copa.
"Mas temos que trabalhar muito o físico para realizar o nosso sonho no futuro", preocupa-se Jhonatan Wilgnr, de 13 anos. "Já saí de jogos chorando de dor", admite Carlos Gabriel, de 11.
Treinador da criançada, José Manoel Lopes, o Manezinho, confirma o quanto o clima da Copa contagia os pequenos. "A procura de pais com crianças para treinar aumentou entre 30% e 40% nesta época. Todos ficam mais animados, e sustentando o sonho. É uma empolgação que a Copa traz para os brasileiros em geral", declara.
Manezinho reconhece que neste ano a seleção perde um pouco em credibilidade. "Os adversários se qualificaram muito mais", justifica. Já entre as crianças, todas se espelham no Neymar, mas o palpite é pessimista para o Brasil na Copa. As apostas são para Portugal, Espanha e Alemanha para os jogadores mirins que não gostaram da montagem da seleção.
Para eles, a possível escolha de ter o futebol como profissão no futuro é sinônimo de "ser alguém na vida", mas alguns garantem que não vão dispensar o estudo. Mas eles não escondem que a fama e casamento com beldades os deixam animados, tanto quanto a briga pelos gols.
Não deve ser um caminho fácil. Alguns já têm ideia da dificuldade para chegar ao nível profissional. Mas estão treinando. Como desafios das partidas, eles citam os lançamentos. Se cruzar e chutar exige prática, o "futebol arte", então, vai demandar muito empenho e inspiração. Bicicleta, chapéu, carretilha, voleio, caneta: todas as manobras para um gol bonito dependem de muito treino.
Os pais dão asas aos sonhos da molecada, quando a adesão ao esporte marca pontos. É o caso da dona de casa Cleide Bonin, de 38 anos. "Ele começou a jogar por recomendação médica e percebi que mudou bastante o comportamento na escola. Ele ama a bola e ainda não assistiu nenhuma Copa. Essa será a primeira, e ele terá noção", conta ela, sobre o remédio que o filho de 10 anos não quer mais parar de tomar.

Aspirantes a craques: bola no chão e sonho nas alturas



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