quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018 | By: Daíza de Carvalho

Uma provocação chamada Unabomber

É curioso que eu estivesse assistindo à série Manhunt: Unabomber na semana do resultado da aprovação para a graduação em Letras, justamente na parte que aprofunda na chamada "linguística forense". Embora não tivesse encontrado referências sobre isso no caso real (sem saber até que parte a coisa foi romantizada para a série), a "análise do discurso" parece, de fato, apaixonante. Assim como seduz o "Manifesto Unabomber", quando se tenta ignorar que foi escrito pelo responsável por atentados que mataram e feriram pessoas. Ainda não li o manifesto, mas o que foi explorado na série é provocador, principalmente na cena final. A ideia geral do manifesto surge quase que como uma profecia. O mais irônico é que justamente a dependência tecnológica condenada pelo Unabomber foi a responsável por tantas pessoas, gerações após a sua prisão, terem acesso à sua história. E ao seu "legado". Viciados em Netflix. Até dá um ímpeto de tentar se libertar do "sistema". Mas o controle do controle remoto é mais forte. A reflexão dura até a escolha da próxima série. Mais fácil fugir da realidade da qual nos tornamos reféns - ou cúmplices? Mas é certo que o lembrete do que nos tornamos virá. Tão certeiro quanto a mudança de fases do semáforo.

0 comentários:

Postar um comentário